A temporada 2010-11 da NHL já está completando um terço e daqui a pouco chegaremos na sua metade, e mesmo assim o Columbus Blue Jackets continua apresentando um bom nível de jogo. Isso não quer dizer que o pessoal em Ohio já esteja se preparando para hastear uma bandeira de campeão da divisão, conferência, nem muito menos da Copa Stanley, mas isso quer dizer que o Columbus parece ser um time que realmente planeja disputar os playoffs nessa temporada.

Antes da rodada do final de semana, os Jackets encontravam-se entre os oito melhores do oeste com 14 vitórias, 9 derrotas no tempo normal e apenas uma derrota em prorrogação, O curioso é que quando pensei em escrever sobre a até aqui boa temporada do time eles estavam ganhando mais do que perdendo, mas nas últimas quatro partidas o time perdeu todas! Então agora, nas últimas dez partidas eles ganharam cinco, perderam quatro e perderam outra na prorrogação, nesse intervalo.

Se jogando em casa eles não conseguem se impor como mandantes (6 vitórias e 6 derrotas), jogando fora de casa eles são visitantes extremamente indesejados, visto que venceram 8 e perderam apenas 3 como visitantes.

Enquanto os Jackets têm um ataque apenas mediano, a sua defesa esta entre as oito melhores da liga, e é isso que tem feito a diferença na temporada da equipe. Em vantagem numérica eles são sofríveis (28° no geral) mas o time de matar penalidades tem tido um bom desempenho.

Quem lidera o time em pontos é o central R.J. Umberger com 19 pontos, enquanto Derick Brassard lidera em assistências com 12 na temporada e dando toda a pinta que pode superar suas melhores marcas nesta temporada. Brassard, que joga sua quarta temporada na NHL (mas apenas a segunda como titular) tem dado mostras que pode sim se desenvolver e se tornar o grande central que tem feito falta a Rick Nash em Ohio. Os dois têm jogado com frequência juntos na primeira linha da equipe e têm dado resultado.

Um dos grandes problemas do Columbus é a falta de profundidade do seu elenco. Se R.J. Umberger parece ter se adaptado bem na segunda linha jogando com Antoine Vermette, tirando Voracek os Jackets não tem asas direitas com qualidade suficiente para manter as linhas rolando, o que fatalmente sobrecarrega o trabalho das duas primeiras linhas, e na verdade, tirando a primeira linha e uma parte da segunda linha, não tem muito mais o que se aproveitar, certo? Bem, isso era dado como certo na pré-temporada, entretanto o time tem conseguido contribuições tão inesperadas como importantes. Se essa ajuda continuar durante o resto da temporada, eu apostaria no Columbus como um dos oito classificados para os playoffs da Conferência Oeste.

Se por um lado o goleiro Steve Mason não tem conseguido repetir o desempenho da sua primeira temporada, ele também não tem sido tão ruim como na temporada passada e tem tempo ainda de se recuperar e salvar tanto a sua temporada como colocar ordem na casa. Isso porque o reserva Matthieu Garon tem números muito melhores que o titular. Em 9 partidas disputadas, Garon tem 6 vitórias e apenas 2 derrotas no tempo regular com média de gols sofridos de apenas 1,73 por partida e eficiência de defesas de mais de 93%, sem contar as três vitórias em que não tomou um gol sequer.

Já o titular, Steve Mason, não tem números tão bons e não tem conseguido calar os críticos que pedem que Garon assuma a posição de titular. Em 16 partidas Mason teve apenas 8 vitórias, com 7 derrotas no tempo regular e uma na prorrogação. Suas estatísticas ainda apontam média de gols sofridos de 2.88 por partida e eficiência de defesas de 91%.

Por que Mason é o titular? Isso, caro leitor, somente Scott Arniel, o treinador chefe dos Jackets, pode responder. Arniel está no seu primeiro ano no comando técnico do Columbus, depois de ter passado uma década com o Manitoba Moose da AHL, seja como treinador assistente ou como treinador chefe (este último de 2006 a 2010, quando saiu para assumir os Jackets em junho de 2010).

Até que ponto a falta de experiência como treinador no nível da NHL pode dificultar ou atrapalhar o seu trabalho? Ainda é cedo para responder isso, afinal de contas Arniel ganhou em 2009 o troféu de melhor treinador da AHL, então ele deve ter a capacidade necessária para ser um bom treinador também na NHL. O problema é que o Columbus não parece ter o material humano necessário para facilitar o seu trabalho...

Além de resolver as dificuldades relacionadas à qualidade e produtividade do seu elenco, os Jackets precisam reencontrar uma maneira de colocar público na sua arena. Na atual temporada o time já bateu quatro vezes o recorde de menor público na história da franquia e tem registrado um público médio de 12 mil pessoas por partida, ou seja, apenas 67% de lotação em média. Isso na média, que fique bem claro.

O que quer dizer que tem jogo onde o time entra no gelo para uma platéia inferior a metade da capacidade da Nationwide Arena. No mínimo, gera uma situação desconfortável e queda de receita. Nesse quesito, o time de Columbus está à frente apenas de Phoenix Coyotes, New York Islanders e Atlanta Thrashers. Não parece ser uma companhia muito boa, quando se trata de público e renda...

Enfim, parece que os Jackets se encontram naquele momento em que eles precisam definir se serão mais uma franquia em dificuldades e que apenas participa da liga, ou se realmente eles querem chegar em algum lugar e fazer parte da disputa. Isso começa com um grande jogador e um time competitivo. Se os resultados aparecem e o marketing funciona, o público aparece. O jogador eles têm, por enquanto, que é Rick Nash, e o time parece estar competitivo na atual temporada.

Em abril quero escrever uma outra matéria sobre a temporada bem sucedida dos Jackets e a melhor temporada de Rick Nash. Será que vai rolar?

Alessander Laurentino virou fã do café “French Vanilla”, do Tim Hortons.

• Capa
• Editorial
• Mudança de ares à vista?
• Um olhar do Canadá
• Blue Jackets tentam colocar Ohio no mapa
• A minha história com a ESPN e a NHL
• NHL na ESPN brasileira
• Ainda há esperanças para os Leafs?
• Medalha de honra
• Panthers visam a recuperar a magia