Por: Daniel Novais

A vida dos treinadores na NHL se torna cada dia mais curta
E caiu mais um treinador da liga. Dessa vez, a vítima foi Laviolette, mais um dispensado mesmo após levar sua equipe a uma Copa (como já havia ocorrido anteriormente com John Tortorella, outro treinador de nacionalidade norte-americana que curiosamente teve seu recorde detécnico norte-americano com maior número de vitória na NHL por Laviolette) não conseguiu se segurar no posto.

Esse seria um ciclo normal, seguido em todo esporte. Quando as idéias de um treinador se tornam antiquadas, e as suas mensagens obsoletas, mesmo para treinadores excepcionalmente talentosos a hora de sair pode ter chegado. Já vimos grandes treinadores mundiais serem trocados por essa razão.

O que incomoda com esse fenômeno de demissões (já é a terceira em pouco mais de ¼ de temporada) é a condição sob a qual elas ocorrem, as motivações, e até mesmo os substitutos. Como cada caso tem suas particualridades, vale a pena falar de todos, em ordem mais recente de data.

1 – Laviolette é trocado por uma (velha) nova mensagem: Maurice
Ara começar, os Canes tiveram um início de temporada marcada pelas diversas contusões que assolam seu elenco. Ainda assim, a equipe ainda apresenta aproveitamento superior a 50% dos pontos., e briga não só por uma vaga nos Play-Offs, como também pela liderança de sua divisão, de onde dista de 3 pontos.

Frente a todo esse cenário, é de se esperar um prazo mais dilatado, certo? Errado. Hoje mesmo, a franquia anunciou o retorno de Mauricepara substituí-lo.

Nada contra Maurice, que é até respeitado em Toronto (apesar dos sucessivos insucessos) e reconhecidamente um dos maiores estrategistas da nova (?) geração de técnicos. Mas o próprio Maurice treinou essa mesma franquia durante 6 temporadas, terminando sua primeira fase em Carolina com apenas um bom resultado por mostrar. Além disso, o maior (ou segundo maior) ícone de liderança da franquia ainda é o mesmo – Rod Brind’amour. Será que um técnico que já vendeu suas idéias, e passou por uma decadência regular a ponto de conquistar apenas 61 pontos na sua última temporada completa na franquia, conseguirá um rendimento melhor? É ver para crer...

2 – Melrose é trocado por um inexperiente assistente seu
Tá certo que tudo em Tampa Bay deve ser encarado com um pouco mais de cuidado atualmente. A franquia faz trocas a torto e a direito, em muitos casos dificultando até que mantenhamos o ritmo de saber qual a sua escalação atual.

Mas a situação de Melrose ganhou contornos bizarros. A começar pelo motivo que causou o convite: Koules, amigo pessoal de Rob Blake, ouviu do próprio que Melrose teria sido o melhor treinador com quem já havia trabalhado. Verdade ou brincadeira de Blake, a história ganhou força, e a primeira açao da nova diretoria dos Bolts ao assumir (junto à divulgação global de que recrutaria Stamks com sua 1ª escolha geral) foi contratar Melrose para retornar ao posto de técnico, após mais de uma década de geladeira.

O resultado inicial não poderia ser outro: uma franquia confusa, sem sistema de jogo definido, e escurraçada diariamente pelo próprio treinador, que não enxergava ser ele mesmo uma das principais razões dos problemas. Motivadores sem estratégias não tem mais espaço na liga.

Independente disso, Melrose sequer teve tempo de tentar se readaptar. Antes do 1o. quarto de temporada, lá se foi outro treinador. Para substituir, um cara experiente, com sistema implantado e que valorrize o talento de sobra do time? Negativo. O escolhido foi Rick Tocchet, não somente novato e aprendiz do falido sistema de Melrose, como também ainda responde a processo por se envolver diretamente com apostas dentro da própria NHL.

Com todo esse cenário de circo, não é a toa que a franquia é das mairoes candidatas nas apostas para ficar com Hedman ou Tavares.Será que Tocchet já fez sua “fezinha”?

3 – Denis Savard substituído por Joel “Coach Q” Quenneville
Ok, essa era uma alteração que fazia sentido. Provavelmente ainda vá fazer a longo prazo ainda mais.

Quenneville é, reconhecidamente, um dos técnicos capazes de tirar o máximo de seu time. Não a toa foi um dos mairoes responsáveis pela impressionante série de 25 Play-Offs consecutivos alcançado enquanto treinador dos Blues.

O que realmente incomoda nessa mudança é o momento em que foi feita. Savard é considerado um treinador moderno, adepto e adequado ao novo jogo da NHL, muito mais veloz do que anteriormente. Ainda assim, trabalhando com um elenco fortemente reformado, teve a oportunidade de dirigir os Hawks por apenas 4 jogos. Ou seja, os resultados dessa temporada pouco devem ter influenciado na decisão final.

Se foi assim, por que não dispensar logo o treinador anteriormente, dando-lhe uma chance de disputar as inúmeras vagas? Senators, Panthers, Islanders, Kings são apenas alguns que trocaram de técnico nas férias e que lembro de cabeça. Foi uma atitude no mínimo injusta para com o treinador.

Curiosamente, rumores apontam o grande e histórico Bowman como responsável direto pela mudança.
Frente a tudo isso, quem você aca que é o próximo a cair? Escreva-nos, participe da revista e da discussão em nosso blog e comunidade do Orkut!

Daniel Novais sempre acreditou que o hóquei tinha o comportamento ideal com seus treinadores, mas a NHL cada vez mais se parece com o futebol — e, para piorar, o brasileiro.
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Página publicada em 4 de dezembro de 2008.