Por: Eduardo Costa

Ao contrário do Vancouver Canucks, que também completa 40 anos mas que passou pela temporada regular com obscena facilidade, os agora quarentões Sabres esperaram até seu último jogo em casa para assegurar sua participação nos playoffs.

E foi com muita luta. Não apenas nesse último prélio, diante do Philadelphia Flyers, e sim durante toda a temporada.

No final de 2010 jornalistas de Buffalo desfilavam com tochas nas mãos e impropérios nas gargantas. Queriam a cabeça de Lindy Ruff. Colocá-la em um barril e jogá-la das cataratas do Niágara, quando os algozes levantariam seus braços em triunfo berrando HOORAY!

A Campanha era mesmo pífia e a equipe vivia um tórrido romance com a lanterna, mas nem isso justificava a sanha destruidora dos escribas locais.

Porém publicações sábias sabiam que Ruff e seus comandados teriam a chance de reverter o cenário crítico e que o chefe tem crédito de sobra. E quando digo publicações sábias, obviamente não me refiro à The Hockey News e sim à TheSlot.com.br, que sempre luta conta a inequidade que infesta o mundo jornalístico.

Veja o que escreveu nosso companheiro de redação, o inexpugnável Humberto Fernandes, no auge da pressão midiática sob Ruff:

"Em 12 temporadas completas, uma final de Copa Stanley, três finais de conferência, uma vez na segunda fase e duas vezes na primeira fase. Tudo isso com um elenco sempre mediano, cheio de jogadores pouco conhecidos, bem abaixo do teto salarial. Ruff sempre entregou mais do que recebeu.

Qualquer outro em seu lugar passaria pelo mesmo problema no 13.º ano de comando. Mas ainda estamos em novembro, os Sabres estão a cinco pontos do oitavo lugar e podem tirar essa diferença em qualquer momento até abril. Então por que o desespero?"

Bingo(?)!

No final de Dezembro os Sabres voltaram a flertar com o sucesso, apresentado uma campanha de 28-11-6, com um aproveitamento ainda melhor nos últimos 11 jogos (8-1-2).
"Muitas pessoas já nos davam como mortos," disse o destaque do time, o goleiro Ryan Miller. "Falamos sobre fazer algo especial, e isso é apenas uma parte do caminho."
A peleja que garantiu a vaga não poderia ter sido mais notável.

Antes de tudo é preciso elogiar o dono da franquia Terry Pegula. Ao contrário do nosso editor-chefe e presidente(http://blog.pittsburgh.com.br/), Seu Pegula abriu a carteira. Enviou convites para centenas de ex-jogadores dos Sabres comparecerem à um evento especial para comemorar os 40 anos de existência da franquia, que culminaria com homenagens no gelo da HSBC Arena antes da partida contra o Philadelphia Flyers.

O maior patinador da história dos Sabres Gilberto Perreault estava presente e falou ao nosso correspondente:
"Não se trata de dinheiro. Terry não queria que fosse sobre dinheiro e sim um tributo. Se você jogou uma partida ou mais de 1,000, você é um Sabre. É uma coisa de família."
Também destacável as homenagens feitas ao recentemente extinto Rick Martin, que tanto fez pela franquia como integrante da magnífica Conexão Francesa.
Cerca de 85 ex-atletas compareceram e tiveram tratamento de chefe de estado durante todo o final de semana. E da tribuna eles presenciaram o jogo onde o elenco atual buscaria carimbar sua vaga à pós-temporada. Logo contra os Flyers, algozes de Perreault e de muitos outros atletas presentes, nas finais da copa Stanley de 1975.

Apenas um ponto era necessário para atingir a meta, mas os Flyers, mesmo em má fase, estavam determinados a azedar a farra local, terminando o segundo período com vantagem no placar.

Os atletas sabiam que desapontar tão nobre tribuneiros seria um papel deveras feio e trataram de reverter o cenário. E fizeram em grande estilo. Nathan Gerbe fez um tento de beleza datsyukiana, candidato forte a um dos gols mais belos de toda a temporada, com direito a alta velocidade, spin-o-rama e definição certeira já sem muito equilíbrio. Uma ação que rendeu elogios até mesmo de gente que sabia marcar com estilo, como Pat LaFontaine, outra ex-estrela da franquia, também presente na arena.

O 3-3 ao final do tempo regulamentar já seria o bastante, porém derrota naquele dia não estava nos planos. Na prorrogação o austríaco Thomas Vanek, em uma ação bem individual venceu o jovem arqueiro russo Sergei Bobrovsky. Gol que encerrava uma noite perfeita. Gol que deixa Buffalo, no pior dos cenários, na sétima posição final da conferência leste.

Outra boa notícia para os locais foi a reaparição do guardião Miller. Após quatro partidas ausente, ele retornou no início do terceiro período, defendeu os oito disparos que teve contra sua meta e levou a vitória pro currículo. Vitória essa com um clima de playoffs.

"A atmosfera estava tremenda," disse o treinador Ruff. " Eu disse aos jogadores que seria como uma partida de playoffs."

Apesar das sábias palavras do comandante do real clima de decisão, a verdadeira corrida ao ouro começa apenas na semana seguinte.

Então voltamos a beber inconsequentemente das páginas de TheSlot:

No meu, no nosso, no seu guia da temporada apostamos, através do apurado faro são-bernadiano (?) do colunista Daniel Novaes, que os Sabres estariam nos playoffs e que seria difícil acreditar que a torcida se contentaria em simplesmente fazer número na grande dança.

Após o eletrizante jogo contra os Flyers certamente torcida e jogadores querem bem mais do que participar da festa.

Eduardo Costa escreveu essa coluna em uma plataforma de petróleo, e mal espera a hora de voltar para casa e beber todas acompanhando os playoffs da NHL.

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Página publicada em 12 de abril de 2011.