Por: Igor Veiga

Após ficar de fora dos rinques por três semanas devido a uma contusão no ombro esquerdo, o capitão Daniel Alfredsson está de volta ao elenco do Ottawa Senators. E, para a felicidade dos torcedores, o ponta-direita, que fez sua reestreia no último sábado, em Montreal, diante dos Canadiens, parece não ter sentido o efeito dessa longa ausência. Em 17 minutos e 36 segundos no gelo, ele anotou um gol e duas assistências, na vitória de sua equipe por 4-2.

"Ele é um grande impulso para nós, não só por sua habilidade, mas também por sua liderança. Ele é aquele cara que serve de exemplo, pois está trabalhando cada vez mais, sempre se mantendo confiante," disse o defensor Chris Phillips. "Tê-lo de volta é uma injeção de ânimo para todo o time."

Alfredsson, que faz parte da seleção da Suécia que tentará o bicampeonato olímpico em Vancouver, se machucou pouco antes do Natal e, segundo os médicos, ficaria de fora por quatro a seis semanas. Durante esse período, a expectativa por sua volta à equipe da capital canadense era grande, ainda mais devido ao péssimo início de ano do time. Neste mês de janeiro, os Sens chegaram a amargar uma sequência de cinco derrotas, onde sofreram 22 gols e anotaram apenas cinco! Esse jejum de vitórias só viria a terminar após o shutout do goleiro estreante Mike Brodeur diante do NY Rangers de Henrik Lundqvist, por 2-0. Enquanto isso, em Ottawa, após algum treinamentos leves durante a semana, Alfredsson, que já vinha se recuperando muito bem, sentiu que tinha condições de voltar a jogar. Com o aval dos médicos da equipe e do técnico Cory Clouston, e apenas 25 após sua contusão, sua reestreia foi marcada para o sábado, dia 16 de janeiro, em Montreal.

Alfie começou bem a partida contra os Canadiens. Logo aos 11 minutos e 26 segundos do período inicial, ele deu um lindo passe para Zack Smith — que fez seu primeiro gol na NHL — abrir o marcador para os visitantes. Mas foi aos 3 minutos e 35 segundos do segundo período que a festa ficou completa. Após aproveitar um rebote, o sueco deu um leve backhand para dentro do gol de Carey Price. E, para fazer da noite ainda mais especial, perto do fim do jogo, ele roubou o disco e permitiu a Mike Fisher avançar e marcar, em rede vazia, o quarto e último gol dos Sens naquela noite.

"Foi muito divertido voltar a jogar, ainda mais em uma arena como essa. É muito importante tentar vencer no tempo normal e não fazer apenas um jogo de um ponto," disse o camisa 11 dos Sens, que foi escolhido a primeira estrela da partida. Sobre o seu 10º gol na temporada, ele disse: "Foi ótimo. Ainda mais por acontecer no momento oportuno para nós."

Após ao jogo, Alfie chegou à marca dos 29 gols e 68 assistências anotados nas 73 partidas que disputou contra os Canadiens ao longo de sua carreira. De longe, o clube que mais sofreu nas mãos do atacante sueco.

Dois dias depois, os Sens foram a Boston enfrentar os Bruins e, mais uma vez, Alfredsson e cia. deram um show. O capitão do Ottawa não teve piedade e maltratou o goleiro Tim Thomas, que, após sofrer três gols (dois de Alfie) em seis chutes a gol, deixou o gelo ainda no segundo período. A batata foi então assar nas mãos de Tuukka Rask, que ainda sofreria dois gols (um de Alfie) dos Sens, que venceram por 5-1. Uma vitória que teve um sabor especial, já que os Bruins vinham de quatro vitórias seguidas sobre os Senators. Isso os Bruins, porque só o goleiro Tim Thomas vinha de uma sequência de 11 vitórias sobre o Ottawa, com média de apenas 1,43 gols sofridos para o adversário.

"Estávamos falando sobre isso. Esse foi o último de uma sequência de cinco jogos fora de casa, mas eles também estavam voltando de uma dura viagem pela Costa Oeste. Conseguir começar bem a partida foi a chave para a vitória," disse Alfredsson.

Mas o que comentar da atuação de Alfie naquele jogo? Ele n ão só liderou a equipe como saiu do gelo com três gols marcados, sendo, pela segunda vez consecutiva, escolhido a primeira estrela da partida. Foi o seu primeiro hat-trick desde o dia 24 de janeiro de 2008, quando anotou três gols e quatro assistências na vitória de 8-4 sobre o Tampa Bay. Tentando ser humilde, o sueco de 37 anos chegou a apontar para o período em que esteve parado a explicação para a excelente volta aos rinques. "Depois de passar um tempo só treinando, você volta mais descansado do que ninguém," disse ele após o jogo contra os Bruins.

Mas se alguém parece estar surpreso com as incríveis atuações de Daniel Alfredsson, este não é o goleiro Brian Elliot. "Eu não acho que qualquer coisa que ela faça ainda possa surpreender alguém. É impressionante a quantidade de pontos que ele vem fazendo. Desde que ele entrou, estamos muito mais confiantes, só por saber que ele está no gelo ao nosso lado," disse Elliot.

No dia seguinte, os Senators finalmente estavam de volta ao Scotiabank Place, onde receberam o Chicago Blackhawks. Mesmo encarando umas das melhores equipes da atual temporada, o time da casa não fez feio, e saiu do gelo com uma bela vitória de 4-1, a quarta consecutiva. Só que, desta vez, Alfie saiu do gelo zerado. Mas isso não foi visto como um problema para os demais jogadores. Pelo contrário.

"Acho que fomos muito bem nos últimos quatro jogos, e diferentes linhas e diferentes jogadores contribuíram para a equipe. Da última vez, foi a linha do Alfie que marcou todos os gols, e hoje nós tivemos duas. É muito bom para a equipe quando jogadores diferentes marcam gols," disse o central Peter Regin, um dos destaques dos Sens naquela partida.

Com a boa performance dos últimos jogos, os Sens atualmente estão na vice-líderança da Divisão Nordeste e ocupam uma surpreendente quinta posição na Conferência Leste, com 56 pontos ganhos em 51 partidas (26-21-4). E com Alfredsson "pegando fogo", podemos esperar que a boa fase continue. Pelo menos é o que pensa o técnico Cory Clouston.

"Ele é uma peça muito importante para o nosso time. Ele é nosso capitão, e este período em que ele ficou de fora parece que serviu para lhe dar mais fôlego. Você nunca quer que alguém fique contundido, mas se você já está no prejuízo, às vezes, a longo prazo, isso pode ser bom de ponto de vista mental, emocional e físico, já que você pode aproveitar esse tempo para recarregar as baterias."

 

Mas, se mantiver o ritmo, haja baterias para dar conta de Daniel Alfredsson...

Igor Veiga é vascaíno.

Graham Hughes/AP
Mal voltou ao time, o capitão e dono da camisa 11 dos Sens já está "comendo o disco".
(16/01/2010)

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Página publicada em 22 de janeiro de 2010.