Por: Alexandre Giesbrecht

A briga no topo da Divisão Central é boa. Aliás, ótima, porque vale também o topo do Oeste e, quem sabe, até da liga. Mas há outra briga de foice que está valendo cada vez mais o ingresso: na Divisão Noroeste.

Nessa divisão, aliás, a briga não se restringe à parte de cima. Logo abaixo, uma má seqüência por parte dos Flames deu novo ânimo ao Avalanche, que subitamente vê renovadas suas esperanças de classificação. Menos de um mês atrás, o panorama do Oeste parecia definido, só faltando definir quais seriam as colocações dos classificados aos playoffs. Mas os Avs recusaram-se a desistir, e uma campanha de 8-1-1 nos últimos dez jogos fez reacender a briga.

Os Flames ainda têm uma vantagem de seis pontos (e um jogo a mais), por isso ainda é cedo para dizer que os Avs vão tomar o lugar do time de Calgary na pós-temporada. Por outro lado, na disputa pela liderança da divisão, é ainda mais difícil fazer qualquer prognóstico.

Na manhã do último dia 1.º, o Vancouver tinha apenas um ponto de vantagem sobre o Minnesota, embora tivesse um jogo a menos. Passando quase que como um rolo compressor por sobre seus adversários desde então (8-1-1), seria de se imaginar que agora haveria uma confortável diferença de pontos entre os Canucks e o Wild, não?

Que nada! O Wild conseguiu exatamente a mesma campanha de 8-1-1 no mesmo período e manteve a pressão — curiosamente, é também de 8-1-1 a campanha dos Avs em seus dez últimos jogos.

Quando o goleiro Manny Fernandez se contundiu, não se sabia se o time agüentaria o tranco. Agüentou, porque "achou" Niklas Backström. O finlandês mantém campanha de 15-3-2 desde que o titular se afastou, o que só tem alimentado rumores de que Fernandez estaria de saída, mesmo com um ano de contrato (a US$ 4,33 milhões) por cumprir. É que sempre há a esperança de que algum time estaria desesperadamente atrás de um bom goleiro e disposto a bancar um alto salário. No caso, os mais cotados seriam Panthers, Coyotes, Kings e talvez Flyers.

O que atrapalha um pouco esse cenário não é nem a falta de experiência de Backström — lembram-se de Jim Carey e de Blaine Lacher? É que seu contrato vence ao final da temporada, e, depois das atuações ao longo do ano, vai ser difícil assinar com ele por um preço camarada. Ou seja, neste mundo de teto salarial não vai ser a coisa mais fácil do mundo manter dois goleiros caros no elenco.

É claro que não é apenas o goleiro que está ajudando o time a se manter como a quarta melhor defesa da liga. Há ainda o defensor Keith Carney jogando como nunca jogou antes e ainda dando o exemplo a jovens valores como Brent Burns. E, como manda a cartilha do técnico Jacques Lemaire, todo o esquema defensivo está sendo seguido à risca. É como se estivéssemos nos melhores tempos da armadilha.

Falando em Lemaire, ele, que é um estudioso de táticas e outros aspectos do jogo, tem implantado um esquema de treinamentos diferente do que se vê na maior parte das outras cidades da NHL. Em Minnesota não há rotina: Lemaire muda a programação dos treinos dependendo do que o Wild precisa melhorar. Quando ele assiste de novo a alguma partida gravada, se ele percebe que há alguma área em que o time está mal, sempre há algum exercício para ser inventado a fim de trabalhar essa área.

Nem é algo tão avançado assim, mas geralmente as idéias mais simples são as menos testadas. Parece estar funcionando por aquelas bandas. Só falta os Canucks começarem a "colaborar".

Alexandre Giesbrecht, 30 anos, foi no último sábado padrinho de casamento pela segunda vez em cem dias.
Ann Heisenfelt/AP
O goleiro Niklas Backström comemora mais uma vitória com seus colegas.
(20/03/2007)
Chuck Stoody/CP/AP
Kurtis Foster e seu Wild bem que tentaram nos últimos jogos, mas as oito vitórias em dez jogos não os deixaram nem um pontinho sequer mais próximos dos Canucks de Mattias Ohlund.
(13/03/2007)
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Página publicada em 21 de março de 2007.