Por: Eduardo Costa

A grande notícia é que o nível do hóquei apresentado até agora pelo Pittsburgh Penguins nessas finais é muito superior ao que vimos da mesma equipe há um ano. Territorialmente a coisa foi bem dividida nesses dois jogos.

A parte ruim para os Penguins é que o placar após esses cortejos é o mesmo que na campanha final de 2008.

O segundo período do prélio inicial foi um massacre favorável ao time da cidade do aço, algo parecido com que Detroit fez nos dois encontros das últimas finais. Mas a execução foi falha. Chris Osgood teve uma atuação quase perfeita, mas algumas chances desperdiçadas pelos Penguins deveriam ter sido convertidas, em especial um contra-ataque de Evgeni Malkin. Osgood cresceu na frente do russo e aquela jogada foi o ponto de ruptura da partida. Os Wings reagiram e levaram o jogo 1.

Na partida seguinte os Penguins novamente chutaram mais que os Red Wings, coisa que não fizeram nos seis embates da Copa Stanley de 2008. Não chegaram a ter chances tão claras quanto no jogo anterior, mas novamente vimos o esforço de Osgood lhe render o "título" de melhor homem no gelo.

O único tento dos Pens na noite de domingo saiu do taco do linha azul dos Red Wings, Brad stuart. Quando o disco passou por Osgood, oriundo de um jogador de Pittsburgh, encontrou a trave.

A frustração de chutar mais e não levar a vitória é bem conhecida pelos torcedores dos Red Wings. Nem sempre arriscar mais significa merecer a vitória. Os Penguins não estão, até agora, conseguindo arruinar o campo de visão de Osgood, que geralmente tem visto os chutes que vai em sua direção.

Dan Bylsma tem que buscar peças que possam funcionar como Tomas Holmstrom e Darren Helm, que foram decisivos no jogo 2 ao criar tráfego frente a meta de Fleury, caso contrário a tarefa de virar o placar dessa série será ainda mais complicado.

Até agora essa final tem sido uma batalha de titãs, onde o equilíbrio é a tônica, mas a diferença está mesmo na execução. Penguins perderam uma grande chance de roubar um jogo em Detroit e de aproveitar a ausência significativa de Pavel Datsyuk.

Borda artilheira?
Tenho lido muita gente reclamando da sorte de Fleury após esses dois jogos. Não culparia a borda artilheira da Joe Louis Arena pelos dois primeiros tentos sofridos pelos Penguins nessas finais. A equipe teve até mesmo a oportunidade de treinar esse tipo de situação. Fleury já tem também vários jogos na bagagem disputados na arena dos Wings pra saber o que fazer. Ele vai ao gelo rápido demais. O arqueiro quebequense vem sendo superado por larga margem por Osgood até aqui. O tento de Justin Abdelkader, no jogo 2, era mais do que defensável.

Última troca de linha
Bylsma deve estar aliviado em poder retornar à sua casa. Com direito a esperar a troca de linha do adversário, para poder enviar seu combo ao gelo, o treinador dos Penguins finalmente poderá tirar seu capitão Sidney Crosby da sombra de Henrik Zetterberg, Johan Franzen, Daniel Cleary, Nicklas Lidstrom e Brian Rafalski. Até agora, Crosby, assim como nos dois jogos iniciais das últimas finais, não anotou um ponto sequer. Sem Zetterberg na cola, será complicado manter o capitão de Pittsburgh longe do placar.

Mas a quebra dessa vigilância pode ser benéfica para Zetterberg em um ponto. Ofensivamente ele também não tem produzindo muito nessa final. Detroit, por ter bem mais profundidade que Pittsburgh, pode muito bem conviver com isso quando tem a vantagem na troca de linhas. Sem ter que marcar Crosby durante 20 minutos por noite, é bem provável que o sueco também passe a ser um tormento extra para Fleury.

Dan Bylsma: classe
Lembram da patética falta de compostura de Michel Therrien há um ano? Que diferença para Bylsma. Mesmo que você seja um torcedor do Philadelphia Flyers, é difícil não gostar do treinador dos Penguins. Além de ter feito essa equipe dos Penguins uma rival a altura para os Red Wings até aqui, ele tem sido sóbrio quando o disco para, bem diferente do ex-comandante, que também não era muito querido no vestiário de sua própria equipe.

Bylsma teve a oportunidade de imitar ser antecessor quando foi indagado sobre algumas questões arbitrais e colocar pressão nas zebras. Preferiu focar no que interessa: arrumar uma forma de fazer sua equipe ser mais competitiva.

Arbitragem
Os quatro homens responsáveis pelos apitos vem adotando uma postura mais "liberal" até aqui. Pouquíssimas penalidades foram marcadas. Efetuando o destempero de Evgeni Malkin, nos segundos finais do jogo 2, apenas cinco vantagens numéricas foram dadas. Com os Penguins tendo a oportunidade três vezes.

Muitos estão achando ótimo. Alguns nem tanto. O certo é que ninguém tem motivo para reclamações acintosas.

Zetterberg agarrou um disco com a mão no jogo 1 dentro da área de Osgood. Deveria ser pênalti. Mas na mesma partida Malkin teve uma "penalidade máxima" moral (?) após dar uma rasteira em Niklas Kronwall e partir livre para o confronto com Osgood.

Na partida seguinte, Marian Hossa parecia ter enganchado e depois ter quebrado o taco de Pascal Dupuis. A equipe da CBC achou assim. Até mesmo a torcida dos Red Wings achou que o lance que deu origem ao segundo gol de sua equipe na partida havia sido ilegal. Mas outros ângulos da mesma jogada mostraram que o taco de Dupuis se quebrou ao atingir o patim do eslovaco. Hossa também manteve seu objeto de trabalho longe da luva e do corpo de Dupuis. Foi taco-contra-taco, uma jogada defensiva legal.

A polêmica final ficou por conta de Malkin. Assim como no jogo 2 de 2008, o russo voltou a se envolver em um estranho combate físico. Ao instigar uma briga onde o oponente, Zetterberg, não estava interessado em participar, nos minutos finais do cortejo, ele acabou expulso. Segundo o livro de regras da liga, isso vale automaticamente um jogo de suspensão. Extremamente rápida, a liga logo tratou de retirar a penalidade que tiraria Malkin do jogo 3.

Se nem mesmo o soco covarde de Scott Walker, do Carolina Hurricanes, em Aaron Ward, Boston Bruins, nas semifinais da Conferência Leste, foi agraciado com o cumprimento da regra, é óbvio que a NHL não tiraria um dos melhores jogadores de hóquei do mundo de um jogo final de Copa Stanley.

Eduardo Costa acha que Hall Gill é uma avenida.

AP
Tormento à frente da meta de Fleury. Os Pens precisam fazer o mesmo para aproveitar o fato de chutarem mais.
(31/05/2009)

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Página publicada em 2 de junho de 2009.