Por: Rory Boylen

Era uma vez um Florida Panthers, aparentemente uma franquia estável, enraizando-se como um azarão e conquistando seus objetivos.

Uma equipe que veio na expansão da NHL em 1993-94, juntamente com o Anaheim Mighty Ducks, que teve o lendário Roger Neilson como seu primeiro treinador e Craig Ramsay e Lindy Ruff como seus assistentes.

A franquia ficou de fora dos playoffs por apenas um ponto em suas duas primeiras temporadas, mas após a saída de Neilson para a chegada de Doug MacLean em 1995-96, os Panthers, que não jogavam o hóquei mais vistoso que se podia imaginar, asseguraram o quarto lugar na temporada e seguiram para a final da Copa Stanley.

"Nós fomos um dos times que seriam criticados por privilegiar o aspecto defensivo do jogo e com isso diminuir seu ritmo," disse Scott Mellanby. "Foi um tipo diferente de jogo. Não me arrependo do que fizemos."

Durante os primeiros sete anos da sua existência, os Panthers tiveram três aparições nos playoffs contra duas do Anaheim. Em nove temporadas desde 2000, a equipe não retornou à pós-temporada, enquanto os Ducks já apareceram por duas vezes nas finais e uma delas lhes renderam uma Copa, graças ao trabalho em torno de estrelas como Scott Niedermayer, Chris Pronger e Teemu Selanne.

O "Ano do Rato" parece que aconteceu em uma realidade distante, até porque atualmente o Florida Panthers é uma equipe ligada ao fracasso, miséria e confusão. Este ano, a equipe atrai uma média de 14.561 torcedores por jogo, que representa 75,6% da capacidade total de sua arena, que o classifica como o 26.º entre todos os times da liga. Eles tentaram truques para atrair os torcedores como nomear seu próprio preço para os assentos e vender seus bilhetes por apenas um dólar, mas este é um lugar onde o clima é agradável e até o novo Miami Heat recheado de estrelas necessita "atiçar" seus fãs através de promoções para os manter em sua arena.

Tudo conspirou a favor em 1996. Era o Ano do Rato no zodíaco chinês e Mellanby ficou conhecido pela história de uma caça a um rato que criou a mania do "rat-throwing" — juntado ao fato de Mellanby ter vivido em Boca Raton, que traduzido do espanhol significa "boca do rato". Foi um sentimento de vitória que tomou conta de Miami há 14 anos.

"Eu nunca vou esquecer o locutor chegando e dizendo: 'Por favor, não jogue ratos de borracha no gelo ou você será expulsa do jogo'," disse Mellanby. "Marti Huizenga estava sentada na terceira fila, atrás da gol, onde a família Huizenga costumava se sentar, depois de um gol lá estava ela pulando para cima e para baixo com um saco cheio de ratos de borracha e jogando-os no gelo. Esta era a esposa do proprietário e, entretanto, eles diziam que iriam colocar ela pra fora por jogar os ratos!"

Enquanto os Panthers encontraram uma forma de ganhar seus jogos entrando com quase quatro linhas de contenção, eles também tinham estrelas que lá mostravam seu brilho. De Pavel Bure a Ed Jovanovski, e até mesmo contando com uma boa produção de Olli Jokinen imediatamente após o locaute, podemos definir o declínio dos Panthers pela troca de Roberto Luongo em 2006. Em vez de se construir sobre o sucesso e criar um mercado, o time de Miami viu tudo desmoronar.

"Esses mercados têm seus grandes fanáticos, mas só muitos deles fazem com que seu time tenha sucesso," disse Mellanby. "Tanto a gente quanto os jogadores querem ver o time novamente tendo sucesso porque estamos orgulhosos com o desenvolvimento da equipe. Eu gostaria de permanecer por bastante tempo na Florida, mas você só consegue se manter estando nos playoffs regularmente."

Até o momento o desempenho do time está abaixo dos 50%, mas só três pontos o separa do grupo dos que vão aos playoffs e com quase um jogo a menos que os que estão na sua frente. É atualmente o único time fora dos playoffs que marcou mais gols do que sofreu, graças em grande parte ao belo desempenho de seu goleiro Tomas Vokoun.

E enquanto a equipe ficou reconhecida por seu fraco desempenho nos recrutamentos e suas trocas questionáveis, trazer o GM Dale Tallon foi o melhor negócio que o Florida Panthers já fez. Tallon focou no recrutamento de 2010 e selecionou três jogadores nas duas primeiras rodadas. Ele também trocou Keith Ballard para o Vancouver por um retorno bem melhor (Steve Bernier, Michael Grabner e uma escolha da primeira rodada) do que a franquia se acostumou a ver.

Já faz alguns anos que vemos como atitudes como essa fazem diferença e Tallon certamente está apenas começando esse processo. Mas, pela primeira vez desde o locaute, os fãs dos Panthers podem realmente ficar otimistas com a gestão seguindo o caminho certo e vendo que boas trocas estão acontecendo. A equipe ainda precisa encontrar uma maneira de ganhar como fez em 1996 para atrair torcedores e readquirir a "onda dos ratos", como anteriormente, mas quando você assiste à versão 2010-11 dos Cats, sua tenacidade e sua capacidade de reação é surpreendente .

Pode o time deste ano repetir o feito? É uma aposta de risco, mas se você assistir a algum jogo ou for ao BankAtlantic Center, você terá a sensação de que é pelo menos possível.

O ano do rato não aparecerá novamente até 2020. Esperemos que isso não faça a franquia ficar muito tempo de fora dos playoffs ou então fazê-lo em outra cidade.

Rory Boylen é jornalista da The Hockey News. O artigo original foi traduzido por Fernnando Dittmar.

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Página publicada em 5 de dezembro de 2010.