NOTAS e FOTOS • Por: Humberto Fernandes e Thiago Leal

A NHL foi clara em seu último memorando, fixado no vestiário de todas as equipes na sexta-feira. A liga não tolerará golpes direcionados à cabeça dos adversários, em hipótese alguma.

"Nós não podemos e não vamos tolerar golpes na cabeça que são deliberados, ilegais e poderiam ser evitados". A NHL promete considerar o histórico do agressor e a natureza da contusão causada como já faz normalmente e ainda aumentar a duração das suspensões se esse tipo de incidente persistir.

A NHLPA apoiou a causa.

Apesar disso, Simon Gagne, do Philadelphia Flyers, foi atingido novamente na cabeça no sábado, no jogo contra o Montreal Canadiens. O agressor foi Alexei Kovalev, que não recebeu nenhuma penalidade no lance e não foi punido pela liga. Gagne perdeu quase toda a temporada passada por sofrer de síndromes pós-concussão. Segundo ele, as reais mudanças para eliminar a violência desnecessária devem partir dos jogadores. Essa foi a motivação para acusar publicamente Kovalev de agredi-lo.

Pittsburgh Penguins e Dallas Stars trocaram defensores no fim de semana. Os Penguins adquiriram Philippe Boucher em troca de Darryl Sydor.

Os defensores têm praticamente a mesma idade (Boucher é um ano mais novo, 35), recebem o mesmo salário (US$ 2,5 milhões) e têm apenas um ano de contrato. Sydor não tinha espaço em Pittsburgh. Mesmo nas ausências de Sergei Gonchar e Ryan Whitney, o veterano defensor disputou apenas oito jogos. Boucher, entretanto, era o defensor mais confiável dos Stars, tendo a menor média entre os defensores da equipe de gols sofridos em 5-contra-5 nesta temporada.

As diferenças entre os dois estão no ambiente e no risco. Os Stars apostam em Sydor porque ele tem uma longa história com a organização, ao contrário de Boucher, que batalhou contra contusões em boa parte da temporada passada e ao longo de sua carreira. Independentemente disso, os Penguins conseguiram o melhor jogador nesta troca.
O calendário de jogos do New York Islanders não poderia ser mais cruel com os fãs da equipe. Em cinco dias os Isles receberam em sua casa as visitas de Ottawa Senators (duas vezes) e Vancouver Canucks.

A crueldade não vem do grau de dificuldade de derrotar os dois adversários canadenses. Enquanto a franquia luta para se reerguer após a fracassada era Mike Milbury, os torcedores foram obrigados a ver três dos melhores jogadores da liga desfilando no Nassau Coliseum vestindo outras camisas. Pelos Senators, Dany Heatley e Jason Spezza. Nos Canucks, Roberto Luongo. Em comum a certeza de que formariam a base do elenco dos Islanders que lutaria pela Copa Stanley não fosse a intervenção do ex-gerente geral.

No dia do recrutamento, no ano 2000, Milbury trocou Luongo e Olli Jokinen antes de selecionar Rick DiPietro com sua primeira escolha geral em vez de Heatley ou Marian Gaborik. Em 2001, também no recrutamento, negociou a segunda escolha geral (Spezza) e o defensor Zdeno Chara no pacote que trouxe Alexei Yashin para Long Island.

É por isso que os fãs dos Islanders enlouquecem ao ouvir falar do ex-gerente. Ele é a razão para a equipe estar próxima da última colocação da liga em pontos e ter a menor média de público — apesar de vencer os três jogos contra Senators e Canucks.
O Pittsburgh Penguins é a prova mais concreta do quanto um time pode ser construído através do recrutamento. Um modelo a ser seguido pelo NY Islanders.

Os Penguins estiveram horríveis por cinco temporadas, entre 2002 e 2006. Com escolhas variando entre a primeira e a quinta geral, a equipe selecionou Ryan Whitney, Marc-Andre Fleury, Evgeni Malkin, Sidney Crosby e Jordan Staal. Justamente os melhores jogadores da equipe hoje.

Uma das maneiras de melhorar é sendo ruim por muito tempo, mas os Islanders não terão cinco anos seguidos de escolhas tão altas para refazer o time. Não com a classe que fez o Pittsburgh.

O Washington Capitals é um modelo mais realista. Seus principais jogadores também foram recrutados — Alexander Ovechkin, Mike Green, Nicklas Backstrom e Alexander Semin —, mas antes disso a gerência cortou gastos, reduzindo a folha salarial ao mínimo da liga. Embora os Caps não tenham a força dos Penguins, eles montaram um time competitivo em menor tempo.

O que falta aos Islanders é um grande jogador, como Crosby ou Ovechkin, ao redor de quem se modela um time. O primeiro grande passo para a reconstrução da franquia está no recrutamento de 2009 e atende pelo nome de Viktor Hedman, defensor sueco que disputa com John Tavares a honra de ser o número 1 entre os prospectos.
Bruce Bennett/Getty Images
"Daqui não passa!"
Roberto Luongo pega mais uma. A NHL vive, atualmente, uma das suas melhores fases em goleiros. Henrik Lundqvist lidera em vitórias, seguido por Nicklas Backstrom, que tem a defesa menos vazada, e por Evgeni Nabokov. Também poderíamos citar Jean-Sebastien Giguere, Martin Biron, Martin Gerber, Curtis Joseph, Vesa Toskala, Cam Ward, Olaf Kolzig, Nikolai Khabibulin... e ainda teríamos Rick DiPietro e Martin Brodeur, machucados... ufa! É, a NHL está mesmo cheia de grandes goleiros. E mesmo assim, Luongo consegue se destacar. O camisa #1 do Vancouver Canucks é mais que o líder de shutouts da atual temporada. Luongo é apontado por todos na franquia e pelos fãs como o grande líder do time. O verdadeiro capitão no rinque, mesmo sem usar "C" no ombro. Num esporte com tantos gols, o homem mais importante, o goleiro? É por isso que o hóquei é um esporte único.
(09/11/2008)
A torcida do Montreal Canadiens abraçou a causa. No centenário da franquia mais tradicional e mais vitoriosa da história do hóquei no gelo, os fãs decidiram eleger todo o time dos Canadiens para o Jogo das Estrelas da NHL, que será disputado no Bell Centre em janeiro.

Desde o primeiro dia de votação eletrônica os jogadores dos Habs lideram com grande vantagem, em parte graças ao esforço singular de cada torcedor "humano" da equipe, apaixonado pelo Bleu, Blogue, Rouge, mas principalmente pela inteligência daqueles que sabem mais sobre Vista do que Vezina. Aparentemente não há dúvidas de que a infinita votação tem origem suspeita, mas não deve ser atribuída apenas aos recursos de Java ou outras ferramentas aplicadas para burlar o sistema. Os fãs da equipe realmente aderiram à campanha. No centenário dos Canadiens, no Jogo das Estrelas disputado em Montreal, tudo o que a torcida quer é escalar o time da Conferência Leste à imagem e semelhança dos Habs.

Os jogadores e a gerência estão envergonhados, segundo a versão oficial — não se sabe o que se passa nos bastidores. Eles enaltecem a paixão e dedicação dos fãs. Dos mais de 2 milhões de votos acumulados pelos 25 jogadores mais votados do Leste, quase 60% foram para jogadores dos Canadiens.

Enquanto isso, a NHL está investigando a votação para apurar qualquer tipo de fraude eletrônica. Uma novidade na "cédula" é a adição de um mecanismo de captcha, para diferenciar entre humanos e computadores. Será o suficiente para frear o ímpeto dos fãs?
O Anaheim Ducks perdeu o defensor François Beauchemin pelo restante da temporada.

Beauchemin rompeu ligamentos no joelho esquerdo na semana passada, no jogo contra o Nashville Predators. Sua recuperação será de aproximadamente seis meses.

Os Ducks confiavam ao defensor mais de 25 minutos por noite, que agora serão distribuídos entre Kent Huskins e Bret Hedican. A boa notícia é que fez-se espaço no teto salarial para comportar Bobby Ryan e Brett Festerling.

O gerente geral Brian Burke deixou a equipe em uma boa hora...
A aparição de Robert Mueller, goleiro reserva do Cologne Sharks, da Alemanha, em jogo disputado no domingo, ganhou destaque internacional.

Mueller, 28 anos, revelou na semana passada que o câncer em seu cérebro é incurável. Em novembro de 2006 o goleiro, queixando-se de enxaqueca, procurou um médico. Seus amigos notaram ao mesmo tempo mudanças em seu humor: ele se tornou mais calmo, sem energia e sofria ataques epiléticos. Os exames indicaram um tumor cerebral, removido quase em sua totalidade através de cirurgia.

Dois meses depois Mueller estava no gelo. Entretanto, ele perdeu a vaga de titular no Adler Mannheim. Na temporada 2007-08, atuando pelos Sharks, vingou-se do ex-time nos playoffs, incluindo uma vitória por 5-4 após 168 minutos de ação, no segundo jogo mais longo da história do hóquei. Um jogo com seis prorrogações e 100 chutes ao gol de Mueller. Naquele ano os Sharks foram finalistas da DEL e Mueller foi nomeado o melhor goleiro dos playoffs com 93,5% de defesas.

Seria o suficiente para um filme em Hollywood, mas o roteiro perdeu o final feliz. O tumor evoluiu. Em agosto de 2008, Mueller sofreu sua segunda cirurgia no cérebro e dessa vez foi retirado um tumor do tamanho de um pulso de bebê. Foram aplicadas dezesseis terapias combinadas com radioterapias e quimioterapias desde então, mas as células se tornaram resistentes contra qualquer método. Logo ficou claro que o goleiro não venceria a briga contra o inimigo em sua cabeça.

Mueller abriu mão da confidencialidade médica e a revista Der Spiegel publicou a verdade sobre o seu caso na edição desta semana. O goleiro tem um Glioblastoma multiforme, tumor cerebral incurável e agressivo, que acomete duas ou três pessoas a cada 100 mil. Segundo seu médico, metade das pessoas morre em um ano após o diagnóstico e somente 3% sobrevivem mais de cinco anos.

Apesar da proximidade da morte, Mueller permanece corajoso, dedicando o seu tempo restante ao que mais lhe importa: sua família, sua esposa, seus filhos de 4 e 1 ano e o hóquei. Ele nunca perguntou ao médico quanto tempo tem de vida, mas quando pode jogar hóquei novamente.

E ele jogou.

Para quem disputou nove Campeonatos Mundiais, dois Jogos Olímpicos e uma Copa do Mundo de Hóquei, o próximo jogo é sempre o mais importante de toda a vida.
Não é apenas no Brasil que o governo é um sócio, digamos, inconveniente. Nos Estados Unidos, agora sob o reinado de Barack Obama, Alexander Ovechkin será um sujeito bem menos rico ao longo de seus 13 anos de contrato com o Washington Capitals.

Se a proposta do novo presidente para tributação do imposto de renda for aprovada, Ovechkin pagará US$ 450 mil a mais por ano, a partir do ano que vem. Nos próximos 12 anos, o russo repassará aos cofres do Tio Sam mais de US$ 5 milhões adicionais.

Será que ele vai precisar de empréstimo?
AP
Aaron Johnson, do Chicago Blackhawks, mostra a melhor forma de caçar coiotes: dando-lhes rasteira.
(18/11/2008)
AFP
Jaroslav Spacek descobriu como fazer sucesso na NHL: pegando carona (literalmente) em Malkin.
(15/11/2008)
AP
Jacques Lemaire levou esse papo de "selvagem" à sério demais... agora o cara fica imitando oncinha durante os jogos.
(08/11/2008)
AP
Erik Reitz derrota Jordan Staal por hippon: por um instante, achamos que fosse aquela tal Edinanci Silva.
(18/11/2008)
AP
Insatisfeito com o gol de David Booth, Lukas Krajicek tenda dar-lhe uma lição empurrando-o para o gol junto com o disco!
(18/11/2008)
AP
O jogo contra o Detroit estava tão duro que Fernando Pisani sentiu saudades da mamãe e retrocedeu à posição fetal em pleno rinque.
(17/11/2008)
Jim McIsaac/Getty Images
Henrik Lundqvist aproveitou que está em Nova York e entrou para um musical na Broadway. Aqui o vemos ensaiando uma dança.
(17/11/2008)
AP
Roenick avisou que estava com dor-de-barriga... o escalaram mesmo assim. Taí! Tiveram que limpar o gelo!
(17/11/2008)
Bruce Bennett/Getty Images
Joey MacDonald, goleiro reserva dos Islanders: Veja o rapaz no trabalho e repita comigo: "nunca mais vou reclamar do meu emprego!"
(08/11/2008)
AP
A foto resume o que é para um goleiro ter à sua frente a defesa dos Blues: escuridão total.
(16/11/2008)
AP
Para os fãs, um bando de jogadores de hóquei. Para os adversários, um cardume de tubarões famintos. Vão para a Copa desta vez, Sharks?
(17/11/2008)
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Página publicada em 19 de novembro de 2008.