Por: Thiago Leal

O torneio masculino
A fórmula é simples: 12 times divididos em três grupos de quatro. Todas as equipes se enfrentam dentro de seus grupos. Os resultados contribuíam para uma classificação geral do torneio, com os três líderes de cada chave ficando obrigatoriamente com as três primeiras colocações, mais ou menos como os campeões de divisão na NHL. A fórmula de classificação era: posição em seu grupo; maior número de pontos; saldo de gols; gols marcados; classificação no ranking da IIHF.

Assim, o melhor primeiro lugar seria o primeiro lugar geral dos Jogos Olímpicos. O segundo melhor primeiro lugar seria o segundo lugar geral, o terceiro melhor primeiro lugar seria o terceiro lugar geral e o melhor segundo lugar seria o quarto lugar geral. Esses quatro primeiros colocados garantiram vaga direto nas quartas-de-final. Do quinto ao último colocado geral, todos disputaram um playoff qualificatório para as quartas-de-final. O quinto enfrentando o último (quem vencesse esse confronto enfrentaria o quarto lugar geral); o sexto enfrentando o 11º (o vencedor enfrentaria o terceiro lugar geral), o sétimo enfrentando o décimo (definindo o adversário do segundo lugar geral) e o oitavo jogando contra o nono (confronto de onde sairia o líder absoluto do torneio).

Como todos sabemos, a NHL e a IIHF possuem regras distintas. As mais sensíveis são a diferença no tamanho do rinque é diferente e o icing, que nas competições internacionais não exigem toque no disco, mas os livros de regras das duas entidades listam um número de regras muito maior. As competições internacionais sempre seguiram o formato da IIHF, e os jogadores que costumavam atuar apenas em ligas americanas, como os astros da NHL, permitidos desde 1998, tinham que se adaptar a tais regulamentações. Historicamente falando, essa era a diferença básica entre o hóquei internacional, completamente padronizado, e o norte-americano.

Além de diferenças entre regras da NHL, essa última edição dos Jogos Olímpicos teve algumas diferenças em relações a edições passadas. E, surpreendentemente, a IIHF adotou alguns dos padrões da principal liga de hóquei profissional do mundo.

A mais sensível foi... o tamanho do rinque! Desta vez obedecendo padrões da NHL, não da IIHF. A edição 2010 é a primeira disputada em uma cidade com um time da NHL desde a entrada dos astros nos Jogos Olímpicos. Em 2002, por exemplo, a sede foi Salt Lake City, orgulhosa casa do Utah Grizzlies (que na verdade jogam no subúrbio, em West Valley City). Naquela ocasião, o rinque local foi adaptado para o tamanho exigido pela IIHF. No caso do General Motors Place, a única coisa que teve de ser mudada foi o nome, para Canada Hockey Place, afinal, o Comitê Olímpico Internacional não permite a exibição de marcas ou patrocinadores. Desta forma a logo dos Canucks no centro do rinque e os patrocinadores também foram prontamente retirados. O rinque teve seu tamanho original mantido, e foi a primeira vez na história que os Jogos Olímpicos foi disputado nesse formato, o que certamente afetou seleções como a Suíça, a Noruega entre outras que têm poucos (ou nenhum) atletas da NHL em seu elenco. Dessa forma se poupou custos com reforma do rinque e ainda se ganhou mais com ingressos, já que a arena ficaria menor para que a pista divesse seu tamanho ampliado.

Os Jogos Olímpicos de 2010 tiveram mais uma semelhança com a NHL em seu torneio de hóquei: a quantidade de árbitros. Na edição anterior, Turim 2006, foram utilizados apenas três árbitros, como era regra da IIHF à época. Já a NHL utiliza quatro árbitros desde a temporada 1998-99. A IIHF passou a utilizar o mesmo modelo a partir de 2008, fazendo de Vancouver a primeira edição dos Jogos Olímpicos com quatro homens listrados no rinque. Essa alteração, no entanto, vigorou apenas no torneio masculino. O feminino continuou com o sistema de três árbitros.

Os empates também não estavam mais lá. Até 2006, empates na primeira fase terminavam assim, igual, com um ponto para cada lado. O sistema mudou e se igualou à NHL. Os empates resultavam em prorrogação seguida de disputa de pênaltis em caso de persistência na igualdade do placar. O sistema de pontuação, então, ficou com três pontos para vitória em tempo regulamentar e dois pontos para vitória na prorrogação ou nos pênaltis. O time que perdesse nessas condições ainda manteria um ponto. Os critérios de desempate para igualdade em pontos eram de: resultados de confrontos diretos já disputados entre os times empatados; saldo de gols dos confrontos entre os times empatados; número de gols marcados apenas nos confrontos entre os times empatados; saldo de gols geral; gols marcados no geral; melhor classificação no ranking da IIHF em 2009. Obviamente, se apenas dois times empatassem em pontos, o primeiro critério já resolveria a questão.

As prorrogações não tinham cinco homens de cada lado, mas apenas quatro.

Os times que disputaram os Jogos foram qualificados da seguinte maneira: Bielorrússia, Canadá, República Tcheca, Estados Unidos, Finlândia, Suécia, Rússia, Eslováquia e Suíça estão entre as nove melhores seleções do ranking da IIHF, garantindo classificação automática. Alemanha, Letônia e Noruega classificaram-se em torneio pré-Olímpico, que envolveu da 10ª à 30ª colocada no ranking.

O torneio feminino
Oito países se dividiram em grupos de quatro. Os dois primeiros colocados de cada grupo passariam à semi-final com confrontos cruzados — o primeiro de um grupo enfrentaria o segundo do outro. Bem simples, não?

Canadá, Rússia, Estados Unidos, Suécia, Finlândia e Suíça classificaram-se através do ranking, enquanto Eslováquia e China ganharam vaga em torneio pré-Olímpico.

Thiago Leal, mais uma vez, odeia fazer artigo sem foto.
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Página publicada em 5 de março de 2010.