Por: Humberto Fernandes

Comentários sobre os oito times classificados para os playoffs na Conferência Leste.

(1) Washington Capitals x New York Rangers (8)
Os Capitals dirigiram por praticamente toda a temporada regular com o freio de mão puxado, na transição entre um estilo de jogo extremamente ofensivo para um equilibrado. Funcionou: com 197 gols sofridos, tiveram a quarta melhor defesa da liga, algo impensável nos anos anteriores. Houve um momento em que o time perdeu a liderança da Divisão Sudeste para o Tampa Bay Lightning, mas na reta final a equipe apertou o pedal da direita com mais força e conquistou até a primeira posição da Conferência Leste.

A mudança no estilo de jogo contaminou Alexander Ovechkin, outro que, aparentemente, aprendeu que não adianta marcar mais de 60 gols na temporada regular para sucumbir nos playoffs. Mas mesmo uma temporada ruim do russo (32 gols, 85 pontos) é boa o bastante para classificá-lo como o sétimo maior artilheiro da temporada. E Ovechkin não foi suspenso sequer uma vez, apesar de seus 241 trancos.

Os Rangers, mesmo com 11 vitórias nos últimos 18 jogos, ainda precisaram contar com uma derrota do Carolina Hurricanes no último jogo para se classificar. Tudo porque a equipe inexplicavelmente foi derrotada pelo Atlanta Thrashers por 3-0 no 81.º da temporada, adiando o que parecia certo.

Não é um time de um jogador só, mas os Rangers precisam tanto de Henrik Lundqvist quanto os seres humanos precisam de oxigênio. Com 11 shutouts na temporada, Lundqvist liderou a liga no quesito.

(2) Philadelphia Flyers x Buffalo Sabres (7)
Em qualquer prévia dos playoffs, os analistas vão afirmar que os Flyers são moldados para esta fase da competição. O fato é que os Flyers têm Chris Pronger e isso por si só lhes garante uma longa campanha. Recuperando-se de contusão (mão quebrada), Pronger ainda é dúvida para o primeiro jogo da série.

A profunidade ofensiva dos Flyers é tão grande que Mike Richards (23 gols, 66 pontos) e Jeff Carter (36 gols, 66 pontos), seus dois melhores atacantes, ocuparam apenas a terceira e a quarta posições, respectivamente, entre os artilheiros do time na temporada regular. O maior destaque do time foi o jovem e versátil Claude Giroux, autor de 25 gols e 76 pontos.

Os Sabres viraram a própria mesa em 2011. A equipe conquistou 28 de suas 43 vitórias depois da virada do ano, revertendo o o mau começo de temporada em que perderam mais do que ganharam (18 derrotas contra 15 vitórias, além de quatro derrotas no desempate). Na maratona do mês de março, foram dez vitórias em 16 jogos. O time demorou a engrenar e, na reta final, sem o goleiro Ryan Miller, seu jogador mais importante, o Buffalo prendeu a respiração, mas o reserva Jhonas Enroth foi um substituto à altura.

A arrancada que garantiu a classificação é mais uma façanha de Lindy Ruff, considerado um dos melhores treinadores da NHL.

(3) Boston Bruins x Montreal Canadiens (6)
Na temporada em que perderam Marc Savard por tempo indeterminado, os Bruins redescobriram o potencial de Milan Lucic, badalado atacante que chamava a atenção mais pelo seu tamanho do que por sua habilidade. Com 30 gols, Lucic foi o goleador do time na temporada regular. Outro jogador recuperado foi o goleiro Tim Thomas. Com absurdos 93,8% de defesas, superou a marca estabelecida por Dominik Hasek (93,6%) em 1998-99 e fez os torcedores dos outros 29 times morrerem de inveja.

O desempenho de Lucic e o recorde de Thomas perderam um pouco do brilho diante do tranco de Zdeno Chara em Max Pacioretty. O capitão dos Bruins não foi punido pela NHL e fez os torcedores dos outros 29 times morrerem de raiva.

Os Canadiens puseram um fim na novela Jaroslav Halak x Carey Price diante do bom desempenho do goleiro canadense, responsável direto pela classificação de um time sem destaques entre os patinadores.

A temporada dos Habs foi um tanto monótona, em termos de classificação. A equipe esteve entre os oito classificados do começo ao fim, não ameaçou os líderes e nem foi ameaçada pelos times eliminados.

(4) Pittsburgh Penguins x Tampa Bay Lightning (5)
Entre novembro e dezembro, Sidney Crosby pontuou durante 25 jogos seguidos. Também entre esses meses, os Penguins venceram 12 jogos seguidos. Em janeiro, eles perderam Crosby. Em fevereiro, perderam Evgeni Malkin. Até o último jogo da temporada, a equipe disputou o título da Divisão Atlântico, ficando a um ponto dos Flyers.

Em 41 jogos, Crosby marcou 66 pontos. O segundo maior pontuador do time, o defensor Kris Letang, marcou 50 no dobro de jogos. As aquisições de James Neal e de Alexei Kovalev não trouxeram os pontas que o ataque do time precisava. Os Penguins eram o time dos centrais, mas com as contusões dos dois principais, agora são os times dos pontas que não funcionam.

O Lightning escreveu uma reviravolta surpreendente da temporada passada para a atual, saltando de 80 para 103 pontos. A campanha foi tão boa que durante algum tempo valeu a liderança da Divisão Sudeste. Destacando-se tanto pelo poder ofensivo quanto pela fragilidade defensiva, o Lightning de hoje pode ser comparado aos Capitals dos anos anteriores.

No começo da temporada, o desempenho de Steven Stamkos o credenciou a atingir a marca de 50 gols em 50 jogos. De fato, o desempenho nos três primeiros meses foi promissor, com 31 gols em 38 jogos, mas depois disso atacante perdeu o fôlego. Com 50 jogos, ele somava 38 gols, marca que não deixa de ser fantástica. Mantida a média, ele terminaria a temporada com 62 gols, mas passou bem longe disso, depois de marcar apenas sete nos últimos 32 jogos.

Humberto Fernandes dedicou toda a noite de segunda-feira à preparação desta edição.

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Página publicada em 12 de abril de 2011.