Por: Marcelo Constantino

Pittsburgh Penguins novamente
Uma das melhores séries dos últimos tempos, disparada a melhor desses playoffs. Jogos mais abertos, viradas, empates e gols no fim, gols nas prorrogações, sete jogos, jogos apertados, as maiores estrelas da liga jogando como as maiores estrelas da liga. Até mesmo algumas confusões. O que mais pedir a uma série? Só faltou mesmo que o jogo 7 fosse à altura da série.

Porque no jogo 7 os Penguins sobraram. Sidney Crosby mostrou a Alex Ovechkin que ainda falta alguma coisa para que os Capitals cheguem aos Penguins.

Jogo 7 à parte, apenas o jogo 4 terminou com diferença maior que um gol, 5-3 para os Pens. Todos os demais foram disputados até a última gota. Os jogos 3, 5 e 6 foram decididos somente na prorrogação. E em todos eles geralmente era lá e cá, ataque de um, ataque de outro.

Um dos pontos que pesaram contra os Caps é que o encanto do goleiro Simeon Varlamov (mais um novato que faz sucesso nos playoffs) acabou em algum ponto da série, embora ele ainda segurasse as pontas. Melhor um goleiro que segure as pontas do que uma dúvida (ou decepção) constante como José Théodore. Varlamov cedeu quatro gols no derradeiro jogo 7 e acabou sacado. Tirar uma vantagem de quatro gols num jogo 7 é demais para qualquer time.

Todas as três grandes estrelas estiveram bem na série, sobretudo as duas maiores: Ovechkin e Crosby geralmente estiveram no centro das atenções e nas estatísticas positivas dos jogos. Evgeni Malkin, embora um pouco abaixo, também esteve à altura do que se espera. Mas o vencedor é Crosby, artilheiro e goleador dos playoffs. Craque indiscutível

Do lado dos Caps, quem poderia ter produzido mais era Alexander Semin. O coadjuvante ascendente a estrela decepcionou, mas não foi por isso que os Caps perderam a série. Eles perderam porque jogo 7 é assim mesmo. Você pode ser pego num dia ruim, ou num dia que não seja o do seu goleiro, e tudo vai pelo ralo num único jogo. Não se trata de um problema dos Caps em jogos 7: eles venceram os Rangers na série anterior num jogo 7.

E os Penguins agora rumam para uma nova final, depois de uma temporada em que chegaram a estar até mesmo fora do grupo dos classificados para os playoffs. E rumam como favoritos a uma nova final de Copa Stanley.

Os sensacionais Carolina Hurricanes
A grande surpresa das semifinais de conferência, ou mesmo desses playoffs, é, sem dúvida alguma, o Carolina Hurricanes. Parem para pensar: os Canes não eram cotados para passar da primeira fase. Em algum ponto da temporada eles não eram cotados nem para chegar aos playoffs. Mas chegaram. E passaram da primeira fase. E agora estão na final da Conferência Leste.

Eles não apenas venceram, mas venceram ambas as séries de forma espetacular. Nossa edição do meio de abril á destacava o gol da vitória deles nos últimos milésimos de segundos do jogo 4 contra o New Jersey Devils. A emoção parou por aí? Longe disso. Com a série empatada em 2-2, os times trocaram shutouts para chegar ao jogo 7. Clássico e inesquecível jogo 7, em que os Devils venciam por 3-2 até faltar pouco mais de um minuto para o fim, quando Jussi Jokinen empatou. A emoção parou por aí? Longe disso. Eric Staal virou o jogo um minuto depois, calando o atônito Prudential Center.

Mas os Canes protagonizaram mais e mais momentos de emoção. Eles chocaram a NHL ao abrir 3-1 na série contra o favorito Boston Bruins. Ao longo da temporada os Bruins dividiram com os Sharks a liderança da liga e o favoritismo precoce. Mas encontraram um surpreendente Carolina pela frente.

Depois de trocarem vitórias nos dois jogos iniciais, os times levaram o jogo 3 para a prorrogação. Quem resolveu a parada? Jokinen, que viria a ser decisivo também no jogo seguinte, com nova vitória dos Canes. Com 3-1 na série, os Canes começaram a ver o Boston reagir. E chegaram ao jogo 7. A emoção parou por aí? Longe disso.

Depois de começar perdendo, o Carolina virou o jogo. Mas viu o Boston empatar no terceiro período. Prorrogação. Mas não uma prorrogação qualquer, era uma prorrogação de jogo 7. Que foi vencida pelos Canes no fim do primeiro tempo, com gol de Scott Walker. O mesmo polêmico Walker que havia desferido um soco na cara de Aaron Ward no jogo 5.

Além do silêncio em Boston, a cena marcante do gol da vitória pra mim é o goleiro Tim Thomas imediatamente correndo para longe do gol ao ver que tudo estava acabado.

E, tal qual quando foram campeões, os Canes deixaram escapar uma liderança de 3-1 na série para vencer somente no jogo 7.

Chicago Blackhawks
O Chicago foi o único time que não precisou de sete jogos para vencer sua série. Embora os Canucks realmente sejam melhores do que eu avaliei, não conseguiram superar a bela combinação de velocidade, juventude e habilidade dos Blackhawks.

Patrick Kane e Jonathan Toews mostraram do que são capazes ao longo de toda a série, mas a apoteose foi mesmo no jogo 6, que praticamente venceram para os Hawks. E o melhor de tudo: os Hawks mostraram que são um time equilibrado: têm um ótimo goleiro, têm uma defesa que sabe se portar bem, têm jogadores que sabem jogar fisicamente e têm um ataque que faz a festa. Talvez seja o time mais empolgante dentre os quatro finalistas.

Infelizmente vi pouca coisa desta série, e lamento profundamente não ter acompanhado o sensacional jogo 6, em que os Hawks fecharam a série num espetacular 7-5, sobre o qual só li e vi os melhores momentos. Peço desculpas aos interessados e aos torcedores de ambos os times pela brevidade.

Recado final
Que nenhum dos finalistas ou qualquer dos torcedores se apresse, e por um simples motivo: apenas meio caminho foi andado. E foi apenas a metade mais fácil da jornada.

Marcelo Constantino adora jogo 7.

AP
Scott Walker comemora o gol marcado na prorrogação do jogo 7. Repare no desespero do torcedor dos Bruins, ao fundo, levando as mãos á cabeça.
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Página publicada em 15 de maio de 2009.