Por: Eduardo Costa

ATEK Kiev

Para sagrar-se campeão ucraniano a tarefa é simples: cada time atua 30 vezes e quem marcar mais pontos é campeão. Até Gary Bettman entende essa fórmula.

Mas temos que dizer que a ausência de playoffs na liga ucraniana é um despautério que oblitera a maior de todas as ligas do país. É uma idéia tão estrambótica que me fez sentir repulsa. Se continuo essa síntese, é por causa do nosso compromisso com a notícia. É por causa do nosso pacto com a verdade.

Se o nobre leitor já conferiu a resenha sobre a liga do Belarus, provavelmente irá recordar que o Sokol Kiev, melhor time da Ucrânia, disputa aquela competição. O mesmo Sokol Kiev também peleia no campeonato de seu país, só que com um time B. Dos seis times da liga local, quatro são de Kiev. Além do Sokol "B", ATEK, Kompanion e Sduyshor representam a capital. O Berkut (Brovary) e o Dneprovskie Volki (Dnepropetrovsk) são os únicos intrusos.

Favorecidos pelo fato de o Sokol ter dado preferência a liga do Belarus, o Berkut e o ATEK confirmaram os prognósticos e foram as melhores equipes da competição. O ATEK, que manda seus jogos no minúsculo ATEK Ice Rink (400 lugares), foi mais regular do que o Berkut e acabou conquistando seu primeiro título nacional. E isso com um elenco quase todo ucraniano — apenas um estrangeiro, o russo Vladimir Elikov. Antes desse campeonato, a melhor colocação havia sido um vice-campeonato em 1995.

O time comandado pelo exigente Mikhail Andryuschenko venceu 26 de seus 30 jogos. Seu ataque fez 41 gols a menos que o vice, Berkut, o que sugere que a força do ATEK esteve na defesa. Fato confirmado com uma rápida olhada nas estatísticas finais da temporada: a meta do ATEK foi vazada apenas 52 vezes — para grau de comparação, o Berkut sofreu 101 gols na competição. Podemos então dizer que, pelo menos na liga ucraniana, o melhor ataque foi a defesa.

O Berkut, que até 2006 mandava seus jogos também na capital, acabou se mudando para Brovary, município da grande Kiev, pouco antes da nova temporada se iniciar. A agremiação teve os dois maiores destaques individuais da liga. Oleksandr Zinevich, asa esquerdo de 28 anos, com passagem pelo Albany River Rats, da NHL, foi o artilheiro do ano na Ucrânia. Seus números foram impactantes: 28 gols e 58 assistências em tão somente 28 cortejos. Seu companheiro de linha, Dmitri Markovsky, também com milhagem na América do Norte, veio a seguir, com 77 pontos em 30 jogos.

Houve uma disparidade notável entre os dois times citados acima e o restante. Se a diferença do campeão ATEK para o vice, Berkut, foi de 12 pontos, a do time de Brovary para o terceiro lugar, o Kompanion, foi de 26. Entretanto, o Kompanion comemorou esse "pódio". O time foi criado há menos de um ano, ou seja, em seu dubut, ficou à frente de equipes bem mais estabelecidas no cenário ucraniano.

O time "B" do Sokol fez uma campanha apenas regular. Em fato, o time fez mais pontos que o Kompanion, mas, como o Sokol não compareceu em um prélio contra o Dneprovskie Volki, acabou penalizado com a perda de seis unidades, caindo então, para o quarto lugar geral.

Em matéria de futilidade, ninguém conseguiu superar o SDYUSHOR Sokol. Essa equipe não venceu uma partida sequer, contabilizando apenas três pontos em toda a temporada. Mas também temos uma explicação lógica para isso: o SDYUSHOR é o time "farm" do Sokol Kiev. Ou seja, se o Sokol Kiev "B" foi formado com o que não serviu para o Sokol Kiev disputar a liga bielo-russa, o grupo humano do SDYUSHOR Sokol ainda não é bom o suficiente para sequer integrar o time B do time da capital.

Incrível como a TheSlot.com.br tem explicação pra tudo — exceto nossos sucessivos fracassos pessoais e profissionais .

Elenco campeão

Goleiros: Maksim Priatel e Andrei Golubchik.

Defensores: Sergei Malashenko, Aleksandr Mukhanov, Yuri Gunko, Sergei Chumak, Aleksandr Skorokhod, Roman Sherbatyuk, Oleg Blagoy, Dmitri Mischenko, Yuri Lyaskovsky, Vladimir Aleksyuk, Vadim Bozhko, Igor Nikulin, Oleg Ryabenko, Artem Neverov e Denis Khonin.

Atacantes: Evgeny Mlinchenko, Mikhail Fadeev, Oleg Synkov, Oleg Tsirkunov, Nikolai Kolyada, Yuri Pechorin, Aleksandr Khmil, Aleksandr Bobkin, Evgeny Alipov, Vlad Serov, Aleksandr Matveichuk, Vitali Kirichenko, Vasili Bobrovnikov, Anton Roslyakov, Andrei Nikolaev e Tadeush Slutsky. .

Eduardo Costa escutava o clássico "A raposa e as uvas", de Reginaldo Rossi, enquanto escrevia essa coluna.
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Página publicada em 4 de julho de 2007.