Por: Thiago Leal

Mais uma vez os Capitals decepcionam, e desde dezembro de 2006 já pensavam em outubro de 2007, na próxima temporada da NHL. Quem olha o posicionamento do time na tabela parece achar que não ocorre nenhuma evolução em Washington, fora o fato da capital ter ganho recentemente uma franquia de beisebol para a MLB, o Washington Nationals, antigo Montreal Expos. Hóquei no gelo que é bom, nada.

Pudera... atualmente, além do russo Alexander Ovechkin liderando o time com 74 pontos, os Caps têm boa produtividade ofensiva apenas com seu compatriota Alexander Semin e com o capitão Chris Clark — este com apenas 43 pontos. Os três jogam pelas asas e o primeiro central a fazer estatísticas, Kris Beech, soma apenas 20 pontos. Talvez isso explique por que o clube abriu mão do lituano Dainius Zubrus, mandando-o para Buffalo em troca de uma escolha de primeira rodada e do tcheco Jiri Novotny. Mais que a possibilidade do recrutamento de um bom prospecto, os Capitals têm a esperança de um jogador firme para centrar Ovechkin e Clark, subindo a produção especialmente do segundo.

A troca é o primeiro ponto na lista do futuro promissor dos Capitals. Pelo menos é, até aqui, o mais imediato.

Zubrus também livrou os Caps de seu quarto nome mais caro na folha de pagamento. O terceiro nome da folha deixou o time um dia antes — Richard Zednik vinha tendo um rendimento razoável nas poucas partidas que disputou, assim como seus três anos em Montreal. Para a urgência do Washington, no entanto, seria necessário um rendimento espetacular que justificasse seu salário. Zednik veio por uma escolha de terceira rodada e saiu para Long Island em troca de uma escolha de segunda rodada. Bom, os Caps saíram no lucro.

A economia feita com a dispensa dos dois jogadores pode render uma boa contratação no fim da temporada. Segundo ponto positivo para o futuro.

Dispensando nomes com alguma experiência, o gerente geral George McPhee subiu o jovem Tomas Fleischmann, que veio de uma boa temporada pelo Hershey Bears (AHL). Fleischmann ainda não tem grande experiência na NHL, somando em duas temporadas 24 jogos e apenas quatro pontos. Mesmo assim, sua passagem por Hershey o credencia à oportunidade de jogar uma temporada completa em 2007-08, sendo a experança para as linhas mais baixas do time. Do contrário, certamente será trocado.

Se revirar um pouco mais o baú de onde tirou Fleischmann e recorrer às suas franquias menores, o máximo que McPhee terá em opções para o ataque são os centrais Alexandre Giroux, dos Bears, e Evan Schwabe, pelo South Carolina Stingrays. Eles devem ter suas chances na próxima temporada quando abrir alguma vaga por lesão no time principal. Para a defesa, os Stingrays também oferecem um nome mediano: Jamie Fraser é uma das poucas coisas boas na fraca franquia da Carolina do Sul. Não deve vestir a camisa dos Capitals na próxima temporada, mas é uma opção a ser estudada caso a frágil defesa do Washington peça socorro.

As boas opções que os menores profissionais não oferecem se encontram no hóquei amador. François Bouchard, 35.ª escolha geral de 2006, fosse inscrito apenas hoje no recrutamento, sem dúvida estaria entre os nomes mais disputados. Ainda na Liga Juvenil de Québec, defendendo o Drakkar Baie-Comeau, o ponta-direita vem quebrando a marca dos 100 pontos nas últimas duas temporadas, atingindo, na temporada atual, a marca de 119 pontos em 59 jogos. Um prospecto no nível de Sidney Crosby e Eric Staal? Lembrando que, assim como Staal, Bouchard terá companhia familiar na NHL: seu irmão, Pierre-Marc Bouchard, defende o Minnesota Wild.

Terceiro ponto positivo no futuro dos Capitals.

Para a frágil defesa da capital, as opções são Joe Finley, da Universidade de Dakota do Norte, e Patrick McNeill, que joga pelo Saginaw Spirit da OHL. Finley, 27.ª escolha geral em 2005 está jogando a NCAA. Já McNeill... bom, tudo bem que o menino só veio a ser recrutado como 118.ª opção, também em 2005. Mas parece que o possível futuro na NHL subiu à sua cabeça. McNeill melhorou seu jogo de forma significativa, a ponto de avançar com eficiência ao ataque e se tornar um defensor decisivo. Onde mais se vê, mesmo em ligas juvenis, jogador na sua posição marcar 77 pontos em 68 jogos?

Quarto ponto positivo no futuro dos Capitals.

E se Olaf Kölzig não tem sombra na reserva, tão ruim que o suplente Brent Johnson é, o alemão abra o olho e preste atenção em quem vem da Europa. Semen Varlamov, goleiro do Lokomotiv Yaroslavl da Rússia, é tido como melhor revelação russa debaixo dos paus desde Ilya Brizgalov — grande coisa... — e o possível sucessor de Kölzig — isso sim é grande coisa, sem ironia!. Quem assistiu ao Mundial Sub-20 deve lembrar de Varlamov, que ajudou a levar a Rússia à medalha de prata na competição. Estaria Varlamov pronto para ingressar na NHL já na próxima temporada, ou devemos esperar dois anos para vê-lo no gelo?

Sem dúvida, quinto ponto positivo para o futuro, e um do qual dificilmente o McPhee irá abrir mão.

A maior expectativa em termos de prospecto vem da Suécia, terra de gente boa dentro e fora do rinque. Desse nome vou falar com algum preciosismo e certo exagero, até pelas comparações que vêm sendo feitas. Nicklas Backstrom vai chegar à NHL carregando o peso de ser, para uns, o novo Peter Forsberg — quer responsabilidade maior?

Quarta escolha geral em 2006, hoje com 20 anos de idade e com bons Campeonato Mundial Juvenil e Campeonato Mundial adulto nas costas, Backstrom é aguardado com olhares curiosos em Washington. Se corresponder a tudo que se espera, esse central — a posição que o time tanto precisa — provavelmente será um dos nomes mais badalados da NHL no futuro. Principal central do Brynäs’ SEL, de sua terra natal, Backstrom detém grande habilidade técnica e, como seus compatriotas Peter Forsberg e Mats Sundin, seu jogo tende mais para a sutileza e astúcia que para a força e agressividade. O sueco também prefere o passe ao chute, o que garantiria uma dupla sensacional ao lado de Ovechkin.

Com contrato com o Brynäs’ por mais uma temporada, a imprensa sueca espera que Backstrom renove com o clube por mais um ano antes de partir para a conquista da América. De qualquer forma, este é o sexto ponto positivo no futuro dos Capitals.

O sucesso, certamente, ainda está um pouco longe do Washington. No entanto, o clube tem em vista os prospectos certos para daqui a longos três, quatro anos, torná-lo novamente uma franquia temida na NHL. Ovechkin liderando um time com McNeill, Finley, Varlamov, Bouchard e Backstrom? Certamente, este será o sétimo ponto no futuro dos Capitals — quem sabe, a esta altura, o primeiro ponto em um presente promissor na franquia da capital estadunidense.

Thiago Leal se inspirou em Humberto Gessinger para dar título à coluna, mas prefere Cachorro Grande a Engenheiros do Hawaii.
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Página publicada em 28 de fevereiro de 2007.