Por: Marcelo Constantino

Praticamente toda temporada aqui estamos palpitando sobre os troféus. Palpitar é assim, dar a cara a tapa. Errar feio, acertar o que era tido como certo pela maioria, eventualmente acertar uma zebra. Vamos nós, mais uma vez, em ordem aleatória.

Troféu Vezina
O troféu deste ano é de Tim Thomas, tão certo quanto foi há duas temporadas. Há até alguns bons concorrentes, mas são todos meros concorrentes. Quem é o líder da liga em aproveitamento de defesas? Tim Thomas. Quem é o líder da liga em média de gols sofridos? Tim Thomas. Quem é a grande razão de o Boston Bruins estar bem nas tabelas? Tim Thomas, que inclusive pode ser indicado facilmente para o Hart por conta disso. De longe, o melhor goleiro da temporada.

Por defender um time de pouca mídia na NHL, é possível que Pekka Rinne fique de fora da lista de finalistas. Seria uma grande injustiça para o goleiro que faz uma excelente temporada sob as traves do Nashville Predators. Sem ele, dificilmente os Preds estariam no relativo conforto em que se encontram na tabela atualmente.

O terceiro finalista eu apostaria em Henrik Lundqvist, líder em shutouts na temporada e porto mais que seguro do New York Rangers. Fora desses, entendo que é possível que Jonathan Quick, do Los Angeles Kings, e Carey Price, do Montreal Canadiens, apareçam na lista final. Quick surpreende a cada temporada, e Price surpreendeu a todos nesta.

Toféu Hart
Eis uma grande incógnita. Um troféu sem grandes favoritos. Não fosse a contusão de Sidney Crosby e provavelmente nem estaríamos discutindo isso aqui -- até então ele era inquestionavelmente o craque, MVP, destaque, imprescindível jogador da temporada. Mas eis que um Steckel surgiu na vida dele e subitamente a NHL ficou sem um claro MVP. É possível que Daniel Sedin conquiste o segundo troféu consecutivo -- e ele faz uma temporada para ninguém colocar defeito, é o craque do melhor time da temporada, único da liga a marcar 100 pontos --, mas eu votaria em Corey Perry.

Perry é daqueles jogadores que, sozinhos, parecem erguer um time ao seu redor, fazer um time jogar em função de seu entusiasmo. Mais que isso: se os Ducks estão nos playoffs desta temporada, agradeçam em grande parte a ele, sobretudo à explosão ofensiva recente, com gols decisivos em momentos mais que decisivos.

O outro concorrente pode ser Steven Stamkos, mas eu entendo que grande parte da espetacular produção do garoto advém da excelente química com Martin St. Louis. Eu optaria por Tim Thomas, pela velha ótica de um voto para MVP: imagine o que seria do Boston sem Thomas. Não seria surpreendente, aliás, se Thomas levasse o troféu para casa.

Troféu Calder
Os três nomes me parecem bem definidos: Logan Couture, Jeff Skinner e Corey Crawford. Couture talvez seja o favorito, tendo sido, durante algum tempo, o principal atacante e goleador de um time que conta com Danny Heatley e Joe Thornton.

Skinner é um jogador de apenas 20 anos de idade que lidera todos os novatos em pontos na temporada. Chegou até mesmo a ser selecionado para o Jogo das Estrelas.

Mas acredito que Crawford leve o troféu. Ainda que os Blackhawks estejam cambaleando ao longo de toda a temporada, Crawford foi a grande novidade do time, tendo tomado o posto de goleiro titular do veterano Marty Turco. Difícil de imaginar os Hawks classificando-se para os playoffs desta temporada sem Crawford.

Dentre outros que podem figurar entre os finalistas -- apesar de duvidar de que a lista seja diferente da exposta acima --, destaco Michael Grabner, que tem a infelicidade de protagonizar uma belíssima temporada de estreia num time como o New York Islanders. Entre os defensores, John Carlson e P.K. Subban foram gratas revelações.

Troféu Norris
É difícil de imaginar uma lista para o Norris desta temporada sem que Nicklas Lidstrom apareça nela. Aos 40 anos de idade, depois de fazer uma temporada abaixo da média recente, eis que um dos maiores defensores que o mundo já viu protagoniza mais uma temporada digna de Troféu Norris. Ainda assim, o fato de Lidstrom ter um +/- próximo do zero (ainda mais se lembrarmos que a carreira dele sempre foi muito acima disso -- ele nunca terminou uma temporada no negativo) é algo que conta negativamente.

Kris Letang vinha sendo um defensor de ponta, mas deu uma diminuída em algum ponto da temporada, possivelmente em concomitância com a ausência de Crosby. Mas deve ser um dos finalistas.

O provável vencedor desta temporada é o cada vez mais surpreendente Keith Yandle, do Phoenix Coyotes. Ele lidera o próprio time em pontos (ao menos até esta matéria ser fechada, tinha um de vantagem para Shane Doan), joga quase meia partida por noite em termos de tempo, e consegue se sobressair num time sem grandes atacantes. Lembre-se, estamos falando dos Coyotes.

Vai ser bom para a liga ter um vencedor menos badalado, que joga por um time menos badalado ainda. Vai ser bom porque é justo e por indicar que os troféus não são reservados aos mais famosos (times e jogadores).

Troféu Jack Adams

Este talvez seja o mais difícil da lista, e eu realmente não tenho opinião formada sobre quem levará o troféu para casa.

Acredito que Dan Bylsma faça parte do trio de finalistas, simplesmente por ter mantido o Pittburgh Penguins entre os grandes do Leste mesmo sem Sidney Crosby e Evgeni Malkin em dezenas de jogos.

Jacques Lemaire merece ter seu nome entre os finalistas. Com ele no comando, o New Jersey Devils foi um dos melhores times da NHL. Sem ele, foi o pior. Se conseguisse o milagre de levar o time aos playoffs, o troféu era dele. Não conseguiu, então a simples menção entre os finalistas já lhe faz justiça.

Mas eu votaria em Barry Trotz para o Jack Adams. Olhe para o Nashville Predators: o time tem um dos piores ataques da liga. Por outro lado, tem uma das melhores defesas. Não há estrelas, não há grandes nomes. O líder em pontos mal passará dos 50 nesta temporada. O goleador tem 20 gols. E o time estará novamente nos playoffs, salvo catástrofe inimaginável (lembre-se de que este artigo está sendo escrito quanto ainda faltam dois jogos para o time).

Outros técnicos que podem fazer parte do trio de finalistas: Guy Boucher, o técnico novato que faz bonito com o Tampa Bay Lightning, e Alan Vigneault, técnico do melhor time da temporada.

Marcelo Constantino entra de férias (justo agora, no começo dos playoffs!) e retorna em maio.

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Página publicada em 10 de abril de 2011.