Por: Marcelo Constantino

O jogo 1 das finais da Copa Stanley de 2008 foi uma reprise dos bons momentos do Detroit Red Wings nesses playoffs. Domínio amplo, posse do disco durante boa parte do jogo, passes precisos, vitória na maioria das brigas pelo disco nas bordas, e gols decisivos.

Ainda que tenha enfrentado o melhor adversário até aqui — o Pittsburgh Penguins seguramente é mais forte que o Dallas Stars, por exemplo —, o Detroit sobrou. Num determinado momento do jogo, no segundo período, a pressão foi tão longa que, com a defesa dos Pens cansada, Mikael Samuelson pegou o disco no meio de o gelo e carregou até o gol de Marc Andre Fleury. Na verdade ele passou pelo gol, por trás dele, pra marcar no famoso "wrap around", do outro lado.

Já no terceiro Samuelsson aproveitou uma falha da defesa dos Pens — daquelas que não se pode cometer em finais da Copa Stanley — e mandou pra rede. Outro gol sem assistência. Samuelsson, o sueco mais criticado do time, marcara dois gols nos playoffs até essas finais.

Mas o gol que matou os Penguins foi o de Dan Cleary, em desvantagem numérica, surpreendendo até mesmo ao goleiro Fleury. Embora as duplas de matar penalidades dos Red Wings seja também perigosas ofensivamente, a vantagem numérica dos Pens pressiona como nenhum outro time até agora pressionou a defesa dos Wings.

No primeiro período foram três chances consecutivas. Porém, sem sucesso. Ora o trabalho defensivo era primoroso, ora Chris Osgood era providencial.

Osgood, aliás, conseguiu seu primeiro shutout nos playoffs. Um belo jogo de sua parte, aliás. Ainda que a defesa do Detroit tenha limitado as chances do Pittsburgh (apenas 19 chutes a gol; Evgeni Malkin chutou apenas uma vez), Osgood estava lá quando preciso.

Numa partida quase perfeita do time da casa, a goleada foi fechada com um gol do MVP do time, Henrik Zetterberg, agora em vantagem numérica. O jogo já era do Detroit, mas a equipe não amoleceu.

No mais, Niklas Kronwall desferiu seu tradicional "tranco do jogo", houve mais um polêmico gol anulado de Thomas Holmstrom quando o placar ainda estava 0-0 (dessa vez ao menos os árbitros foram coerentes e marcaram a penalidade).

Comentários dos jogadores dos Penguins indicavam que esta fora a pior partida do time nos playoffs. Seguramente, a continuar desse jeito, teremos uma varrida nas finais. Eu duvido, tanto que os Pens assistam passivamente ao domínio do Detroit quanto ao Detroit repetir um jogo tão próximo da perfeição como este primeiro.

Passado o primeiro encontro — os times não haviam se enfrentado na temporada normal — agora não se pode dizer que um desconhece o outro. Segunda-feira veremos como se comportam os Penguins. Para piorar, a expectativa é de que Johan Franzen retorne — e ele ainda é o goleador desses playoffs, a despeito de estar há seis partidas sem jogar.

A tônica do primeiro jogo indica que os Red Wings são superiores. Cabe aos Penguins provar o contrário.

Marcelo Constantino segue a tradição da Copa Stanley: deixou a barba crescer.
Julian H. Gonzalez/DFP
Dallas Drake e Kris Draper chegam à frente do gol, mas o disco já estava dentro: era o gol de Mikael Samuelsson abrindo a série.
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Página publicada em 25 de maio de 2008.