Algumas pequenas mudanças acompanham a temporada 2007-08 da NHL.

Novos uniformes. Novos logos. Jogos no exterior. Novas arenas. Vendas de times. Possibilidade de expansão (mais times?). Possibilidade de mudança no formato de disputa. Novo jogo ao ar livre. A temporada 2007-08 da maior liga de hóquei no gelo do mundo vê algumas pequenas mudanças significativas no que já estava longe de ser tradicionalista.

Roupa nova
À primeira vista, as primeiras mudanças são nos uniformes — coisa que já fora comentada aqui na revista. Fornecidos pela empresa Reebok, hoje propriedade da Adidas, os novos uniformes da NHL seguem o padrão Rbk EDGE e tomaram cerca de três anos para serem desenvolvidos. Visivelmente, as camisas são mais justas (algumas com tons levemente mais sóbrios), detém uma absorção menor de água e são mais flexíveis que o material antigo. A Reebok e a NHL justificam a mudança como sendo pedido dos jogadores — Sidney Crosby, por exemplo, atleta patrocinado pela Reebok, teria feito uma série de sugestões à fabricante de material esportivo. Tecnologia é o que não faltou por parte da Reebok na confecção do vestuário. A idéia é que as endumentárias favoreçam a proteção e performance dos jogadores, de acordo com o presidente da empresa, Matt O'Toole. O tecido é mais grosso e, ao mesmo tempo, mais maleável, para simultaneamente proteger melhor a integridade física dos patinadores e dar mais liberdade e mobilidade para que possam utilizar de suas habilidades. E, além do sistema Bead Away, que, conforme citado, detém menor absorção de água (ou, no caso, suor), a Reebok equipa as camisas com o sistema complementar PlayDry, que acelera a evaporação da umidade. "Utilizamos tecnologia presentes em outros esportes para o melhor desenvolvimento dos uniformes da NHL", justificou O'Toole. De fato, esse tipo de tecnologia e esse novo "modelo justo" de uniformes já podia ser visto em times de futebol, vôlei e jogadores de tênis. Bettman chamou a mudança de "evolução, não revolução". Os uniformes estrearam no Jogo das Estrelas da temporada passada e, agora, serão vistos ao longo de toda temporada sendo utilizados pelos jogadores de todas as equipes da Liga.

O problema dos uniformes em termos comerciais é... justamente por serem justos, talvez não sejam muito apreciados pelos fãs acima do peso do hemisfério norte — coisa que TheSlot.com.br também já comentou. Signficaria problema comercial com as receitas ganhas em cima da vendagem de camisas?

Novos logos
Aproveitando a mudança de uniformes, sete clubes mudaram — ou, melhor dizendo, "modernizaram" — seus logos para a temporada 2007-08. Modernizaram porque cinco deles mantiveram a mesma essência do logo anterior, apenas os estilizaram um pouco mais, deram tons de cores mais fortes e um traço um pouco mais detalhado, puxando mais para logo que para distintivo em si.

Os times que mudaram suas marcas foram: Tampa Bay Lightning, Ottawa Senators, Boston Bruins, San Jose Sharks, Vancouver Canucks, Washington Capitals e Columbus Blue Jackets.

Lightning, Sharks, Senators, Bruins e Canucks apenas "modernizaram" seus logos. O San Jose, por exemplo, tridimencionou seu tubarão, dando um novo traço ao símbolo, que agora parece estar realmente saltando do uniforme.

O símbolo dos Jackets foi o que mais mudou. Em vez de uma faixa vermelha com estrelas bordadas formando um CB em volta de um taco de hóquei (que formava o J), o novo logo traz uma bandeira do estado de Idaho formando um C, envolvendo uma estrela militar.

Já os Capitals trouxeram a versão mais legal. A marca, modernizada, tem um quê de retrô, lembrando em muito o logo original, com uma pequena palavra WASHINGTON sobre uma grande CAPITALS, onde o T é formado por um taco de hóquei. Enquanto a tipologia antiga enclinava para a esquerda, a nova inclina para a direita, e três pequenas estrelas foram acrescentadas sobre o nome da cidade.

E os Bruins apresentaram um novo "logo alternativo", para o ombro das camisas, com um grande nome BRUINS sobre um urso andando acima de uma placa onde lê-se BOSTON.

Lembrando que temporada passada haviam mudado o logo o Anaheim Ducks (que mudou também de nome e cores) e o Buffalo Sabres.

Nova expansão e novo formato da tabela
Foi discutido, num encontro em Chicago no dia 18 de setembro, a possibilidade de mais uma expansão, tendo Winnipeg, Seattle, Las Vegas e Kansas City (Missouri). Também foi discutida a tabela da NHL, que foi considerada pela cúpula da Liga como "desbalanceada" — de fato, com 30 times disputando, a tabela fica muito desequilibrada. O formato atual de tabela acaba desfavorecendo antigas rivalidades da NHL, como os Seis Originais, uma vez que os clubes ficam mais centrados nos duelos dentro de suas próprias divisões. A idéia, a ser amadurecida no próximo encontro da direção em novembro, é fazer com que todos os times da Liga enfrentem-se pelo menos uma vez e também diminuir os jogos dentro de cada divisão.

Então... por que haveria uma expansão? E por que propor reformular a tabela agora? Isso está ligado com a possível expansão da Liga?

Se houvesse uma nova expansão, para quantos times iríamos? 32? Não iria bater com os múltiplos de seis necessários, uma vez que a Liga tem seis divisões. Então iríamos para 36? Dificilmente. Seria time demais. 31? Número ímpar. Uma divisão ficaria com um time a mais. Acredito que a discussão foi meramente política, um agrado a cidades como Kansas City e Winnipeg, que há muito anseiam por uma franquia na NHL — Winnipeg, por sinal, que já teve a sua franquia. Seria economicamente interessante para a NHL que uma cidade rica e onde "tudo é permitido" como Las Vegas, uma cidade canadense como Winnipeg ou uma cidade no rico noroeste americano como Seattle detivessem franquias na Liga. Mas, esportivamente falando, de acordo com problemas de tabela que a própria NHL já discutiu, a idéia da expansão é totalmente inviável. Acredito que isso não vá acontecer. E por que essa discussão envolvendo Las Vegas, Winnipeg, Kansas City e Seattle? Uma possível mudança de franquia?

A declaração de Bettman a respeito de expansão foi furtiva e aberta, uma vez que o Comissário disse apenas que "as discussões sobre expansão ainda são prematuras". Ou seja... aí tem coisa.

Mas a idéia de estudo da tabela é perfeitamente válida, e esperemos que ela aconteça. É bom para a liga que as rivalidades além das divisões sejam estimuladas.

Vendas de franquias
O mesmo encontro mencionou a possível venda do Tampa Bay Lightning e do Nashville Predators. O projeto para a venda das franquias ainda não está pronto, logo a idéia não foi votada. O tema deve ficar também para o encontro de novembro. E é inevitável ligar uma coisa a outra. A venda do Lightning e dos Predators estaria relacionada com a menção das cidades no tópico acima?

New Jersey de casa nova
A vida segue e a Continental Airlines Arena fica para trás. Os Devils terão uma nova arena esta temporada, o Prudencial Center de Newark, conhecido por "The Rock". A nova arena, no entanto, ainda não foi concluída, e por isso os Devils irão jogar seus nove primeiros jogos como visitante. "The Rock" tem capacidade para 18 mil torcedores e, originalmente, fora desenhada para o New Jersey Nets. Mas a possibilidade da mudança desta franquia da NBA para Nova York deixou o Prudencial Center exclusivamente para os Devils. A antiga Continental Airlines Arena será demolida para dar lugar ao complexo de entretenimento Meadowlands Xanadu.

Os jogos no exterior e o jogo ao ar livre
Nada disso é novidade para a NHL. Já tivemos jogos no exterior, já tivemos jogo ao ar livre. A abertura da temporada regular, nos dias 29 e 30 de setembro em Londres, foi, no entanto, as primeiras partidas oficiais da NHL em solo europeu — que já havia recebido jogos de pré-temporada em 1992 e 1993, na própria Londres. Ducks e Kings duelaram na arena The O2 da capital inglesa, terminando com uma vitória por 4-1 para cada.

O jogo foi levado à Terra da Rainha numa parceria entre o programa NHL Premiere 2007, que visa divulgação massiva da liga no exterior, e da Anschutz Entertainment Group, dono da arena The O2 e dos Kings. Ou seja, daqui pra frente, podemos esperar novos eventos do tipo? Certamente. A NHL quer vender a marca, que está bem atrás de NBA, NFL e MLB, embora o esporte em si, hóquei no gelo, seja mais popular ao redor do mundo que o futebol americano e o beisebol.

Já o jogo ao ar livre, se tivemos na temporada 2003-04 o Heritage Classic entre Montreal Canadiens e Edmonton Oilers, na 2007-08 teremos Pittsburgh Penguins e Buffalo Sabres disputando o AMP NHL Winter Classic, o primeiro ao ar livre nos Estados Unidos. O Ralph Wilson Stadium de Búfalo, casa do Buffalo Bills da NFL, servirá de abrigo para o jogo, a ser disputado em 1.º de janeiro de 2008. Se você quer ir, pode tirar seu cavalinho da chuva. A partida foi anunciada no dia 17 de setembro. No dia 18, as bilheterias abriram oferecendo aproximadamente 41 mil ingressos. No dia 18, 30 minutos depois, ingresso nenhum restava. Mas sempre há a possibilidade de morrer na mão de um cambista. Quem quiser ver pela TV, sintonize a NBC (EUA) ou a CBS e RDS (ambas no Canadá). E também há os que optam pelo rádio, e aí basta entrar no site da XM Satellite Radio Holdings e curtir o melhor evento deste revellión.

A partida será patrocinada pela Mountain Dew AMP e o que eu não consegui me informar é... teremos uma partida de masters antes? Veremos Mario Lemieux na festa? Acho difícil, mas já diria o bom e velho volante Amaral, "a esperança é a única que morre". A minha já morreu, mas espero que aconteça.

No mais, é torcer para uma mudança de tabelas acontecer, rezar para que não haja expansão nem que cidades canadense como Ottawa percam seus times para o meio-oeste americano, seja os desertos de Kansas City ou Nevada, e curtir a temporada 2007-08 da NHL. Afinal de contas, tudo é alegria quando se trata do melhor e mais rápido esporte no gelo.

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• E as mudanças que importam?
• NHL de roupa nova
• All You Need is Hockey!
• Vida nova para os Blackhawks!
• Os ventos da mudança
• País das Maravilhas no gelo
• Guia NHL 2007-08
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