Por: Drew Sharp

O público presente à Mellon Arena recebeu a notícia como uma cidade que descobre que a polícia prendeu um criminoso há muito tempor procurado. Eles aplaudiram. Eles se cumprimentaram. Eles pediram mais bebidas alcoólicas.

Ao menos é que eu imagino. Ao menos para a cidade de Pittsburgh, Tomas Holmström tornou-se o inimigo público número 1 — o brutamontes que ousava distrair e desorientar aqueles que estavam próximos a ele. Ele era o principal motivo dos incessantes choros do técnico do Pittsburgh.

E, se Holmström ouviu o rugido da torcida, é prováve que tenha aberto um sorriso de face a face, porque tal reação é a maior recompensa a para um provocador. Ele ficaria insultado é se fosse ignorado.

Os Penguins achavam que a ausência de Holmström lhes daria uma vantagem.

Sem Homer, sem problema.

O time perfeito fez jus a sua fama e assumiu uma vantagem de 3-1 na série porque teve contribuições o bastante de fontes improváveis para preencher o vácuo criado pela ausência de Holmström.

Dan Cleary substituiu-o na primeira linha, assumindo o papel de Holmström de criar tráfego na frente do gol. Ele ajudou a bloquear a visão do goleiro Marc-André Fleury no primeiro gol dos Wings, um laser de Nicklas Lidström. Darren McCarty jogou pela ausência de Holmström e deu vários trancos-chave, compensando a estratégia dos Penguins de aplicar uma pressão implacável sobre os Wings.

A quarta linha produziu o gol da vitória.

"Estou feliz por ter tirado vantagem da chance de gol", comemorou Jiri Hudler, cujo gol aos 2:26 do terceiro período fez a diferença. "Quando você está sem uma peça importante como o Homer, é bom que todo mundo dê mais de si e contribua. Foi uma grande vitória para nós porque [os Penguins] estavam invictos em seu estádio."

Foi uma derrota desanimadora para os Penguins, sua primeira em casa desde 24 de fevereiro. Tem sido mais uma final de campeonato bem jogada — com muita ação e excelentes oportunidades de gol —, algo que deveria animar a NHL. Mas é improvável que esta série se estenda além de amanhã.

Holmström disse à rede de televisão NBC depois do primeiro período que definitivamente estará de volta para o jogo 5 e disse que ficar de fora assistindo foi a coisa mais difícil que ele já teve de fazer. Mas foi a decisão certa. Holmström patinou decentemente na patinação matutina. A velocidade estava lá, mas ele não conseguia parar e mudar de direção com rapidez.

Holmström não estava no estádio quando Mike Babcock chegou.

"Eu perguntei aos assistentes onde estava o Tommy?", contou Babcock. "Eles disseram que ele não viria. Foi aí que eu soube que ele estava mais dolorido de que imaginávamos. Ele veio, mas não a tempo. Ele não estava interessado nos aquecimentos."

Não, mas foi interessante que Holmström quis falar com os jornalistas na manhã de ontem. Isso é que é espírito esportivo. Ele não falaria a não ser que planejasse jogar, certo?

Havia algo deliciosamente subversivo nas palavras tão sinceras de Holmström a respeito de seu estado físico. Isso simplesmente não acontece nos playoffs da Copa Stanley. Há sempre um clima de mistério deliberado porque a concorrência vai atrás de membros contundidos como um pit bull salivante.

Mas Homer basicamente mostrou o dedo para os Penguins.

Sim, ele está dolorido. Quem não está nesta época? Ele sabe que só está fazendo de si mesmo um alvo. Mas e daí? Mesmo com ele saudável, os Penguins ainda empregariam a decapitação como estratégia defensiva para impedir que ele acampasse na frente de Fleury. Foi como se ele quisesse que Gary Roberts e Hal Gill vissem que podem continuar derrubando-o, mas que vai ser preciso muito mais abuso do que eles já tinham feito para tirá-lo de um jogo tão importante.

E, quando ficou decidido que ele não jogaria, isso deu aos Penguins uma falsa sensação de confiança?

"Tenho certeza de que eles acharam que teriam uma chance maior com o Homer fora", acha Kris Draper. "Mas temos uma porção de caras que reagem bem à adversidade. Acho que [Cleary] teve um grande jogo e Mac fez um excelente trabalho."

Draper brincou dizendo que qualquer um poderia jogar bem ao lado de Pavel Datsyuk e Henrik Zetterberg.

"É como ganhar a loteria", sorriu. "Nós sempre dizemos que deveriam colocar os números de todo mundo em um chapéu e sortear um para jogar com eles."

Os Wings são todos sorrisos. É compreensível. O jogo 4 foi talvez o último obstáculo em sua caminhada rumo à 11.ª Copa.

Os Wings sabem o que está em jogo. Eles dominaram esta série de cabo a rabo, mas um time inspirado como o Pittsburgh entrou no gelo sabendo que era uma excelente oportunidade para empatar o confronto.

Mas os Wings tiveram tantas contribuições que não sentiram tanto a falta de Holmström como os Pens e sua torcida imaginavam.

Drew Sharp é colunista do jornal Detroit Free Press. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
Edição Atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Comunidade no Orkut | Contato
© 2002-08 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução do conteúdo escrito, desde que citados autor e fonte.
Página publicada em 1.º de junho de 2008.