Bom, o dia-limite de trocas chegou e muitos times se mexeram. Nem vou
falar das trocas porque sei que os demais membros de TheSlot.com.br
vão falar sobre o assunto — Bertuzzi
em Detroit, Smyth
em Long Island, Guerin em San Jose. Quero falar sobre, claro, o
New York Rangers e a inépcia do gerente geral Glen Sather. Aliás,
fato corriqueiro falar mal dele, sendo torcedor dos Rangers. Algumas
vezes ele consegue ser fantástico e fazer trocas incríveis
(ainda que desnecessárias), como as que trouxeram Pavel
Bure ou Jaromir
Jagr para Manhattan, mas normalmente ele consegue ser craque em
péssimos negócios, além de não fazer o que
realmente é necessário pelo time.
Quais eram as grandes necessidades dos Rangers nesta temporada? O time
está brigando por uma vaga na pós-temporada e o que era
preciso? Um defensor de primeira linha e um central para jogar com Brendan
Shanahan. Isso é fato e vem sendo dito desde o começo.
O time é extremamente dependente da linha de Jagr (Martin Straka,
Michael Nylander e ele), e durante todos os jogos o treinador Tom Rennie
tentou diversas combinações com Shanny (Petr Prucha, Matt
Cullen, Jarkko Immonen), mas nenhuma surtiu efeito. Claro, ele fez mudanças
que surtiram efeito, como colocar Jagr e Nylander com Marcel Hossa e
Straka com Shanahan, mas não é o ideal. A primeira linha
tinha que ser mantida junta e oferecer uma segunda linha mais potente.
Vieram os boatos sobre Keith Tkachuk. Pessoalmente, eu não gostei,
mas vá lá, o cara tem quase um ponto por jogo e jogando
com um veterano como Shanahan, talvez desse certo. Ele foi contratado
pelos Thrashers. Brian Smolinski estava sendo literalmente rifado
pelo Chicago Blackhawks por toda a liga. Os Canucks pegaram. Enquanto
isso, outros times da Conferência Leste se mexeram. Os Penguins
trouxeram Georges Laraque e Gary Roberts para aumentar a força
bruta do time, os Islanders trouxeram o ícone Ryan Smyth, os
Leafs trouxeram Yanic Perreault. E os Rangers? Ninguém. Para
o ataque, claro. Só mandaram Pascal Dupuis embora — que
mal havia chegado —, por Alex Bourret, que parece ser um bom prospecto.
Ou seja, além de Shanahan estar fora sabe-se lá por quanto
tempo, além de tudo o time passa a depender ainda mais de Jagr
e do goleiro Henrik Lundqvist, já que a defesa melhorou, mas
muito pouco.
Pra mim, trocar Aaron Ward por Paul Mara é sair ganhando. Ward
tem 34 anos, é um defensor no máximo decente, mesmo tendo
sido campeão com os Hurricanes. Mara é inconstante —
Tom Poti, o retorno? —, mas tem 27 anos e habilidade para ajudar
uma área extremamente frágil dos Rangers: um defensor
habilidoso para ajudar o time de vantagem numérica e que saiba
conduzir o disco para o ataque. Pode não ser a grande solução
para a defesa — ouvi Brian Leetch por aí? —, mas
é uma melhora, já que seu melhor defensor atende por Michal
Roszival. Acho que com o tempo de gelo que ele vai receber, já
que passa a ser o defensor número um dos Rangers, deve melhorar
seus números. Só não se sabe o quanto ele realmente
vai ajudar a franquia.
Na verdade, quem não se ajudou foi o Sather mesmo. A cada dia
que passa, ele parece querer que Mark Messier assuma seu lugar. Primeiro,
por não ter trazido alguém que fizesse a diferença.
Segundo, por ter deixado claro por toda a liga que se recebesse uma
ótima proposta, trocaria Jagr. Que mensagem ele quer deixar?
De time que ainda luta pela pós-temporada ou time em reconstrução?
Na verdade, nada está claro com os Blueshirts. Em alguns
momentos, parece que o time está reconstruindo com a ajuda de
alguns veteranos. Em outros, os prospectos estão sendo mandados
embora por veteranos questionáveis.
Pra mim, esta temporada já havia terminado há alguns jogos.
Mas nunca deixa-se de acreditar, não? Com tantos jogos ainda
faltando, existia tempo suficiente para uma reviravolta. Felizes são
os times que tem gerentes gerais que mesmo sabendo ser arriscado, trazem
jogadores, como Forsberg em Nashville e Bertuzzi em Detroit. Enquanto
isso, nós torcedores blueshirts, acreditamos que a classificação
para a última pós-temporada foi apenas uma ilusão...