A corrida para a vitória: projetando a campanha necessária neste final de temporada para as equipes se classificarem aos playoffs. Pontuação necessária: 92 pontos na Conferência Oeste e 93 pontos na Conferência Leste (em negrito, atualização nos parâmetros).
É a última vez que nossa "ferramenta de análise" será publicada, afinal, os playoffs começarão na próxima semana. Também ela deixa de ser interessante quando restam poucos jogos na temporada regular.
A Conferência Oeste conheceu mais quatro classificados nos últimos dias: Minnesota Wild, Dallas Stars, Colorado Avalanche e Calgary Flames. Resta apenas uma vaga sendo disputada por duas equipes: Nashville Predators e Vancouver Canucks. A combinação da sensacional vitória de terça-feira dos Predators com a derrota dos Canucks inverteu a situação das equipes. O Nashville agora é o favorito e se classifica com três pontos nos dois últimos jogos. O Vancouver não depende mais de si mesmo e precisa secar o adversário.
Na Conferência Leste ainda há muita incerteza, embora apenas uma equipe ainda no páreo será eliminada da disputa. New Jersey Devils e New York Rangers são os classificados da semana. Ottawa Senators, Philadelphia Flyers, Boston Bruins, Carolina Hurricanes e Washington Capitals disputam quatro vagas. O mais provável é que apenas o campeão da Divisão Sudeste se classifique, a menos que aconteça uma tragédia com as demais equipes. Embora tenha perdido o confronto direto na terça-feira, o Carolina tem a vantagem no desempate. Com dois jogos para o fim, permanecendo a igualdade nos pontos o maior número de vitórias decidirá a favor dos Hurricanes.
A adoção do teto salarial na NHL promoveu o maior equilíbrio das equipes, mas investir alguns milhões de dólares a mais ainda é uma vantagem.
Florida, Los Angeles, Buffalo, Pittsburgh, Atlanta, NY Islanders, Tampa Bay, Washington, San Jose, Columbus, Phoenix e Nashville têm as 12 menores folhas de pagamento da da liga.
Apenas os Penguins e os Sharks estão classificados para os playoffs, enquanto Capitals e Predators lutam pela última vaga em suas conferências.
Entretanto, não existe correlação entre pontos conquistados e dinheiro gasto
nesta temporada, como demonstram Philadelphia e Boston, os dois maiores gastadores, ambos acima dos US$ 50,3 milhões em salários graças a diversas contusões sofridas em seus elencos, mas com a classificação ainda em risco. O exemplo oposto é o Detroit, provável vencedor do Troféu dos Presidentes e com apenas a 16.ª maior folha de pagamento da liga.
Se apenas duas equipes entre as 12 de menor orçamento estarão nos playoffs, outras 14 entre as 18 que mais gastam completarão a pós-temporada. Logo, o dinheiro ainda é um bom preditivo do sucesso. A maior folha salarial não vai necessariamente vencer a Copa Stanley, mas permite que o treinador escale um time melhor.
Outra luta menos nobre na tabela de classificação é pela primeira escolha geral no recrutamento.
Cinco equipes concorrem ao "prêmio de consolação": NY Islanders, Tampa Bay, Atlanta, St. Louis e Los Angeles. A última posição, no entanto, deve ficar com os Kings, que em seus três jogos restantes enfrentam os Sharks (duas vezes) e os Ducks. Caso os Kings consigam a façanha de ganhar de dois dos melhores times da liga quando a razão manda perder, o Lightning pode "surpreender" roubando-lhes o posto de pior da liga.
É bom lembrar que "conquistar" a última posição não garante ao time a primeira escolha geral, apenas aumenta a probabilidade de vencer a loteria da NHL.
O sistema funciona assim: as 14 equipes que não se classificam para os playoffs participam da loteria, em que apenas um time é selecionado. O sortudo não pode subir mais do que quatro posições, ou seja, apenas os cinco últimos colocados da temporada regular podem obter a primeira escolha geral. Nenhuma equipe pode perder mais que uma posição no sorteio.
A probabilidade de vencer a loteria é indicada a seguir, de acordo com a classificação da equipe:
30.º ... 25%
29.º ... 18,8%
28.º ... 14,2%
27.º ... 10,7%
26.º ... 8,1%.
Do 25.º ao 17.º, a probabilidade varia entre 6,2% e 0,5%.
No fim das contas, o último colocado tem 48,2% de chances de conquistar a primeira escolha e 51,8% de recrutar em segundo. Porém, nos últimos dez anos, apenas duas vezes a maior probabilidade prevaleceu. Por quatro vezes o 28.º colocado, com 14,2%, venceu o sorteio.
Portanto, não basta ser o pior, é preciso contar com a sorte na loteria da NHL, a ser realizada na segunda-feira, dia 7.
Kim Stallknecht/Getty Images
"Mostra aí que eu quero ver!"
Ryan Kesler vem sendo um dos destaques do Vancouver Canucks na temporada, atrás apenas dos tarimbados Henrik e Daniel Sedin, Markus Naslund e do emergente Taylor Pyatt. No clássico contra o Calgery Flames, Kesler assinalou assistência para gol de Brad Isbister, o último da noite. Depois, olhou para cima para admirar o resultado no placar eletrônico: 6-2. Trevor Linden foi o destaque da partida com dois gols. Mas, só para não perder o costume, Sami Salo e os irmãos Sedin arrasaram e deixaram pontos ao longo de toda a partida. De quebra, Roberto Luongo parou tudo lá atrás e os Canucks conseguiram um resultado importantíssimo na luta para chegar à pós-temporada, num dos melhores jogos da semana. Depois de um passeio desses, é natural que até Kesler fique boquiaberto.
(30/03/2008)
Não vamos saber ao certo até junho, mas no momento a aquisição de Brian Campbell pelo San Jose Sharks foi o melhor negócio do dia limite de trocas.
Campbell tem 16 pontos em 17 jogos* pelos Sharks, totalizando 59 pontos na temporada, o suficiente para ocupar a terceira posição entre os defensores. O mais impressionante é que Campbell ainda não foi derrotado no tempo regulamentar atuando por sua nova equipe. Em 17 jogos, foram 15 vitórias e duas derrotas nos pênaltis.
A sequência invicta do defensor não é novidade em San Jose. Na temporada passada, após adquirir Bill Guerin, os Sharks perderam apenas uma vez nos 17 jogos finais, até cair na segunda rodada dos playoffs diante do Detroit Red Wings em seis jogos.
Outro candidato a melhor negócio é Christobal Huet, goleiro adquirido pelo Washington Capitals, que venceu oito dos dez jogos disputados*, com incríveis 93,1% de defesas e dois shutouts.
Já o outro lado da moeda pode ser Peter Forsberg, adquirido pelo Colorado Avalanche. Para Adrian Dater, que já foi citado aqui na
semana passada, o craque sueco é uma distração para o time e para os fãs. Quando menos se espera, Forsberg está no gelo. E aí na partida seguinte os Avs alegam que ele tem um problema na virilha. "[...] Forsberg nunca mais jogará cinco jogos seguidos pelo resto de sua carreira," especula Dater.
Quando joga, Forsberg ainda é magnífico. Em sete jogos ele marcou nove assistências*. O protesto do jornalista é oportuno na medida em que os Avs não divulgam informações precisas sobre as condições físicas do jogador. E então, segundo Dater, a participação de Forsberg no jogo seguinte sempre será "questionável".
* A nota foi fechada antes da rodada de terça-feira.
Aliycks-unda Aeyvitchkin é a pronúncia do nome do mais fascinante jogador de hóquei da atualidade. Alexander Ovechkin é como se escreve. Mas em nosso último curso de russo por correspondência, aprendemos a
pronunciar seu nome corretamente.
Pois Ovechkin (leia-se Avechkin) lidera o Washigton Capitals rumo a uma histórica classificação aos playoffs. Mesmo que o Carolina Hurricanes tenha a vantagem do desempate, dificilmente alguém apostaria contra Ovechkin. Ele marcou mais gols, somou mais pontos e desferiu mais chutes que qualquer jogador na liga.
O fenômeno Ovechkin tem 436 chutes a gol, quase cem a mais que Olli Jokinen, o segundo colocado, com 338. Quando os chutes pra fora entram na conta, o hiato é ainda mais acentuado. O russo chutou 632 vezes contra 450 do rival mais próximo. E nesta lista não estão incluídos os chutes bloqueados, o que nos permite imaginar que Ovechkin alcançaria os mil chutes na temporada.
Na vitória sobre o Carolina na terça-feira, Ovie do 8 marcou seu 63.º gol na temporada, igualando o recorde de gols de um ponta esquerda, estabelecido por
Luc Robitaille em 1992-93.
Até mesmo Evgeni Malkin, rival direto na disputa pelo Troféu Hart concedido ao jogador mais valioso para seu time, elegeu seu compatriota como o melhor: "Eu ainda tenho chances de me tornar o MVP desta temporada, entretanto estou certo de que Alexander Ovechkin é o melhor jogador da NHL nesta temporada e ele vencerá o prêmio".
Na edição de 1.º de abril da revista The Hockey News, o jornalista Ken Campbell, após ouvir diversos peritos da área, classificou todos os gerentes gerais da NHL em ordem, do melhor ao pior. O foco principal esteve no desempenho ao longo desta temporada, incluindo o dia limite de trocas.
1. Brian Burke, Anaheim
Não é surpresa encontrar Burke em primeiro lugar. O gerente construiu um dos melhores times da liga e ainda correu grandes riscos em duas decisões dificeis, quando Scott Niedermayer e Teemu Selanne não retornaram para Anaheim em setembro. Ele não hesitou e substituiu as estrelas por Mathieu Schneider e Todd Bertuzzi, ambos disponíveis no mercado de agentes livres. Mais tarde, quando os ex-jogadores enfim decidiram que suas vidas ainda estavam ligadas ao hóquei, Burke abriu espaço na folha salarial dos Ducks para comportar a dupla.
2. Lou Lamoriello, New Jersey
O "matador de treinadores", nas palavras de Pat Quinn, conquistou a segunda posição por três motivos:
contratou o melhor treinador disponível fora do circuito da NHL (Brent Sutter), aprendeu a controlar o orçamento de sua equipe dentro do teto salarial e manteve a equipe vitoriosa mesmo sem Scott Gomez e Brian Rafalski.
3. Ken Holland, Detroit
As habilidades de Holland
para obter jogadores e mantê-los em Detroit por menos do que o valor de mercado são lendárias. Não há na liga uma mente mais brilhante que a sua e muitos vão concordar que ele deveria ocupar a segunda posição no ranking.
Completam os dez mais: Bob Gainey (Montreal), Darryl Sutter (Calgary), Doug Risebrough (Minnesota), David Poile (Nashville), Brett Hull e Les Jackson (Dallas), Doug Wilson (San Jose) e Paul Holmgren (Philadelphia).
Entre os piores estão Don Waddell (Atlanta), Kevin Lowe (Edmonton) e o inigualável Jay Feaster (Tampa Bay), o pior gerente da liga.