Por: Fernnando Dittmar

E termina com um gol na prorrogação de Joe Thornton o primeiro encontro entre Los Angeles Kings e San Jose Sharks nos playoffs da Copa Stanley. Os Sharks agora terão pela frente o mesmo adversário da semifinal da temporada passada, o Detroit Red Wings, já os Kings assistem pela TV o resto da temporada enquanto aguardam o longo período de fériase passar.

Após os dois primeiros jogos da série — já previamente cobertos aqui na TheSlot.com.br — ficou clara a sensação de que o duelo seria equilibrado, afinal o time do Los Angeles Kings, antes azarão no duelo, vinha de uma vitória tranquila e sem gols contra o favorito San Jose Sharks.  O ínicio do jogo três parecia seguir pelo mesmo caminho.

Jogo 3 – “Fail on Figueroa”
Jogando em casa pela primeira vez o Los Angeles Kings tentava confirmar a vantagem levantada no território adversário. Com um trabalho muito bem feito no primeiro período, principalmente por conta da grande atuação da terceira linha do time de Los Angeles e com um pequeno auxílio de uma noite infeliz de Antti Niemi, os Kings abriram a vantagem de 3 gols nos primeiros 20 minutos de jogo. A situação ficou ainda mais favorável quando no começo da segunda etapa, quando Brand Richardson marcou mais um gol para o time da casa. Quarto gol que foi a gota d’água para Niemi, que deu lugar para a primeira aparição de Antero Nittymaki no confronto.

Foi então que a ineficiência nos faceoffs custou caro aos Kings. Com 15 disputas perdidas em sequência o time de Los Angeles se viu pressionado o tempo todo pelo ataque dos Sharks em sua zona defensiva, e assim,  viu ruir o contraste que havia se instalado até então na partida para apenas um gol de diferença com os gols de Marleau, Clowe e White. A resposta veio rapidamente com Ryan Smyth, fazendo seu primeiro gol na série.

Mesmo assim a pressão do time de San Jose continuou, municiados sempre pela boa disputa dos faceoffs, até que a defesa dos Kings acabou não suportando e levando o empate antes mesmo do fim da segunda etapa.

O terceiro período que foi de muito receio de ambas as equipes e bastante equilibrado apenas serviu para aumentar ainda mais a tensão para a prorrogação que estava por vir, mais uma na série. Para os Sharks o tempo extra seria a chance de ganhar o fôlego que havia perdido em casa, para os Kings era a hora de evitar um vexame no reencontro com a torcida.

Acabou prevalecendo a paciência dos tubarões de San Jose, que com Setoguchi fecharam o terceiro jogo que premiou a batalha de seu time em busca do resutado que parecia quase impossível. O Staples Center que há quase dez anos via Belanger marcar o gol da vitória inesquecível contra o Detroit Red Wings, episódio que ganhou a alcunha de “Frenzy on Figueroa”, agora via Devin Setoguchi fazer o mesmo diante da atônita torcida de Los Angeles.

Jogo 4 – Mais uma mordida
Mais um jogo no Staples Center, casa do Los Angeles Kings, hora do time da casa tentar cobrir o papelão sofrido no último jogo. Os Sharks queriam aproveitar o momento favorável para praticamente assegurar sua vaga na segunda rodada dos playoffs.

O primeiro período do jogo ficou marcado pelas atuações dos goleiros, ambas as equipes tiveram boas oportunidades de abrir o marcador, mas tanto Niemi quanto Quick praticaram belas defesas para deixar o placar intacto.

Na segunda etapa o lance que talvez tenha custado a partida aos Kings foi quando Drew Doughty resolveu se atracar com Scott Nichol, onde ambos foram penalizados com dois minutos. Durante toda a temporada regular os Kings sofreram na situação de quatro homens no gelo, enquanto os Sharks se deram bem quando tinham mais gelo para atuar, além do que  Nichol está longe de representar para os Sharks o que Doughty representa para esse time do Los Angeles Kings. Como a turma dos tubarões não tinham nada a ver com isso foram logo afiando os dentes e matando o jogo em pouco tempo, Demers e Clowe marcaram cada um o seu para abrir dois gols para San Jose. Não demorou muito para Ryan Clowe marcar seu segundo no jogo, após uma penalidade cometida por Matt Greene que o deixou de fora do gelo por dois minutos.

Completamente dominados nas disputas de faceoffs como no jogo três, o time de Los Angeles não encontrava forças para agredir seu adversário, mas mesmo assim  após uma jogada despretensiosa Brad Richardson acabou marcando no rebote de Niemi. Cinco minutos depois em mais uma jogada que a sorte ajudou os Kings, Justin Williams mandou o disco para Ryan Smyth, mas quem acabou mandando-o pra dentro do gol foi Vlasic. O segundo período terminava com a esperança da torcida presente em ver o resultado ser revertido e dar o troco pelo resultado dois dias antes.

Com apenas dois minutos de terceiro período Joe Thornton mandou um belo balde de água fria nas pretensões dos Kings, gol que também foi seu primeiro na série após dois jogos em branco. Depois disso os Sharks ainda fizeram mais dois com Joe Pavelski e Torrey Mitchell e os Kings marcaram um gol com Alexei Ponikarovsky, que de nada adiantou. San Jose Sharks liderava a série por 3-1 e esperava fechar a vaga diante de sua torcida no HP Pavillion.

Jogo 5 – A noite de Quick
Depois de levar 12 gols nos últimos dois jogos, a defesa era a principal preocupação de Terry Murray para o jogo 5 da série. Pelos lados do San Jose Sharks todos aguardavam uma vitória para fechar o confronto e assim ter mais tempo de descanso, a intenção era manter o ritmo dos jogos anteriores.

Toda a alegria dos Sharks foi embora com a atuação pavorosa que Antti Niemi teve no primeiro período. O goleiro levou três gols em quatro chutes e saiu para a entrada de Nittymakki com menos de 9 minutos de jogo. Destaque para a terceira linha dos Kings, com Richardson, Simmonds e Clifford, que foram responsáveis pelos dois primeiros gols do jogo.

Após os três gols relâmpagos o que se viu foi um verdadeiro bombardeio pra cima de Jonathan Quick. Os Sharks tentaram de todas as formas furar o paredão que se instalou no gol adversário, até conseguiram com Marleau, mas não foi suficiente para dar a vitória que garantiria a vaga.

Vendo os chutes a gol, 52 para o San Jose Sharks e 22 para o Los Angeles Kings, ficou claro a superioridade dos Sharks, como também quão bom Quick foi na partida. Mais um jogo no Staples Center estava por vir.

Jogo 6 – Fim de série
Ressabiados pelos dois péssimos resultados em casa nos jogos anteriores, a torcida dos  Kings se apegou em Jonathan Quick para sobreviver ao jogo 6 e decidir a série no jogo 7, onde tudo poderia acontecer.

Em um dos jogos mais disputados na série, mais uma prorrogação decidiria o futuro das duas equipes. O Los Angeles Kings teve uma chance de ouro nas mãos, tudo por conta de um tranco que tirou McGinn do jogo por 5 minutos faltando 3 minutos do terceiro período. Nesses três minutos sobraram oportunidades, todas finalizadas nas luvas de Niemi. Entretanto os dois primeiros minutos da prorrogação ainda teriam os Kings com um jogador a mais, a vantagem era ainda do time da casa.

Na prorrogação de nada adiantou o tempo com um jogador a mais no gelo, os Sharks souberam matar todas as oportunidades e saíram ilesos da possível pressão imposta pelos Kings. Como castigo pelo pela ineficiência, Thornton marcou seu gol e fechou a série em seis jogos para o San Jose Sharks.

Nada mais justo. Ganhou a equipe que soube aproveitar os momentos decisivos das seis partidas que ocorreram. Foram três prorrogações nos seis jogos da série, todas vencidas pelos Sharks. Coincidência ou não, os dois jogos em que os Kings saíram vencedores foram os jogos em que o time não saiu derrotado nas disputas de faceoffs, o principal pronto fraco da equipe do Los Angeles Kings no confronto.

Para o San Jose Sharks fica a cena de Joe Thornton, criticado pelo sumiço em playoffs, pulando no gelo acompanhado por seus companheiros de equipe, que agora sabem que podem confiar em seu capitão em momentos decisivos. Para o Los Angeles Kings fica a sensação de que com Anze Kopitar tudo seria diferente.

Fernnando Dittmar assistiu pela primeira vez ao seu time, Los Angeles Kings, em ação na TV.

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Página publicada em 28 de abril de 2011.