Por: Marcelo Constantino

A quarta Copa Stanley em 11 anos (1997, 1998, 2002, 2008), coroando e confirmando que o Detroit é a franquia de maior sucesso nos últimos 15 anos de NHL foi a mais sofrida. De longe. Nunca foi tão sofrido. E nunca foi tão saboroso.

Não houve iminência de eliminação, é verdade. Não houve um jogo 7 sequer. Em 2002, por exemplo, houve jogo 7. E contra o Colorado Avalanche. E foi facilmente vencido. Mas, convenhamos, a final daquele ano, contra o Carolina Hurricanes, foi mais fácil. Todas as finais anteriores foram bem mais fáceis.

Na final de 1997, contra o Philadelphia Flyers, o Detroit estava num patamar tão elevado que praticamente não houve espaço para ameaças do então time de Eric Lindros.

Em 1998, depois da sensacional virada no jogo 2, o Washington Capitals foi para o saco. 1997 e 1998, duas varridas nas finais.

A primeira derrota nessas recentes finais vitoriosas veio no jogo 1 de 2002, contra os Canes. A rigor, aquela série de 2002 foi bem mais complicada que as duas anteriores, inclusive com direito a gol de empate no final e virada na terceira prorrogação. Empate e virada dos Wings, que fique claro. Mas aquela final não foi como esta de 2008.

Os dois primeiros jogos à parte — e os Red Wings estão hoje comemorando em grande parte graças a eles — os demais jogos foram todos emocionantes, sensacionais, eletrizantes, apertados, brigados, todos decididos por diferença de um gol. Dos melhores que já se viu em finais de Stanley nos últimos tempos.

Do jogo 3 em diante a história foi outra. Acabou o predomínio do Detroit, acabou aquela quase certeza de que a vitória estava nas mãos, acabou até mesmo aquela sonolência dos terceiros períodos, quando o jogo já estava ganho e o Detroit apenas cozinhava. Acabaram os trancos sensacionais de Nicklas Kronwall no meio do gelo.

O jogo 5 perdurará na mente dos torcedores do Detroit como uma sensação ruim. Muito mais que um mero balde de água gelada, o jogo 5 empurrou muitas expectativas para o fundo.

A 30 segundos do título, sofrer o gol de empate não estava nos planos. Depois do gol de empate e de três prorrogações em que o time pressionou bem mais que os Penguins, sofrer o gol da vitória também não estava nos planos. Mas tudo aconteceu.

Com 3-1 na série, jogando em casa, vencendo o jogo de virada, depois de estar perdendo por 2-0. Era o cenário perfeito. Copa Stanley já sendo aprontada para entrar no palco do espetáculo. E o gol de empate dos Pens. Ainda que o título tenha chegado no jogo seguinte, esse jogo 5 ficará gravado na memória de cada torcedor do Detroit como um momento absolutamente devastador. Inesquecível e devastador. A despeito do espetáculo que foi o jogo.

Veio então o jogo 6. Embora a realidade não fosse exatamente assim, o espírito em Detroit era de matar ou morrer. Porque perder mais uma e chegar ao jogo 7, ainda que em Detroit, seria (mais) uma estrondosa derrota. E os Wings entraram matando. 1-0, 2-0. As coisas pareciam seguras. Os Pens diminuíram, Marc-Andre Fleury ampliou para o Detroit e aí, já perto do fim, começou aquela sensação de filme repetido.

Minutos correndo, penalidade para os Pens a dois minutos do fim, gol de vantagem numérica, vantagem encurtada, pressão até o último segundo, literalmente. O medo, a tensão, o sofrimento perduraram até este último segundo. A rigor, eles até ultrapassaram este último segundo. Mas acabou. Fim do sofrimento, começo do êxtase da conquista de mais uma Copa Stanley.

O time mais vitorioso da NHL nos últimos tempos conquistava mais uma Copa.

Marcelo Constantino viu o Detroit ser campeão em todas as quatro conquistas, mas, pela primeira vez, assistiu a todos os jogos finais ao vivo pela Internet.

Edição Atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Comunidade no Orkut | Contato
© 2002-08 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida reprodução do conteúdo escrito, desde que citados autor e fonte.
Página publicada em 8 de junho de 2008.