Por: Alexandre Giesbrecht

• Em ambas as conferências classificaram-se os times nas posições 1, 2, 3 e 5.

• Se nesta última temporada regular já se falou mais do que em qualquer outra sobre trancos contra a cabeça, só nesta primeira fase já se falou mais do que em qualquer outra pós-temporada. E com razão, pois vimos cenas que poderiam perfeitamente ter sido evitadas. Mas parece que a NHL não está muito interessada na segurança de seus jogadores.

• Depois de esperar 35 anos pela virada de um time que saiu perdendo por 3-0 uma série, no ano passado, o feito ficou a um gol de ser repetido já no ano seguinte. Imagino a festa que Dave Clayton faria se os Hawks tivessem marcado na prorrogação do jogo 7.

• Que sirva de lição aos Canucks, que, independentemente do resultado, entraram na extensa galeria dos vencedores do Troféu dos Presidentes que tiveram problemas nos playoffs. A série contra o Nashville — ao lado do Lightning, os únicos franco-atiradores que seguem vivos — pode servir como preparo para os rigores que o Vancouver tende a encontrar nas finais de conferência, seja contra Wings ou Sharks. Por outro lado, a autoconfiança dos canadenses pode ir para o espaço de vez com um mau início, especialmente se Roberto Luongo se mantiver como bode expiatório.

• Se os Canucks tivessem metade da garra com que os Kings jogaram, teriam varrido os Hawks. E provavelmente varreriam as três séries seguintes. Mas garra é algo que não se compra.

• Desde que os playoffs assumiram o formato atual, apenas uma outra vez o campeão do ano anterior ficou na oitava posição de sua conferência. Em 1995 os Rangers, campeões de 1993-94, eliminaram os Nordiques, primeiros do Leste, até com certa facilidade. Os jogos daquela série foram os últimos dos Nords em Quebec. Desta feita, os Hawks quase mantiveram a escrita.

• No ano passado os Flyers foram longe demais para um time sem um goleiro decente. Conseguirão repetir o feito? Não é tarefa fácil. E, mesmo que passem pelos Bruins, a tendência é que peguem os Capitals e seus atacantes pela frente. Não é um confronto muito favorável aos comedores de Cheesesteak.

• Os Sabres tiveram a chance de fechar a série no jogo 6. Em casa, tiveram a vantagem e, mesmo depois do empate dos Flyers, o Buffalo ainda poderia aprontar a zebra na prorrogação. Não conseguiram, apesar do embalo com que chegaram aos playoffs, e acabaram triturados no jogo 7.

• Quem também foi triturado foi o Phoenix. Se no ano passado o time chegou mais longe do que se esperava e depois deu muito mais trabalho do que se esperava aos Wings, neste ano sua participação nos playoffs foi esquecível. E pode ter sido a última no Arizona.

• Mas méritos também aos Wings, que, entra ano e sai ano, seguem fortes, e não apenas na temporada regular, como acontece com diversos times. Um deles é justamente o San Jose, adversário do Detroit na próxima fase. Não pense que os Sharks não sabem disso. Tal conhecimento poderia ser usado para incentivar o time, mas é muito mais fácil ele ser um peso nas costas. As duas primeiras partidas, na Califórnia, darão uma boa ideia do que será esta série.

• Em Pittsburgh, muito vai se falar da atuação de Marc-André Fleury nestes playoffs. Bobagem. Ele foi dominante nas três vitórias do clube e no jogo 7 — sem ele, a vitória do Lightning teria sido consolidada bem antes. O problema é que ele não se destacou nas outras partidas. Tudo bem que não recebeu colaboração praticamente nenhuma da defesa à sua frente, mas ele deveria ter roubado um dos outros jogos. Acabou perdendo o duelo com Dwayne Roloson, e isso foi determinante para um time que estava sem suas duas maiores estrelas.

• Apesar da derrota na primeira fase, o saldo do ano para os Penguins não é dos piores, diante das circunstâncias: mesmo sem Sidney Crosby e Evegeni Malkin durante praticamente meia temporada, o time obteve a segunda melhor campanha de sua história na temporada regular e chegou muito perto de alcançar a segunda fase dos playoffs. Dependendo de como as duas estrelas se recuperarem, dá para 2011-12 ser ainda melhor.

• Ninguém pense que Matt Cooke não fez falta aos Penguins na primeira fase. Claro, nem tanta quanto Crosby e Malkin, mas, supondo que ele mantivesse a compostura (algo longe de ser uma certeza), ele poderia ter ajudado o time a vencer a série.

• Os Penguins têm uma história bastante curiosa com jogos 7. Eles não perderam nenhum dos três que disputaram fora de casa. Mas perderam seis dos oito disputados em Pittsburgh. Além disso, em dez dessas onze séries o time que venceu o jogo 6 levou também o jogo 7. A única exceção? A vitória sobre os Capitals, em Washington, na segunda fase de 2009.

Alexandre Giesbrecht, 35 anos, passeou pelo Metrô de Porto Alegre.
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Página publicada em 28 de abril de 2011.