Por: Alan Adams

Este não é um atestado de óbito dos grande goleiros canadenses, mas poderia ser.

Em uma rápida olhada na página de estatísticas da NHL, você verá que há cinco goleiros americanos, dois finlandeses, dois tchecos e um eslovaco acima do canadense Dwayne Roloson do New York Islanders, já com seus 41 anos, quando se analisa a média de gols sofridos.

Esse cenário só é um pouco melhor quando você analisa a porcentagem de defesas, em que Marty Turco (35), do Chicago Blackhawks, aparece na oitava posição, atrás de tres americanos, dois finlandeses, um elovaco e um tcheco.

Enquanto há o argumento de que os goleiros demandam mais tempo para se desenvolverem, a queda de rendimento pode alarmar os torcedores presentes na parte gelada da América do Norte e os canadenses mais patriotas.

Se as Olimpíadas de Inverno começassem hoje , você poderia dizer que o principal problema da equipe canadense seria entre os postes, especialmente considerando-se o fraco desempenho neste início e a alta média de idade dos goleiros canadenses que estão tendo algum destaque até agora.

Entre ambos os goleiros canadenses que participaram dos Jogos Olimpicos de Vancouver — Martin Brodeur (38) e Roberto Luongo(31) —, Brodeur está mais perto de parar do que Luongo, mas é seguro afirmar que nenhum deles irá integrar a equipe do Canadá nos Jogos Olimpicos de Socchi, na Rússia.

Seria normal ver Brodeur como salvador da pátria, mas o New Jersey Devils vem muito mal na liga e os números não mentem: Brodeur hoje é o 32.º em porcentagem de defesas e o 35.º em gols sofridos.

Luongo vem tendo um desempenho similar até agora. Ele é o 34.° em gols sofridos e o 28.° nas porcentagens de defesas.

É perceptível olhando as estatísticas que, primeiro, como os Estados Unidos conseguiram produzir bons goleiros nos últimos anos e, segundo, como a Finlândia, com sua população aproximada em 5 milhoes de habitantes, continua a produzir goleiros de excelente qualidade com o passar do tempo.

Uma das razões do ótimo desempenho finlandês comparado ao canadense na revelação de goleiros está na estrutura de treinamento direcionado finlandesa. Por esse sistema, um goleiro que entra para o time do Jokerit, decide desde os 6 anos de idade a ficar no time até se tornar profissional.

Eles têm o mesmo treinador, com a mesma filosofia de trabalho durante todos esses anos e essa continuidade vem rendendo frutos. Definitivamente, o Canadá não tem essa abordagem, e os resultados falam por si.

Por um longo tempo, Quebec recebeu a reputação de ser uma fábrica de goleiros porque as crianças lá cresciam querendo ser o novo Patrick Roy. O goleiro ganhou status de deus no hóquei quebecoi após as Copas Stanley ganhas com o Montreal Canadiens e Colorado Avalanche.

Esse tempo se foi.

"Agora eles querem ser outros jogadores," diz Kevin Prendergast, olheiro canadense que trabalhou no Edmonton Oilers por mais de uma década. "Não querem mais ser goleiros."

Até o momento, Carey Price, do Montreal Canadiens, aparece como a maior jóia do gol canadense, que durante a temporada passada perdeu espaço para o então goleiro Jaroslav Halak, que partiu para o St. Louis Blues.

Mas depois de Price não se vê ninguém.

Marc-Andre Fleury até agora vem fazendo uma temporada horrorosa. É o 38.º em gols sofridos e é o 40.º entre 41 goleiros na média de porcentagem de defesas.

Quando estava com os Oilers, Prendergast obteve em sua mãos os melhores prospectos entre todos os 30 times da NHL, incluindo os goleiros.

De acordo com ele, há uma boa geração de goleiros nas ligas menores que um dia podem chegar no topo da liga. Mas para ele o problema é como esses goleiros vêm sendo trabalhados.

"O problema não é acha-los," diz Prendergast. "É nós não desenvolvermos esses garotos."

E isso não soa bem para o Canadá, a terra dos atuais campeões olímpicos.

Alan Adams é blogueiro do The Bleacher Report. O artigo original foi publicado em 28 de outubro e traduzido por Fernnando Dittmar.

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Página publicada em 31 de outubro de 2010.