Depois de sete edições do Diário do Torcedor, acompanhamos como as 16 equipes viraram 8, viraram 4, e agora, tal qual ano passado Detroit e Pittsburgh foram os 2 sobreviventes dos playoffs, e daqui a alguns dias, um deles colocará seu nome na Copa Stanley. Antes da série começar, a primeira expectativa girava em torno do seu calendário, já que ela estava prevista para iniciar apenas no final desta semana, o que levaria a quase 10 dias de pausa. A solução? Condensar o calendário e fazer as finais começarem logo no sábado. Ótimo. O revés no entanto, veio com a divulgação das demais datas, com o segundo jogo sendo logo no domingo. Dois jogos em dois dias. Péssimo. Enfim, dizem que os jogadores de hóquei são os mais durões, e essa seria a prova definitiva. Assim, tivemos ao todo dois dias para nos preparamos para a final, já que nos dois dias seguintes teríamos jogos das finais.
O colunista aqui aproveitou também e foi curtir um pouquinho a sexta-feira, o que acabou gerando uma pequena ressaca no sábado. Inaceitável sabendo que à noite teríamos a primeira partida. Descanso, remédio, e tudo que fosse preciso para curar o mal-estar. Pelo menos deu resultado, às 9 da noite estava tinindo para o jogo 1. Tudo bonito, sinal funcionando bem, ainda que na NBC (que não tem dado boas recordações). Lindsay e Howe no faceoff inaugural, Crosby e Lidstrom (que voltava de lesão) nos cumprimentos, vamos ao jogo. E todo o fair play das cerimônias ficaram pelo ar. Apesar de duas equipes mais conhecidas pelo jogo aberto, o que se viu foi uma sucessão de trancos, empurrões e confrontos. Orpik em Hossa e Crosby em Zetterberg (acreditem) chamaram a atenção. Chamou a atenção também que nada era marcado (ao contrário do ano passado, onde tudo era marcado). Dessa forma, era previsível que o primeiro gol saísse de uma falha. E ela veio aos 13 minutos, quando Stuart mandou de longe e acertou as tabelas “vivas” da Joe Louis Arena, com o disco voltando direto nos patins de Fleury, que acossado por Hossa, acabou colocando para dentro. 1 a 0 Wings, e os Penguins pareciam nervosos... Mas erro de lá erro de cá. E Malkin ao roubar um disco na zona de ataque, teve sua tacada defendida apenas parcialmente por Osgood, Fedotenko se antecipou no rebote e tocou para o gol vazio, 1 a 1. Penguins no jogo! Final de período, nenhuma penalidade.
O segundo período foi mais aberto, os times procurando mais o gol. Fleury parecia ter se equilibrado no jogo, Osgood o de sempre, quanto mais criticado, aparecia com uma defesa importante, a mais dela logo aos 3 minutos do período, quando Malkin novamente, agora em um contra um com Osgood, teve sua tacada defendida... E com duas vantagens numéricas na primeira metade do período, os Penguins tiveram mais oportunidades de virar o placar, mas não conseguiram. Os Wings também tiveram a sua chance, mas igualmente saíram de mãos vazias. Até que novamente, no melhor estilo showbol, Rafalski jogou o disco contra as tabelas, Frnazen pegou o rebote, e aproveitando a falha de colocação de Fleury, pôs novamente os Wings à frente, a menos de um minuto para o fim do período. Veio o terceiro período, e o terceiro minuto foi chave, primeiro com Helm tendo boa oportunidade defendida por Fleury, e depois com Abdelkader, que foi mais esperto que Staal, pegou o disco que estava voando, e fuzilou o gol de Fleury, que desta vez nada pode fazer. Era o terceiro gol de Detroit, que, se não dominava o jogo por completo, parecia ter as vantagens das jogadas mais fortuitas. Aos Penguins, a grande chance foi com Crosby, que acertou o poste de Osgood, e viu o disco volta graciosamente para o goleiro dos Wings. Mais um lance discutível quando Zetterberg supostamente segurou o disco dentro da área, que daria aos Penguins uma tacada de pênalti, mas que os juízes julgaram impossível de assinalar, e realmente parecia difícil mesmo, ainda mais em um lance onde o vídeo não pode ser usado para tirar a dúvida. Assim, algumas outras chances, mas nenhuma delas transpôs as linhas de gol. E com o 3 a 1 no placar, Detroit abria 1 a 0 na série, com o jogo 2 no dia seguinte, mais uma vez em casa. De todo modo, um belo jogo, onde os Penguins pareceram nervosos em certos momentos, mas mostraram estar prontos para encarar o desafio.
Nem deu tempo de descansar e já chegamos para o jogo 2 no domingo. Ao menos desta vez a transmissão é da CBC, e a superstição começa a tomar conta do colunista... A grande questão era saber como os times reagiriam após um intenso jogo no dia anterior. E Wings e Penguins começaram, como era previsível, em um ritmo mais cadenciado, mas não menos disputado, apesar dos inúmeros “icing” cometidos, especialmente pelos Penguins. Os Pens, precisando da vitória para não ficarem com um 0-2 contra, buscaram mais o ataque no início da partida, mas tinham enorme dificuldade em furar a boa parede armada pelos Wings. Até que aos 16 minutos, uma penalidade de Kronwall deu aos Pens uma vantagem numérica, e a chance de abrir a defesa vermelha. E assim foi, quando após um bolo na frente de Osgood Malkin deu a última tacada, que acabou sendo defendida por Osgood, mas no rebote Stuart acabou jogando contra, fazendo 1 a 0 Pittsburgh. A essas alturas, Detroit parecia sentir mais os efeitos do jogo 1, e Pittsburgh ao perceber o cansaço do adversário, tentou imprimir mais correria ao jogo, embora não tenha sido capaz de converter esse domínio em um placar mais amplo.
Veio o segundo período, e o ritmo do jogo mudou, a água no vestiário nunca foi tão bem vinda. Os times começaram voando o período, e os Wings, que pareciam sem pernas ao final do período anterior voltavam melhor do intervalo. Como no jogo 1, Malkin teve a primeira grande chance do período, e mais uma vez Osgood com a defesa que pode ter mudado o rumo da partida. Tanto que minutos depois, Ericsson, outro que andou perdendo jogos por lesão (no caso, uma operação de apendicite no meio dos playoffs), achou uma brecha no gol de Fleury para empatar o jogo. Logo depois, Zetterberg também teve uma chance de ouro, mas o goleiro dos Penguins fez uma brilhante defesa, e a esperança de mudar o rumo novamente, desta vez em favor dos Penguins. Mas aos 10 minutos, uma jogada questionável de Hossa sobre Dupuis, que não foi marcada, acabou gerando uma bela chance para Holmstrom na frente da área, Fleury se esticou todo, mas o disco sobrou para Filpulla virar o placar. Ao menos os Penguins mostravam reação, e outro grande momento foi o passe de Crosby para Guerin, que acertou a trave de Osgood. No último minuto, Cleary com grande jogada para Franzen, que Fluery defendeu, em um lance em que Eaton poderia ter sido flagrado com penalidade em Cleary, mas a juizada preferiu não marcar (como não estão marcando quase nada nessas finais), e o período terminou com vantagem de Detroit.
Crosby buscou o empate para Pittsburgh logo no início do terceiro período, mas a pilha de jogadores na área de Osgood impediu o gol, e que se tirasse qualquer conclusão sobre onde o disco se encontrava. Sem o gol, foi Detroit que se animou, e numa repetição do jogo anterior, Abdelkader, novamente, fez o terceiro gol dos Wings, praticamente no mesmo tempo de ontem, com a diferença que hoje foi um gol em um disco perdido no gelo, que voou todo torto em direção ao gol de Fleury. 3 a 1 Wings e pela primeira vez Pittsburgh parecia abalado na série, já que novamente a sorte nas jogadas de acaso não lhe sorria. Mesmo assim, os Penguins tiveram o maior número de tacadas no período, incríveis 12 a 3, mas o único gol veio mesmo em uma das 3 de Detroit, que mais uma vez fechou o placar em 3 a 1. O retrato da frustração dos Penguins se viu a 20 segundos do final, quando Malkin tentou pela enésima vez vazar Osgood sem sucesso, e depois de uma chegada de Talbot no goleiro dos Wings, uma confusão no crease levou á briga entre Malkin e Zetterberg, que vem tendo atuação impecável ao anular as principais peças ofensivas de Pittsburgh, Crosby e Malkin. Ao menos, serviu para o russo mostrar que esta série não será fácil para nenhum dos lados. Quem sabe esse incidente não acabe por incendiar os Penguins para os jogos 3 e 4, a serem disputados na Mellon Arena, onde virou fundamental o sucesso do time da casa nos dois jogos. Complicou muito, ta difícil, mas se ano passado depois de duas lavadas ainda conseguimos prolongar a série até o sexto jogo, por que não sonhar mais alto agora, já que perdemos os dois jogos, mas jogando bem melhor? Terça feira mais um capítulo da série, e o Diário estará presente. Um grande abraço!
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