Por: Darren Eliot

Há disputas abundantes pela NHL — tanto de times como de indivíduos. No que se refere à artilharia, a ascensão de Joe Thornton no fim de temporada faz com que todo mundo especule se ele vai alcançar Sidney Crosby e defender com sucesso o Troféu Art Ross que conquistou um ano atrás.

No que se refere ao papo sobre o MVP da temporada, de novo o foco está em Crosby, que vem liderando as desconcertantes crianças de Pittsburgh. Jogue no meio os goleiros Martin Brodeur, em New Jersey, e Roberto Luongo, em Vancouver, e o debate parece completo.

A primeira temporada de Luongo no Oeste mostra o goleiro levando seu time ao possível título da Divisão Noroeste. O único problema é que o Minnesota Wild alcançou o Vancouver no topo da divisão, e ambos os times continuam vencendo jogos em um ritmo incansável. O Wild começou a esquentar no início de janeiro e ainda não esfriou. O catalisador para a disparada tabela acima foi o retorno ao elenco, em 6 de janeiro, de Marian Gaborik. A sorte do time é diretamente proporcional ao número de minutos de um único jogador, já que, desde então, o time tem uma campanha de 24-6-5.

Atualmente, Gaborik está com uma seqüência de oito jogos pontuando, e o Wild está em uma seqüência de nove vitórias seguidas, recorde da franquia. Gaborik tem cinco gols, oito assistências e 13 pontos em seus últimos oito jogos, mas os números só contam uma parte da história.

Junto com Pavol Demitra na principal linha do time, os dois pontas são elétricos em gelo aberto, a dinâmica perigosa que o gerente geral Doug Risebrough previu quando trouxe Demitra do Los Angeles Kings no último verão setentrional. Com Brian Rolston nos 30 gols e Gaborik e Demitra bem acima do patamar dos 20 gols, esta é a primeira vez que o Wild vê ao menos três de seus atacantes com 20 gols ou mais.

E, apesar de equilíbrio ser essencial, Gaborik é aquele que faz o Wild pegar. Ele está atuando com total confiança, e o resto do Wild está jogando com um estilo mais agressivo ofensivamente. A defesa está muito mais competente na subida para a zona neutra, tornando possível uma rápida transição de ataque.

Como já resumia Wayne Gretzky na semana passada, quando seus Coyotes perderam por 3-2 em Minnesota, "a única coisa que vence a dedicação é talento e dedicação. Para eles, a dedicação ainda está lá, e agora eles têm muito mais talentos que nos anos passados."

É aí que a segunda metade de temporada de Gaborik é realmente incrível, e provavelmente não está sendo devidamente reconhecida porque ele ficou de fora de 34 jogos por causa de problemas na virilha. O Wild começou a temporada com uma seqüência de seis vitórias, e pouco depois Gaborik contundiu-se. O Wild segurou-se sem ele, mas não sabia quão bom o time poderia ser.

Muitos jogadores achavam que o Minnesota tinha um bom elenco, mas agora a realidade está comprovando ou excedendo as projeções anteriores. É por isso que não se pode minimizar a influência de Gaborik. Ela é quantificável: ele tem 28 gols em 42 jogos, um ritmo que lideraria a liga se ele tivesse disputado todas as partidas de seu time até aqui. Em termos de pontos, seu total de meia temporada (50) igualmente projetado faria com que ele estivesse na disputa com Crosby e Thornton.

Como Gaborik não vai produzir uma "obra completa" nesta temporada, não vai ter em mão nenhuma premiação em junho — certamente não o Art Ross e muito provavelmente nem o Troféu Hart. Mas, no geral, apesar de ele ser o destaque do Wild já há algum tempo, este é agora realmente o seu time. Marian Gaborik é o MVP do Wild: a Mais Visível Presença.

Darren Elitot é jornalista da revista Sports Illustrated. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 28 de março de 2007.