Por: Eduardo Costa

Certamente, e com toda razão, os reforços de Avs, Stars, Sharks e Penguins estão monopolizando a atenção da mídia especializada. Mas nem só de super manchetes viveu o dia-limite. Debulho sobre quatro negociatas que não ganharam muito destaque. Chato que sou, também comento sobre a desalentadora situação do gerente geral dos Leafs.

Minnesota Wild pronto para a terceira guerra mundial!
Copa Stanley? Também, mas quem sabe vencer a próxima edição do UFC (?) esteja incluído entre os desejos mais calientes do treinador Jacques Lemaire. Em uma equipe que já contava com os brigões Todd Fedoruk e Derek Boogaard, buscar Chris Simon do New York Islanders parece no mínimo uma extravagância pugilística — sem esquecer que Aaron Voros também sabe fazer o papel de vigilante na principal linha da equipe de St. Paul. O Minnesota Wild, pelo menos, tem gente de sobra para proteger Marian Gaborik, Pavol Demitra e Pierre-Marc Bouchard nos playoffs, ainda mais se tiverem, novamente, pela frente o Anaheim Ducks, outro time com uma boa turma de capangas.

Por falar em proteção...
Todo os holofotes em Pittsburgh estão mirando a mais nova estrela da casa, Marian Hossa. Nada mais justo. Mas as adições de Hal Gill e Pascal Dupuis também pode render bons dividendos imediatos para o time da cidade do aço.

Gill pode ser um defensor rústico e de poucos recursos ofensivos, mas os Penguins certamente precisavam de um atleta grande e bruto para acompanhar seu grupo de linhas azuis nos playoffs. O ex-Maple Leafs é um bom complemento para um jogador hábil, carregador de disco e não físico, como Sergei Gonchar.

Além disso a equipe de desvantagem numérica das aves está entre as piores de toda a NHL. Gill irá passar minutos matando penalidades. Essa função também será exercida por Pascal Dupuis. De fato, Dupuis e Hossa eram vistos juntos anulando VN's em Atlanta. Os Penguins devem ter uma melhora significativa nesse importante quesito.

Huet fora? O futuro é agora para Carey Price!
O francês Cristobal Huet não mais veste a camisa tricolor. Embora os Habs corressem o risco de perdê-lo na entressafra da temporada é estranho ver que ele não foi considerado uma peça vital para as pretensões imediatas da franquia. Sorte dos Capitals que ganham alguém decente para dar um descanso a Olaf Kolzig, e por um bom preço.

A saída de Huet significa que jovem Carey Price terá que pular etapas e assumir o posto de titular na meta. Muita pressão? Pode apostar que sim. Ainda mais com o caminho de Price sendo comparado agora a de dois mitos da posição: Ken Dryden e Patrick Roy. Ambos eram novatos, quando chamadas de urgência os colocaram entre as traves do antigo Forum. Desnecessário dizer que ambos tiveram sucesso.

O mesmo acontecerá com Price? O jovem já mostrou do que é capaz pelas seleções de base canadenses e em muitas partidas pelos Canadiens nessa temporada, mas pós-temporada é um monstro bem mais perverso do que aqueles desafios já superados.

Em caso de naufrágio, Jaroslav Halak deixou a filial Habitant em Hamilton rumo a Montreal. Para quem esperava que Marian Hossa seria o protagonista das notícias em Montreal nesse dia-limite...

Fedex em D.C.
Está aí uma negociação que agrada a todos. Sergei Fedorov era peça quase nula em Columbus e nem de longe lembrava aquele que um dia foi um dos melhores atletas da liga. É compreensível que o tempo seja impiedoso com a maioria dos jogadores da NHL, mas o Fedorov, versão Blue Jackets, era uma ofensa ao passado vitorioso do russo. E também um desperdício de dinheiro para o time de Ohio.

Os Capitals conseguem então alguém para a posição que Michael Nylander não está ocupando desde que se contundiu seriamente. Envolvidos em uma ferrenha briga com o Carolina Hurricanes pelo título de sua divisão, os Caps também esperam que Fedorov possa mostrar alguns atalhos ao novato Nicklas Backstrom. E também que a presença de Alexander Ovechkin e Alexander Semin sirva de motivação para Fedorov.

Cliff Fletcher
Para quem assumiu com intenções de uma grande renovação, o gerente geral Cliff Fletcher teve seus planos frustrados por ações de seu inepto antecessor John Ferguson.

Mats Sundin, Darcy Tucker, Tomas Kaberle, Bryan McCabe e Pavel Kubina. Todos deram respostas negativas para Fletcher. Nenhum deles aceitou rever a parte do contrato que lhes reservam o direito de não serem negociados.

Embora tenha conseguido se desfazer de Wade Belak, Chad Kilger e Hal Gill, eram os figurões do parágrafo acima que deveriam render escolhas altas e novatos de valor para a franquia.

Se será mais um nome a ser amaldiçoado pela torcida mais numerosa da NHL só o tempo irá dizer, mas é preciso absolver Cliff Fletcher pela quase inércia vista em Toronto no dia-limite de trocas.

Curiosamente os mesmos medalhões que se negaram a mudar de endereço são os responsáveis pelo respeitável mês de fevereiro do Toronto Maple Leafs. A recente vitória sobre o Flórida Panthers foi a quinta em seis jogos. Se por um lado isso é alentador, esses sucessos recente deixam a equipe longe de brigar (?) pelas três principais escolhas do próximo recrutamento.

A situação em Toronto é tão ruim, que até vencer não é bom negócio.

Eduardo Costa é leitor assíduo da seção Prorrogação de TheSlot.com.br.
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Página publicada em 28 de fevereiro de 2008.