Por: Alexandre Giesbrecht

Nenhum time levou tanto tempo para perder "de verdade" como os Predators nesta temporada. Depois de previsões de que no máximo brigaria por uma das últimas vagas aos playoffs, o time só soube o que era estar atrás aos vinte minutos do terceiro período em 28 de outubro, na sua décima partida de 2010-11. Antes disso tinha arrebatado ao menos um pontinho em todas as partidas, incluindo aí três derrotas na prorrogação. A derrota em casa para os Blues, por 3-0, naquela data, não tinha jeito de ser mais que um acidente de percurso: foi contra um rival de divisão, que estava fazendo uma grande campanha e que tinha no gol um goleiro em tão boa fase (Jaroslav Halák) que aquele era seu segundo shutout seguido.

Esse tipo de coisa acontece.

Mas aí seguiram-se outras quatro derrotas, e a campanha começou a correr o risco de sair dos trilhos. A liderança da Central não só tinha ido para o espaço, como a sequência serviu para jogar os Preds na lanterna de uma das divisões mais competitivas da NHL. Isso sem falar nos dois jogos seguintes, novamente contra times da Central. Primeiro contra os mesmos Blues que os derrotaram com tanta facilidade, mas agora em St. Louis, e depois em casa contra os Blackhawks, que, se andam em uma surpreendente má fase, ainda são os atuais campeões, status que será mantido até o início de junho próximo.

Ok, os Blues vinham de doze vitórias seguidas em seu gelo, incluindo todas as seis partidas lá nesta temporada, mas seus dois últimos jogos, fora de casa, foram derrotas, incluindo aí os sonoros 8-1 sofridos diante dos Blue Jackets 24 horas antes, e não estavam com força máxima. Seis titulares estavam de fora: os defensores Roman Polak, Barret Jackman e Carlo Colaiacovo, e os atacantes David Perron, Brad Winchester e T.J. Oshie — a contusão de Oshie foi a mais azarada: ele quebrou o tornozelo nos minutos finais da goleada em Columbus. Os Predators tinham seus próprios problemas de contusão: os atacantes Matthew Lombardi e Martin Erat, e o defensor Ryan Suter. Num duelo nessas condições, o empate no tempo normal não foi uma grande surpresa, mesmo envolvendo dois times que foram tão bem em outubro.

Não foi um grande jogo, e os dez primeiros minutos foram de dar sono. Alguma adrenalina só chegou a aparecer quando Marcel Goc salvou em cima da linha um gol certo dos Blues enquanto o goleiro Pekka Rinne imaginava que o disco estava sob seu corpo. Os Predators chegaram a desperdiçar vergonhosamente uma vantagem numérica de cinco contra três por quase cem segundos, sem dar um único chute a gol. Mas na disputa de pênaltis prevaleceram graças a um gol de Goc, que levou do backhand para o forehand e venceu Halák.

De volta à Bridgestone Arena, onde não atuavam desde o jogo que deu início à sequência de cinco derrotas — a entrega do Country Music Awards, no começo da semana passada, foi no estádio —, os Predators teriam de volta Erat depois de quatro partidas e Suter depois de nove. Mas um script que tem sido recorrente nas últimas semanas repetiu-se, tal qual já havia ocorrido diante dos Blues: os Preds saíram atrás dos Hawks, no primeiro período. No segundo, viraram e sofreram a virada, mas conseguiram empatar na metade do terceiro, levando a partida novamente para a prorrogação e, mais tarde, pelo segundo jogo seguido para os pênaltis. O herói desta feita foi Cal O'Reilly, autor do gol decisivo, em uma noite em que apenas defensores tinham sido os responsáveis pelos gols dos Preds no tempo normal.

E nessa noite quem desperdiçou uma vantagem numérica de cinco contra três foi o time de Chicago. Essa vitória deu os mesmos dois pontos na tabela, mas foi mais importante que a vitória anterior para o moral do time, que ficou abalado depois de tantos jogos perdidos. Mesmo os quatro pontos arrecadados não tiraram os Predators da lanterna da divisão, mas dão a esperança de que na próxima sequência de jogos fora de casa, que começa com duas partidas no Canadá na terça e na quinta, eles possam dar início à recuperação para voltar à forma de outubro.

Alexandre Giesbrecht, publicitário, passeou de trem entre as estações Palermo e Retiro.
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Página publicada em 14 de novembro de 2010.