Por: Humberto Fernandes

O dia-limite de trocas da temporada 2010 não foi dos mais empolgantes. Sem grandes nomes no mercado, jogadores de qualidade duvidosa como Raffi Torres e Dan Hamhuis viraram a sensação, sendo cortejados por diversas equipes.

Ainda assim, este foi o dia-limite mais movimentado da história da NHL, inflacionado por negociações envolvendo jogadores de segunda divisão e prospectos, com 32 trocas realizadas por 24 times, envolvendo 57 jogadores e 25 escolhas no recrutamento.

A seguir, uma análise das movimentações de cada equipe.

Anaheim Ducks
O Anaheim estabeleceu o novo recorde mundial de trocas de goleiros em um único dia: três, com quatro goleiros mudando de time.

A equipe cedeu Vesa Toskala e Justin Pogge e adicionou Curtis McElhinney e Joey MacDonald. A dispensa de Toskala, que sequer atuou pelo time, foi motivada por razões financeiras (leia-se economia). Pogge, o ex-goleiro do futuro e, cada vez mais, uma moeda de troca, foi envolvido na negociação que trouxe o defensor Aaron Ward para Anaheim. Aos 37 anos, Ward tem três títulos da Copa Stanley e será agente-livre irrestrito ao fim da temporada. Apesar de seu saldo de -17, é um bom nome para o terceiro par de defesa.

Os Ducks protagonizaram uma das trocas de maior impacto do dia, ao adquirir o defensor Lubomir Visnovsky em troca do também defensor Ryan Whitney. Visnovsky, 33 anos, é ótimo em vantagem numérica e tem contrato até a temporada 2012-13, com salário médio de US$ 5,6 milhões.

Ao negociar um jogador bem mais jovem por outro mais velho e mais caro (leia mais sobre Whitney no tópico do Edmonton Oilers), fica claro que os Ducks entendem que a troca vai aumentar o nível da defesa. Eles estão pensando apenas no presente.

Atlanta Thrashers
Para o Atlanta, o dia-limite chegou um mês adiantado, quando Ilya Kovalchuk foi negociado.

Desta vez, a equipe agiu como compradora, adquirindo o atacante Clarke MacArthur, de 24 anos, em troca de duas escolhas medianas (terceira e quarta rodadas). O time não fica muito melhor com ele. Na terça-feira, os Thrashers já haviam adquirido o atacante Evgeny Artyukhin, de 26 anos, cujo talento é inversamente proporcional à altura (1,96 m), por uma escolha condicional.

É, o time não aprendeu a lição. Escolhas do recrutamento não nascem em árvores.

Boston Bruins
Segundo os especialistas, o Boston estava interessado em adquirir um atacante. Ao contrário, eles acabaram trocando defensores. A equipe facilitou a saída de Derek Morris, de 31 anos, e adquiriu Dennis Seidenberg, de 28.

Morris prometia tanto há oito anos que ninguém poderia imaginar que, em 2010, ele seria trocado por uma mísera escolha de quarta rodada do ano seguinte. Já o nada espetacular Seidenberg lidera a liga em chutes bloqueados e custou ao time a escolha de segunda rodada, além de dois atacantes inexpressivos (Craig Weller e Byron Bitz). O defensor será agente livre irrestrito em julho.

Os Bruins passam pelo dia-limite sem resolver o maior problema do time e ainda pagando caro por um jogador de aluguel — caro pela escolha cedida, não pelos atacantes.

Buffalo Sabres
O Buffalo venceu a disputa pelo atacante Raffi Torres, de 28 anos, um dos mais desejados do mercado devido à falta de opções.

Torres é um jogador de terceira linha, capaz de marcar 20 gols e 35 pontos por temporada. Para adquiri-lo, os Sabres abriram mão de Nathan Paetsch, defensor que aparecia cada vez menos no time, e a escolha de segunda rodada no recrutamento. Com a aquisição de Torres, Clarke MacArthur tornou-se dispensável, sendo negociado por duas escolhas medianas.

É pouco, perto do que fizeram seus concorrentes diretos na Conferência Leste.

Calgary Flames
A participação do Calgary no dia-limite não deixou sua torcida muito feliz.

A gerência decidiu apostar em um goleiro reserva mais confiável, alguém para dar um descanso a Miikka Kiprusoff. Por algum motivo não comprensível, escolheram Vesa Toskala, que ainda por cima tem cerca de US$ 1 milhão em salário para receber até o fim da temporada. Seria melhor ter solicitado Alex Auld via Desistência.

Também irritou os torcedores a aquisição de Steve Staios, defensor de 36 anos, por ser a primeira troca da história entre os rivais Flames e Edmonton Oilers. Staios é um defensor sem muitos recursos, mais físico do que técnico, daqueles que somam uma centena de minutos de penalidade por campanha. Seu contrato tem mais um ano de duração, no valor de US$ 2,7 milhões, o que já deixa a troca cara o suficiente para o Calgary, que cedeu o defensor Aaron Johnson e a escolha de terceira rodada em contrapartida.

Um goleiro reserva e um defensor de terceira linha não melhoram as chances dos Flames.

Carolina Hurricanes
No seu processo de reformulação para a próxima temporada, o Carolina foi um dos times mais ativos no dia-limite, fechando o período com cinco negociações. A ordem era despachar os jogadores mais velhos que não tinham contrato para o ano que vem, angariando escolhas no recrutamento e prospectos em troca.

Seguindo essa diretriz, a equipe despachou os defensores Aaron Ward (37), Joe Corvo (32) e Andrew Alberts (28) e os atacantes Scott Walker (36) e Stephane Yelle (35), obtendo em retorno cinco escolhas no recrutamento (uma de segunda, uma de terceira, uma de quarta, uma de sexta e uma de sétima rodada), o defensor Brian Pothier (32), que pode ser útil se tiver seu contrato renovado, e três prospectos.

Não foi o feirão que a gerência gostaria de fazer, mas diante do que o mercado demandava, o Carolina se saiu bem.

Chicago Blackhawks
Nenhuma troca no dia-limite, embora muito se especulasse sobre a aquisição de um goleiro.

Colorado Avalanche
Uma das surpresas da temporada, o Colorado também foi protagonista no dia-limite. A troca de Wojtek Wolski por Peter Mueller e Kevin Porter foi uma das maiores.

Segundo a imprensa norte-americana, o lado econômico pesou para a concretização do negócio. Wolski está no último ano de seu contrato, portanto será agente-livre restrito em julho e é provável que seu próximo salário seja maior que o atual (US$ 2,8 milhões).

Tivesse o Avalanche um elenco recheado de estrelas, essa justificativa seria válida. No entanto, o time tem espaço de sobra no teto salarial pelas próximas temporadas, mais do que o suficiente para comportar Wolski por anos a fio.

A gerência preferiu apostar em Mueller, de 21 anos, também proveniente de primeira rodada do recrutamento. Apesar da pouca idade, Mueller tem mais de 200 jogos no currículo, mas há um grande porém: ele produz menos a cada temporada, como se estivesse na fase descendente de sua carreira que está apenas começando. Assim como Wolski, será agente-livre restrito em julho.

Trocar jogadores novos é para quem tem coragem. Apesar disso, em Denver não ficou a sensação de que o Avalanche está mais forte depois do dia-limite.

Columbus Blue Jackets
O Columbus não pode reclamar da sorte. Justamente um jogador seu (Raffi Torres) se tornou, de repente, um dos mais desejados do dia-limite.

A equipe também despachou o veterano Fredrik Modin, ex-jogador em atividade, Alexandre Picard — selecionado com a oitava escolha geral de 2004 que, em 67 jogos ao longo de cinco temporadas, não marcou sequer um gol — e Milan Jurcina, que foi "devolvido" ao Washington Capitals.

Em suas vendas, os Blue Jackets receberam o defensor Nathan Paetsch, que pode se dar bem em Columbus, onde será titular, uma escolha de segunda rodada, uma de sexta, uma de sétima e dois prospectos.

Que venha o ano que vem.

Dallas Stars
Nenhuma troca no dia-limite e pouco se falou sobre o Dallas no mercado. Ano perdido?

Detroit Red Wings
Sem o mínimo de espaço no teto salarial, o Detroit, time sempre ativo no dia-limite, mais uma vez passou em branco.

A gerência até fez duas trocas, mas para ajudar (ou atrapalhar, nunca se sabe, pois os jogadores envolvidos são inexpressivos) o Grand Rapids Griffins, seu time afiliado na AHL.

Os Red Wings acreditam que a grande "contratação" do time seja Johan Franzen, que retornou de contusão após perder toda a temporada.

Edmonton Oilers
Fadado a encerrar a temporada na última posição geral, o Edmonton vendeu o que pôde, a começar pelo defensor Denis Grebeshkov, trocado na véspera por uma escolha de segunda rodada. Apesar de jovem (26 anos), o russo fazia parte dos negociáveis por estar no último ano de seu contrato.

Os Oilers rejuvenesceram a defesa trocando Lubomir Visnovsky e Steve Staios por, respectivamente, Ryan Whitney e Aaron Johnson. São 16 anos a menos.

Whitney, 27, é um defensor de características ofensivas e também tem contrato até 2012-13, com salário médio de US$ 4 milhões. Ele é muito mais alto e mais forte do que Visnovsky e ainda deve aprimorar o seu jogo. No entanto, deve haver alguma coisa de errado com ele para ser negociado por dois anos seguidos. Defensores ágeis, desse porte e provenientes da primeira rodada do recrutamento (quinta escolha geral) não são fáceis de encontrar.

O Edmonton pretendia negociar Sheldon Souray, mas o defensor desenvolveu uma infecção em sua mão recém-operada, o que afastou os possíveis compradores. Ninguém compra um produto caro, com a data de validade vencida e a embalagem amassada.

Perto do que tinha para vender, o Edmonton foi muito tímido no mercado. Não ajuda muito na renovação a aquisição de uma escolha de terceira rodada e outra de sexta.

Florida Panthers
A prometida queima de estoque do Florida não aconteceu afinal, embora a gerência tenha sinalizado nesse sentido em um primeiro momento para, mais tarde, afirmar que não faria liquidação.

Talvez os Panthers tenham compreendido que uma renovação se faz com o tempo, descartando as peças certas. O dia-limite de trocas não é o fim do mundo.

A equipe adquiriu duas escolhas de segunda rodada em troca dos defensores Dennis Seidenberg e Jordan Leopold. E foi só, porque os rumores da possível saída de Tomas Vokoun não se confirmaram.

Los Angeles Kings
Os Kings bem que tentaram adquirir Ray Whitney, atacante do Carolina Hurricanes, mas a pretensão do jogador fez melar a negociação — com 37 anos, o futuro agente-livre irrestrito exigia um contrato de três temporadas para jogar em Los Angeles.

Então, a equipe se contentou com os atacantes Jeff Halpern e Fredrik Modin. Halpern, de 33 anos, é um atacante defensivo, bom nos faceoffs e eficiente para matar penalidades. Típica contratação para aumentar a profundidade do time. Modin, de 35, tem passado mais tempo fora do que dentro do gelo, vitimado pelas frequentes contusões. Até nos Jogos Olímpicos ele perdeu um jogo, sofrendo com problemas estomacais. Seus melhores anos estão há muito no passado, o que faz dele um exemplar da classe dos ex-jogadores em atividade. Modin não é reforço.

Ambos serão agentes-livres irrestritos ao fim da temporada e tudo o que o Los Angeles cedeu pelo aluguel foi a escolha de terceira rodada, uma escolha de sétima e o atacante Ted Purcell, eterna promessa que nunca chegou lá.

A vaga nos playoffs está quase garantida, mas o time não vai ser campeão. A gerência teve bom senso e não sacrificou o futuro em prol de um presente furado.

Minnesota Wild
Meio na briga, meio fora dela. Sem saber se é candidato a ir aos playoffs ou se vai jogar para cumprir tabela, o Minnesota achou por bem garantir uma escolha de segunda rodada em troca de Eric Belanger, de 32 anos, que será agente-livre irrestrito em julho.

Para quem não sabe o que quer, ficou de bom tamanho.

Montreal Canadiens
O dia-limite de trocas só não passou em branco em Montreal porque a gerência trocou Matt D'Agostini por um prospecto.

Isso não ajuda em nada a equipe na briga por uma vaga nos playoffs. Por sua omissão, o Montreal é um dos perdedores do dia-limite.

Nashville Predators
O Nashville é um dos exemplos de bom gerenciamento na NHL. A gerência conhece as limitações do time e sabe até onde vale a pena ir para melhorar suas chances nos playoffs.

Duas escolhas no recrutamento (uma de segunda e outra de quarta rodada) atiradas em troca de um defensor (Denis Grebeshkov) e de um central esforçado (Dustin Boyd).

Grebeshkov, 26 anos, não é o defensor dos sonhos de ninguém, mas será de grande valia no terceiro par da equipe. Boyd, 23, é jogador de terceira ou quarta linha e por algum motivo desconhecido era admirado pelos torcedores do Calgary Flames.

Com inteligência, os Predators aumentaram a profundidade do time, sem cometer abusos, sem sacrificar o futuro.

New Jersey Devils
Não era esperada uma participação ativa do New Jersey durante o dia-limite, afinal a equipe já havia se reforçado um mês antes com a aquisição de Ilya Kovalchuk, e realmente não foi.

Podendo aumentar a profundidade da defesa, por que não gastar uma escolha de quinta rodada com Martin Skoula? Mas que ninguém o chame de reforço, porque ele é indiferente, assim como foi o dia-limite dos Devils.

New York Islanders
No dia-limite, nenhuma troca. Na véspera, duas. Pelo defensor Andy Sutton, a equipe recebeu uma escolha de segunda rodada.

Os Isles poderiam negociar um goleiro, mas com o afastamento de Rick DiPietro por conta de uma nova contusão, a equipe preferiu manter Dwayne Roloson e Martin Biron.

New York Rangers
As duas trocas que os Rangers fizeram no dia-limite não contam, mas o Hartford Wolf Pack, afiliado na AHL, agradece.

Reforço em Nova York, mesmo, só Olli Jokinen, adquirido previamente.

Os Rangers vão com o mesmo time até o fim da temporada, com o agravante de não poder contar com Marian Gaborik.

Ottawa Senators
O Ottawa não atuou no dia-limite porque já havia conseguido o que queria na véspera.

Pela escolha de segunda rodada no recrutamento, a equipe adquiriu o defensor Andy Sutton, de 34 anos, vice-líder da liga em chutes bloqueados. Sutton é um defensor essencialmente defensivo, que não economiza no jogo físico. É um bom reforço para o terceiro par de defesa e para o time de matar penalidades.

É disso que se trata o dia-limite: de cobrir os buracos no time. E os Senators fizeram isso.

Philadelphia Flyers
Muito se falou sobre a possibilidade do Philadelphia adquirir um goleiro no dia-limite para substituir Ray Emery, que está fora da temporada por contusão. Porém, nada foi feito.

Assim, os Flyers vão seguir em frente com Michael Leighton, que nunca disputou um jogo de playoff sequer, e Brian Boucher, que não participa efetivamente desde 2002.

O time tentou adquirir o defensor Dan Hamhuis, mas não chegou a um acordo com o Nashville Predators.

Por precisar tanto de um goleiro e não ter feito nada, o Philadelphia é o grande perdedor do dia-limite.

Phoenix Coyotes
O Phoenix foi o mais ativo do dia-limite de trocas. Curiosamente, é o time de propriedade da NHL, que consome recursos financeiros da própria liga. Esperava-se que a equipe operasse com uma folha de pagamento enxuta, mas aparentemente a gerência tinha uma faixa de valores onde podia trabalhar e recebeu carta branca do comissário Gary Bettman para se reforçar.

Os Coyotes se envolveram em uma das maiores trocas do dia, ao adquirir Wojtek Wolski por Peter Mueller e Kevin Porter. O polonês Wolski, de 24 anos, está em sua quinta temporada, com produção média de 20 gols e 50 pontos por campanha. Muito competente nas cobranças de pênaltis, o atacante tem o quarto melhor aproveitamento de toda a liga, com 18 gols em 34 tentativas. Jovem, ele tem muito a aprender com o treinador Dave Tippett, um gênio.

Outra boa aquisição foi o defensor Derek Morris, 31, que valia mais do que a escolha de quarta rodada do ano que vem paga por ele. Morris já passou pelo Phoenix anteriormente e vai jogar no terceiro par, com menos minutos de gelo do que está acostumado.

Os atacantes Lee Stempniak, 26, e Petteri Nokelainen, 25, chegam para reforçar as linhas inferiores (terceira e quarta, respectivamente). Stempniak tem potencial para 15 gols e 45 pontos, mas seu saldo acumulado de -33 ao longo da carreira mostram que ele não é muito confiável. Nokelainen é mais um que muda de endereço pelo segundo ano seguido, o que nunca é um bom sinal.

A lista de compras incluiu, ainda, o veterano defensor Mathieu Schneider, 40, e o atacante Alexandre Picard, 24.

Por esse pacotão, os Coyotes cederam duas escolhas de quarta rodada, duas de sexta e uma de sétima, os defensores Anders Eriksson e Matt Jones e os prospectos Sean Zimmerman e Chad Kolarik, além dos atacantes Porter e Mueller, esse último selecionado com a oitava escolha geral no recrutamento de 2006.

No pódio do dia-limite, o Phoenix tem um time mais profundo e experiente. Bettman quer entregar a Copa para si mesmo em junho.

Pittsburgh Penguins
Precavidos, os Penguins foram ao mercado mais cedo, fazendo suas compras na véspera, fugindo do transtorno de deixar tudo para a última hora do dia-limite.

A equipe adquiriu Alexei Ponikarovsky e Jordan Leopold, um atacante top-6 e um defensor para o terceiro par. Ponikarovsky, de 29 anos, vai jogar ao lado de Sidney Crosby ou Evgeni Malkin e essa é a grande vantagem do Pittsburgh: qualquer atacante da liga vai funcionar ao lado de um dos grandes centrais do time. Ao longo de sua carreira, o ucraniano marcou, em média, 20 gols e 45 pontos por temporada. Leopold, 29, é um defensor experiente, que joga limpo e com potencial para atuar por 20 minutos.

As duas contratações são por "aluguel", já que dificilmente os Penguins terão espaço no teto salarial do ano que vem para comportar esses jogadores, mas a gerência tenta repetir a fórmula de sucesso das últimas duas temporadas, quando adquiriu os reforços necessários no dia-limite para dar mais profundidade ao time na reta final. São vencedores no dia-limite.

San Jose Sharks
Nenhuma troca no dia-limite. O espaço no teto salarial era curto e a gerência gosta do time que tem, com razão.

St. Louis Blues
Duas trocas inexpressivas no dia-limite, outra na véspera. Desconhecidos chegaram, desconhecidos saíram.

O mais importante para o St. Louis foi não vender seus veteranos e apostar que o time ainda pode se classificar para os playoffs.

Tampa Bay Lightning
Ainda na briga por uma vaga nos playoffs, o Tampa Bay não foi agressivo no dia-limite, embora tivesse muito espaço no teto salarial. Os problemas enfrentados pela franquia fora do gelo contribuíram para essa inércia.

No fim, o Lightning cedeu o veterano atacante Jeff Halpern, de 33 anos, em troca de Ted Purcell, nove anos mais jovem, e uma escolha de terceira rodada no próximo recrutamento. Uma boa troca.

Toronto Maple Leafs
O gerente geral Brian Burke é um dos mais agressivos da NHL. O que ele gosta mesmo de fazer é trocar, de preferência quando o seu time está na parte de cima da tabela e ele se comporta como um comprador. Não foi o caso, desta vez. Amargando a última posição da Conferência Leste, os Maple Leafs foram vendedores.

Depois de adquirir Dion Phaneuf e Jean-Sebastien Giguere no mês passado, não sobrou muita coisa para ser negociada. O defensor Tomas Kaberle ficou preso por sua cláusula de não-troca. Sobrou, então, para Lee Stempniak, negociado pelo jovem defensor Matt Jones e duas escolhas no recrutamento (uma de quarta, outra de sétima rodada).

Por Alexei Ponikarovsky, que passou toda a sua carreira em Toronto, a equipe recebeu diversas propostas, inclusiva uma contendo duas escolhas no recrutamento (a maior delas, de segunda rodada). Burke preferiu, no entanto, apostar em Luca Caputi, atacante de 21 anos, que já está em seu segundo ano como profissional e tem mais valor do que uma "invisível" escolha no recrutamento.

Os Maple Leafs arrecadaram, ainda, uma escolha de quinta rodada e outra de sétima, além de um prospecto para a defesa. O dia poderia ter sido melhor, mas não foi ruim.

Vancouver Canucks
Desfalcado de Willie Mitchell até o fim da temporada, o Vancouver precisava contratar um substituto. Em Andrew Alberts, de 28 anos, encontraram um defensor que joga duro (13.º da liga em trancos), do tipo cão de guarda, que vai fortalecer o terceiro par defensivo.

Alberts custou aos Canucks a escolha de terceira rodada, que não vai ser das melhores, afinal. O time ainda fez duas trocas menores, mas o importante é ter conseguido aquilo que precisava.

Washington Capitals
Líderes da liga, os Capitals decidiram aumentar as chances do time nos playoffs, adquirindo no dia-limite nada menos do que quatro reforços, todos por "aluguel" (jogadores sem contrato para a próxima temporada).

Para o ataque, chegaram Scott Walker, 36 anos, atacante agressivo e muito experiente, do tipo que marca gols brigados, e Eric Belanger, 32, bom jogador para a terceira linha, responsável defensivamente e ótimo nos faceoffs. Para a defesa, foram adquiridos o ofensivo Joe Corvo, 32, especialista em vantagem numérica, muito bom na movimentação do disco, e Milan Jurcina, 26, que passou a maior parte de sua carreira em Washington antes de ser trocado nessa mesma temporada, nome ideal para o terceiro par.

Os Capitals ganham muito em experiência e profundidade. Corvo não é o tipo de defensor que fazia falta ao time, mas a gerência não quis nem saber e tratou de reforçá-lo como podia. É claro que tudo isso tem um preço: duas escolhas de segunda rodada, uma de sexta, uma de sétima, um prospecto e o defensor Brian Pothier. Nada que vá fazer falta.

O Washington encabeça a lista dos vencedores do dia-limite.


Os cinco vencedores do dia-limite
1. Washington Capitals
2. Pittsburgh Penguins
3. Phoenix Coyotes
4. Los Angeles Kings (principalmente pelo que não fizeram)
5. Nashville Predators

Os cinco perdedores do dia-limite
1. Philadelphia Flyers
2. Calgary Flames
3. Montreal Canadiens
4. New York Rangers
5. Dallas Stars

Humberto Fernandes participou do programa especial sobre o dia-limite de trocas da Rádio Center Ice.

AP
Raffi Torres era o atacante mais desejado do dia-limite de trocas.
(04/03/2010)

Christian Petersen/Getty Images
Com seus novos times, Peter Mueller (88) e Wojtek Wolski (86), se enfrentaram em Phoenix.
(04/03/2010)

Jim McIsaac/Getty Images
O defensor Jordan Leopold agora joga no Pittsburgh Penguins, um dos favoritos ao título.
(04/03/2010)

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Página publicada em 5 de março de 2010.