Por: Eduardo Costa

Para o Detroit Red Wings, a 20ª temporada consecutiva nos playoffs e 11ª seguida com pontuação centenária ou superior.

Ao St Louis Blues, o televisor e aquela atividade reacreativa que alguns descarados têm a coragem de chamar de esporte — aquela mesmo, em que atletas (?) ganham aplausos até mesmo se acertarem a pequena esfera em um buraco estando a poucos centímetros do mesmo, em algum pasto muito bem cuidado.

Esse é o saldo da temporada regular para esses dois rivais da divisão central.

Ainda assim, e por um bom tempo, cada vez que um torcedor dos Wings passar por um apreciador dos Blues em qualquer rua do Missouri, Michigan ou Roraima, ele será lembrado do que aconteceu no dia 30 de março de 2011.

Não foi uma jogo qualquer. O recap do cortejo parece alguma letra da lendária banda Cannibal Corpse. “Dragado pela luz das trevas sombriamente em estado de apatia.”  Foi terrível. Teve gente que tirou as crianças da sala.

Uma dezena de discos passaram pela meta alvirrubra. E para aumentar a perplexidade do resultado, a contenda foi realizado no quintal dos Wings, na Joe Louis Arena, tendo milhares de seguidores de Gordie Howe, Steve Yzerman e Nicklas Lidström como testemunhas oculares do massacre.

O asa direita Cam Janssem, débil patinador, porém notável jagunço, somava míseros oito pontos em toda, eu disse toda, sua carreira na NHL. Contra os Wings ele esteve insaciável, aparecendo duas vezes no placar, chegando assim a dez pontos na carreira. Um desses pontos foi um tento, matando sua seca de 114 jogos sem marcar.

Os Blues tiraram proveito da morosidade que vem tomando conta dos Wings nos jogos na JLA nos últimos meses. O sistema defensivo está em um nível baixo e com isso não difícil vencer os arqueiros de Detroit na noite, obviamente as principais vítimas da noite.

Com o titular Jimmy Howard no departamento médico, o  reserva do reserva Joey MacDonald não teve talento suficiente para sobreviver ao bombardeio — facilitado pelo pouco comprometimento dos atletas de linha de sua equipe. Após sofrer os primeiros cinco gols, foi sacado.

Então foi a vez de enviar Thomas MacCollum para o abate. Tido com um dos bons valores no sistema da equipe, MacCollum fazia sua primeira aparição na NHL. Não poderia ter sido pior.  Três gols sofridos em oito disparos. Para preservar o jovem goleiro,  MacDonald retornou ao jogo para sofrer mais dois gols.

Oito gols sofridos apenas nos 40 minutos iniciais algo que não acontecia desde Março de 1986, quando foram aniquilados pelo Edmonton Oilers de Jari Kurri, Wayne Gretzky e Paul Coffey por 12-3.  Em 1993, novamente um time com Gretzky e Kurri em suas fileiras, dessa vez os Los Angeles Kings, sapecava 10-3 nos Wings.

Até aquela época placar com dois dígitos para um dos lados não era raro, mas com o teto salarial que fornece, teoricamente, maior paridade, foi um placar que gera manchetes. E muito disso porque foi contra uma organização modelo.

Perguntando sobre sua estréia, o ianque MacCollum foi até bem humorado lembrando que após a surra, as coisas só podem melhorar. Nada pode ser pior realmente.  É o que sempre falo em reação as minhas colunas. Qualquer um que ler qualquer missiva que eu escreva, passa a considerar qualquer outro texto, de qualquer outro indivíduo, por mais tosco que seja - como aqueles do Lancenet -,  dignos do prêmio Esso de jornalismo.

O treinador Mike Babcock seguiu uma linha mais dramática.

“Graças a Deus que acabou,” disse o desolado professor. “Parecia que jamais acabaria. De qualquer forma que você analise — mais pontos do que um touchdown — é feio”

Pelo lados dos azuis, o comandante Davis Payne disse que é preciso começar a buscar o sucesso à partir de agora, mesmo que a chance de pos-temporada inexista. Impor uma goleada nababesca contra um rival de peso sem dúvida é a melhor forma de começar a buscar essa respeitabilidade.

Eduardo Costa tem orgulho dos amigos que tem e lamenta o fim de uma era.

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Página publicada em 3 de abril de 2011.