Hoje eu vou falar sobre os Penguins.

Não, não esses Penguins em que você pensou. Sim, porque eu sei que você pensou naqueles que têm uma pífia campanha de 7-10-6 na NHL, últimos colocados na Divisão Atlântico e apenas dois pontos à frente do pior time da Conferência Leste.

Esses Penguins vão mal. Mas não os Penguins que são o assunto desta matéria. Não, estes Penguins vão muito, mas muito bem. Tão bem, aliás, que já estamos quase em dezembro e eles ainda não sabem o que é perder nos 60 minutos. Eles também ficam no estado da Pensilvânia, mas do lado Leste. E não jogam na NHL, mas na AHL. Estou falando do Wilkes-Barre/Scranton Penguins, subsidiário do Pittsburgh Penguins.

Já foram 20 jogos na temporada, com 18 vitórias e apenas duas derrotas, ambas na prorrogação, o que garante uma campanha com um zero no número do meio (18-0-2), que representa as derrotas no tempo normal. Jogadores convocados pelo time de cima? Sem problema. Contusões? E daí? Nada parece segurar os Baby Penguins, que no último sábado contaram com dois gols de Tomas Surovy para bater o Binghampton Senators fora de casa por 2-1.

A vitória levou a campanha do time contra equipes da Divisão Leste para 11-0-0 e, mais importante, igualou o recorde de vitórias consecutivas fora de casa (13). Isso depois de já ter conquistado, na quarta-feira passada, o recorde de jogos consecutivos em que o time ganhou pontos — ou seja, incluindo aí as duas derrotas na prorrogação —, que antes pertencia ao Portland Pirates de 1994-95, com 14-0-3 (neste caso, três empates, que, assim como na NHL, não são mais possíveis na AHL).

Um dos principais destaques do time é o goleiro Marc-André Fleury, primeira escolha do rescrutamento de 2003 e considerado o goleiro do futuro dos Penguins (os de Pittsburgh, bem entendido). Ele lidera disparado a AHL em média de gols sofridos, com 1,57 por jogo, bem à frente dos 1,9 do segundo colocado, Pekka Rinne, do Milwaukee Admirals. A liderança é menos folgada em média de defesas, mas seus 93,9% garantem a vantagem sobre os três goleiros com 93%. Fleury não lidera em número de vitórias, mas apenas porque tem 10, contra as 11 de Josh Harding, do Houton Aeros, que disputou quatro partidas a mais.

Às vezes, Fleury está em Pittsburgh. Já foi chamado três vezes, mas sempre retornou por causa de tamanho de seu contrato (ver artigo da semana passada). Às vezes, ganha um descanso do técnico Michel Therrien. E quem tem dado conta de substituí-lo à altura é Dany Sabourin, que até a temporada passada estava relegado ao Wheeling Nailers, da ECHL, liga abaixo da AHL. Sabourin ainda está perfeito, com oito vitórias nas oito partidas que disputou. Ele é o sétimo na média de gols sofridos (2,33) e é um dos já citados três goleiros com média de 93% de defesas.

No ataque, Erik Christensen estava em terceiro lugar em pontos na liga, quando foi chamado para Pittsburgh, três semanas atrás. Michel Ouellet assumiu o comando ofensivo, mas também foi chamado para Pittsburgh, na semana passada. Até a rodada de domingo, ele estava em terceiro lugar na liga, com 29 pontos (dez gols e 19 assistências), mesmo com sete jogos a menos que o primeiro colocado, Erik Westrum, do Houston, que tem três pontos a mais. E sua fase indicava que vinha mais por aí: eram 12 jogos consecutivos pontuando, com nove gols e 14 assistências nesse período.

Com as saídas de Christensen e Ouellet (além de Matt Hussey, também chamado na semana passada), Tomas Surovy passa a ser o artilheiro do time em atividade, com 13 gols e dez assistências em 20 jogos. Colby Armstrong, com sete gols e dez assistências, está em segundo lugar, mas se contundiu contra o Rochester Americans na sexta-feira e não tem previsão de volta.

Na defesa, Ryan Whitney ia bem, tanto atrás como no auxílio ao ataque, e estava entre os dez maiores pontuadores da liga quando foi chamado para Pittsburgh. Ele não deverá ter a oportunidade de melhorar seus cinco gols e nove assistências em nove jogos, já que sua atuação no time de cima é uma das poucas coisas boas que se pode notar na linha azul.

Ainda não se pode avaliar o impacto de toda essa debandada para Pittsburgh no elenco. É possível que a primeira derrota no tempo normal esteja mais perto do que estaria caso o time de cima estivesse bem e não precisasse ter chamado tanta gente de Wilkes-Barre, mesmo com o "reforço" do pessoal que vem do time de cima, como Konstantin Koltsov, Rob Scuderi e Rico Fata. Aliás, por falar no pessoal que desce, em outros tempos seriam objeto de cobiça de times interessados em jogadores com potencial. Nestes tempos de teto salarial, a desistência (waivers) não é mais aquele território amedrontador para o gerente geral.

Era para o artigo ser fechado neste parágrafo, mas na terça-feira surgiu na Internet a notícia de que Fleury foi chamado de volta para Pittsburgh, e desta vez para ficar. Para compensar os prováveis milhões que ele custará em bônus ao final da temporada, os Penguins colocaram Jocelyn Thibault na desistência, conforme informei no mesmo dia no Blog da Redação.

Não era como eu gostaria de terminar o artigo, mas com o nosso prazo apertando não há outra opção. Prometo voltar ao assunto.


Alexandre Giesbrecht, publicitário, mal pode esperar por sábado, quando irá ao show do Pearl Jam no Pacaembu.
PARANDO TUDO Fleury — de novo ele na foto da minha coluna?! — lidera a AHL em duas categorias (wbspenguins.com - 10/11/2005)
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Página publicada em 30 de novembro de 2005.