Por: Guilherme Calciolari

O mundo dos esportes é interessante. Veja a NHL, por exemplo, com 30 equipes jogando 82 partidas em seis meses, mas com histórias parecidas em toda temporada. São coincidências, mas que num certo momento se parecem mais com tendências.

Por exemplo: desde o locaute, toda temporada teve um time sensação que pegou a liga de surpresa no começo de temporada e acabou ficando sem gás para a corrida final, quase ficando de fora da pós-temporada. Esses são os números dessas equipes até o dia 10 de novembro.

Em 2005-06, foi o Montreal Canadiens, que ganhou 27 dos de 36 pontos disputados, um aproveitamento de 75%. Os Canadiens terminaram a temporada em 7.º lugar no Leste. Em 2006-07, o Minnesota Wild ganhou 68,7% dos pontos (22 de 32), e terminou a temporada em 7.º no Oeste. Em 2007-08, o Ottawa Senators fez história conquistando 28 de 32 pontos disputados (87,5%), apenas para cair de produção ao fim do ano e se classificar em 7.º no Leste.

Em 2008-09, foi novamente o Montreal, que terminou a temporada na 8.ª posição no Leste após ganhar 77% dos pontos (20 de 26) até 10 de novembro. E no ano passado, 2009-10, o Colorado Avalanche ganhou 27 de 38 pontos, aproveitamento de 71%, chegando aos playoffs com a 8.ª posição no Oeste.

O St. Louis Blues da atual temporada ganhou 21 dos primeiros 28 pontos que disputou, aproveitamento de 75%. Grande parte desta pontuação se deve às atuações do goleiro Jaroslav Halak, que em outubro pegou 93,2% dos chutes e teve média de gols sofridos de 1,72. O ataque dos Blues está entre os piores da liga, então é compreensível que se confie no goleiro.

Mas a história também mostra que depositar todas as esperanças num goleiro quente é arriscado. Dos times acima citados, apenas o Wild de 2007 teve um goleiro fraco. Nos outro casos, o goleiro titular teve grandes atuações, todos com percentual de defesas acima de 93,7% e média de gols sofridos abaixo de 2,04 (considerando apenas o mês de outubro).

O St. Louis sabe que precisa fazer mais gols para não sobrecarregar seu goleiro, mas a missão ficou mais difícil nessa semana. O até então líder em pontos do time, T.J. Oshie, fraturou o tornozelo e terá de passar por uma cirurgia. Não há prazo para sua volta. Outros três jogadores estão de fora por lesão: os defensores Barret Jackman (joelho), Carlo Colaiacovo (concussão) e Roman Polak (pulso), também sem previsão de volta.

Com a principal arma de um ataque anêmico de fora por tempo indeterminado e uma defesa sem jogadores importantes, a carga para Halak ficou mais pesada. Não que tenha sido fácil até agora, afinal três das nove vitórias da equipe vieram na disputa de pênaltis, e o time vem de duas derrotas consecutivas (incluindo um sonoro 8-2 de Columbus).

Os Blues são um bom time, mas ainda muito jovem e inexperiente. Um calendário mais folgado (em relação ao do Avalanche do ano passado) pode retardar a queda de rendimento da equipe do St. Louis, mas isso acontecerá mais cedo ou mais tarde. Falta saber se o time vai se aguentar entre os oito primeiros do Oeste ou se vai quebrar a escrita recente e ficar de fora dos playoffs.

Guilherme Calciolari começou a escrever esta matéria antes da surra em Ohio e não achava que o jabuti St. Louis fosse cair da árvore tão cedo.

Mark Buckner/Getty Images
Jaroslav Halak teve um mês de outubro brilhante. Conseguirá ele manter o rendimento até abril?
(11/11/2010)

Jamie Sabau/Getty Images
T.J. Oshie liderava os Blues em pontos até lesionar o tornozelo. Oshie está afastado por tempo indeterminado.
(10/11/2010)

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Página publicada em 14 de novembro de 2010.