O mercado de trocas na NHL esquenta mesmo é ali pela virada do ano,
no meio da temporada, culminando com o dia-limite de trocas. Fora isso,
o melhor momento de trocas na NHL é no período de férias, entre as temporadas.
Mas o burburinho começa desde já. Muitas das eventuais trocas de impacto que serão realizadas da metade da temporada até o dia-limite têm sua fumaça começando a vazar aqui, no começo da temporada. Por isso vale a pena darmos uma olhada no que anda circulando pela boca (não tão) pequena da liga. Não somente burburinhos sobre trocas, mas também sobre agentes livres ainda sem time na temporada.
Entretanto, há dois "poréns" nesta matéria.
O primeiro é que buscamos filtrar os famosos "boatos Al Strachan". Clássico fabricante de boatos, Strachan acaba tendo muito pouco crédito, apesar de divertir a todos com suas histórias de pescador. O problema é identificar entre tantos rumores se eles não passaram pelo "crivo" do colunista. No fim das contas todos sabemos que boa parte desses boatos que circulam ao longo da temporada não tem fundamento mesmo, mas filtramos mesmo assim.
Outro ponto é que não falaremos da novela Mats Sundin. Todos querem Sundin, que só quer Toronto, que também o quer, mas ele vai, ou ele não vai, e por aí vai. Todo santo dia se fala disso, desde que os playoffs passados terminaram. Ou até desde antes disso.
Então vamos a alguns dos boatos mais interessantes que andam circulando, especialmente os que se mantiveram ativos na última semana.
Fora a novela Sundin, um dos que mais despertam os burburinhos na liga atualmente é Brendan Shanahan. Jogador já em final de carreira, mas certamente ainda com uma boa capacidade de produção, o nome de Shanahan vem circulando ao lado de uma pequena fila de supostos pretendentes: Boston, Chicago, Philadelphia, St. Louis e Montreal são alguns deles, mas o jogador quer ir para algum time do nordeste americano. Shanahan necessariamente aumentará o poder ofensivo de qualquer que seja o time que o contrate. Só há dois problemas: a queda de produção do atacante nos playoffs (algo que ocorre desde os tempos de Detroit) e se vale a pena gastar um milhãozinho a mais pelo veterano de 40 anos de idade.
Para variar, estão de volta os boatos sobre uma eventual insatisfação de Ilya Kovalchuk no Atlanta Thrashers. Jogador de alto poder ofensivo numa equipe de péssimo poder produtivo, Kovalchuk estaria querendo jogar em algum time decente na liga. O que é compreensível, diga-se de passagem. Os Habs certamente adorariam tê-lo, e há espaço para isso, mas eu realmente não acredito. De qualquer forma, se for verdade, quem quer que seja o pretendente terá de abrir a carteira para levar o atacante.
Ainda no Atlanta, o time provavelmente vai ter que rifar um de seus goleiros. Como um deles é Kari Lehtonen, volta e meia tem alguém escrevendo que a ex-grande-promessa será a bola da vez. Não acredito, mas nunca duvido da capacidade de gerências estragarem times já ruins. Isso vale tanto para Lehtonen quanto para Kovalchuk.
Já no New Jersey Devils, com a contusão de Martin Brodeur e o habitual tino de Lou Lamoriello surgiram boatos de que ele poderia ir atrás de Nikolai Khabibulin para substituir o goleiro número 1 da NHL durante esses meses de recuperação. Boato difícil de acreditar porque: 1) Khabibulin ganha mais que Brodeur, e 2) o que acontecerá quando Brodeur voltar? Eu vejo como certo o desejo do Chicago Blackhawks livrar-se de Khabibulin, mas simplesmente não há time disposto a pagar quase US$ 7 milhões pelo veterano goleiro.
Outro goleiro que anda sendo rifado é Dwayne Roloson, sensação dos playoffs de poucos anos atrás. O Edmonton Oilers quer literalmente livrar-se do salário de US$ 3 milhões dele, que até vem fazendo um começo de temporada razoável. Entre ele e Khabibulin..., bom, um custa menos da metade do outro.
Insistentes boatos indicam que o defensor Mattias Ohlund está com os dias contados em Vancouver, o que parece ser verdade. O jogador tem cláusula que impede sua negociação, algo que poderá ir para o ralo se os Canucks não conseguirem chegar aos playoffs novamente. Uma fila de times possivelmente adoraria ter Ohlund, mas esse é um caso que dificilmente será decidido antes do entorno do dia-limite de trocas, quando o valor do veterano defensor deverá saltar. E ele provavelmente escolherá para onde vai.
Com mais uma temporada ruim no horizonte, o Florida Panthers poderá rifar o defensor Jay Bouwmeester. O gerente Jacques Martin já anunciou que poderá fazer mudanças no elenco diante de (mais um!) começo ruim. Uma dezena de times adoraria ter o defensor, mas ele dificilmente sairá barato e dificilmente sairá agora. É mais provável que o Florida rife alguns de seus veteranos antes de tomar uma decisão abrupta como essa.
Um defensor que está sendo efetivamente rifado é Brett Clark, do Colorado Avalanche. Vai ser difícil encontrar um time disposto a arcar com o salário de US$ 3,5 milhões dele, mas a imprensa em Colorado alimenta a esperança de o Montreal negociar o goleiro Jaroslav Halak por ele. Difícil de acontecer.
Outro defensor que anda sendo rifado é Darryl Sydor, que um dia já foi feliz da vida quando formava dupla com Sergei Zubov. Tempos idos. Hoje ele mal consegue espaço num time que tem Sergei Gonchar contundido por um bom tempo. Não creio que o Pittsburgh Penguins queira muito em troca.
Um dos jogadores mais marcados para ser negociado nesta temporada é Marian Gaborik. Com a contusão do craque e o bom começo de temporada do Minnesota Wild, é provável que a gerência esteja aberta a propostas. Os problemas para o Wild conseguir um bom retorno por Gaborik são: mais uma contusão no currículo — e não se sabe ao certo a real extensão desta — e o salário pesado de mais de US$ 6 milhões por temporada. Mas é difícil de ver o jogador completando esta temporada com a camisa do Minnesota.
E não duvide: você poderá ver mais uma tentativa de retorno de Peter
Forsberg à NHL, especificamente ao Colorado Avalanche, ainda nesta temporada!
Marcelo Constantino não se ilude com Obama.