O Chicago Blackhawks tinha decidido que seu goleiro número um seria Cristobal Huet, e definido isso, decidiram também que era hora de despachar Nikolai Khabibulin e seu astronômico salário para um goleiro reserva.

Até aí tudo bem, o problema é que no começo da temporada Huet decepcionava (assim como todo o time) e com receio de ver a temporada do renascimento acabar trágica e antecipadamente os Hawks chamaram Khabibulin de volta e ele deu estabilidade relativa na posição número um do time de Chicago. Tudo bem que a troca de treinador com a saída de Savard por Joel Quenneville também teve seu impacto.

Os Hawks até disponibilizaram Khabibulin via Desistência, mas ninguém requisitou o jogador. Muito provavelmente devido ao seu alto salário para um goleiro que parece ter deixado seus melhores dias no passado. Será mesmo?

A intrigante política de seleção do goleiro titular baseado em jogo a jogo pelo novo técnico do time de Chicago não deixou claro ainda quem é o titular da posição para Quenneville.

O próprio Quenneville admitiu antes da última partida contra os Flames que o critério de decisão sobre quem começa as partidas ainda não foi definido e que basicamente ele vem pensando atualmente em 50% para cada um deles, sem levar muito em consideração os resultados recentes nem o histórico de cada goleiro contra o adversário.

Na atual temporada Cristobal Huet tem três vitórias, duas derrotas no tempo regular e uma derrota na prorrogação ou pênaltis, com percentual de defesas de 91,6% e média de gols sofridos de 2,45 até o momento.

Já Nikolai Khabibulin apresenta números melhores, com quatro vitórias, apenas uma derrota no tempo regular e duas derrotas na prorrogação ou pênaltis, com percentual de defesas de 91,9% e de gols sofridos em 2,38 por partida.

A diferença de idade não existe entre os goleiros, uma vez que Huet é apenas dois anos mais novo que o goleiro russo. Porém, Khabibulin tem 12 anos de experiência, foi essencial para a campanha do Tampa Bay em 2004 quando conquistou 28 vitórias e 19 derrotas no tempo regular. Khabibulin começou sua carreira na NHL no falecido Winnipeg Jets, na longínqua temporada de 1994-95. Depois acompanhou o time na mudança para Phoenix, foi trocado para o Tampa Bay, onde ficou quatro temporadas antes de se mudar para o Chicago em 2005-06.

Do outro lado Huet é praticamente considerado um novato, com apenas cinco anos de carreira nos times principais. Tendo começado na Califórnia, depois foi para Montreal, passou rapidamente por Washington e foi adquirido pelos Blackhawks justamente para ser o dono da posição número um. Seu melhor resultado foi na temporada passada com 32 vitórias e 14 derrotas no tempo regular e apenas seis na prorrogação ou pênaltis.

Uma possível solução para a gerência do time de Illinois seria mandar Khabibulin para os Devils, onde ele substituiria o contundido Martin Brodeur nesse espaço de cerca de quatro meses em que os Devils deverão ficar sem seu goleiro titular. Boa parte da imprensa especializada na América do Norte aposta que é apenas uma questão de tempo dessa troca ser realizada.

Obviamente, o Chicago conta com a evolução de Huet e que consiga finalmente se firmar como o dono da posição no time, de forma que Khabibulin seja realmente dispensável, afinal de contas, nenhum time necessita ou comporta nesses tempos de teto salarial de dois goleiros titulares.

A melhora de rendimento dos Blackhawks depois de um começo fraco na atual temporada passa não apenas pela evolução dos goleiros, mas também por uma melhor disposição da defesa que tem se mostrado mais sólida e também pela melhora da ofensividade e do aproveitamento dos atacantes.

Como resultado o time tem voltado a jogar com casa cheia, com recordes de público na temporada e sendo o detentor da maior média de público na atual temporada da NHL.

Quenneville e os fãs esperam que a situação seja definida em breve e que os Hawks voltem realmente a ser um time forte e competitivo também nos playoffs, afinal, é sempre interessante ver o renascimento de uma franquia histórica e com representatividade real na liga.

• Capa
• Editorial
• Faceoff
• Prorrogação
• Dois pra um: a conta do Chicago
• Clássico instantâneo
• Realocação é a solução?
• Um time de quarenta minutos
• Quem está na boca do sapo
• De Brno a Magnitogorsk (Parte 1)