Por: Dave Clayton

Bem...

Agora que a parada acabou é que caiu a ficha que os Hawks levantaram a Copa. Ter tido a oportunidade de fazer parte das finais da Copa Stanley foi emocionante. Tive a sorte de testemunhar, ao vivo, em cores e em pessoa, três vitórias na série decisiva.

Eu nunca tinha visto o United Center tão barulhento como no jogo 1. Foi um jogo espetacular. Nós marcávamos, e o Philly marcava em seguida, e vice-versa. No terceiro período, tive um pressentimento de que o gol seguinte seria o da vitória, e Tomáš Kopecký foi decisivo para nós, garantindo o direito da torcida de cantar "Vamos, Hawks!" até o fim do jogo.

Já o jogo 2 foi uma das melhores partidas disputadas por ambos os times, e o melhor de Antti Niemi no gol dos Hawks. Ben Eager marcou o gol da vitória. Muitos torcedores dos Hawks já estavam falando em varrida àquela altura, mas, sabendo como o Philly joga, eu achava que não seria bem assim. Sabe como é: "O lado bom de ser pessimista é que ou você está sempre certo ou agradavelmente surpreso."

Os Flyers acabaram por mostrar que eu estava certo ao vencer o jogo 3 na prorrogação e depois impondo seu jogo na partida seguinte, apesar de os Hawks terem tentado equilibrar as coisas no terceiro período.

O jogo 5 também foi espetacular no United Center, com os Hawks vencendo por 7-4, mas não fiquei tranquilo enquanto Dustin Byfuglien não marcou com rede vazia. Ainda estou tentando imaginar por que o técnico dos Flyers, Peter Laviolette, tirou o goleiro, àquela altura Brian Boucher, a mais de dois minutos do fim do jogo. Os Flyers estavam jogando bem. Nenhum torcedor do time pareceu entender o que estava acontecendo.

Depois desse jogo pressenti que não veria in loco os Hawks jogar de novo até o ano que vem. Para mudar nossa sorte na Filadélfia, em vez de assistir ao jogo fora de casa, dei uma festa no meu apartamento em Chicago. Acho que muitos queriam que os Hawks perdessem para depois ganhar em casa o jogo 7. Já eu digo que nunca se deseja que seu time perca. Nunca.

O começo do jogo 6 demorou uma eternidade para começar: foi um intervalo de apenas três dias, mas pareceram três semanas. Fiquei surpreso com o excelente começo dos Hawks, que ditaram o ritmo de jogo no primeiro período e continuaram a fazê-lo até Scott Hartnell marcar a quatro minutos do que seria o fim de jogo e de série, levando o jogo para a prorrogação.

Esse gol fez minha barriga gelar de preocupação. Niemi fez algumas defesas importantes no fim do tempo normal, assegurando que o gol de Hartnell seria o último do tempo regulamentar. Durante a prorrogação os Flyers pareceram dominar, ainda mais com seu recente histórico de virar jogos e séries.

Quando Patrick Kane marcou aquele gol — um gol bem estranho, já que o disco ficou preso embaixo do suporte da rede — ficamos loucos e percebemos que um sonho tinha se realizado para a torcida dos Hawks. Mas a ficha só foi cair mesmo quando vi a Copa na parada, junto com mais de dois milhões de pessoas. Fiquei tentando imaginar quantas delas sabiam o que era um icing.

Algumas últimas considerações sobre esse título.

Acho que Niemi é um goleiro muito bom, que faz defesas importantes quando necessário, embora sofra alguns gols que não deveria. A terceira vez foi a que valou para Marián Hossa. Duncan Keith foi maravilhoso: ele perdeu alguns dentes e seguiu jogando. Acho que o técnico Joel Quenneville tomou algumas decisões inteligentes, como colocar Jonathan Toews, Hossa e Kopecký em uma linha e Patrick Sharp ao lado de Kane. Kane sempre parece jogar um pouco melhor quando está numa linha com Sharp. O técnico Q também foi brilhante ao colocar Nick Boynton ao lado de Brent Sopel.

Foi uma experiência fenomenal, e fico feliz de poder estar de volta a Chicago para fazer parte dela. Fiquei muito feliz de estar de volta ao meu assento no United Center e compartilhar três vitórias com minha família Hawk. É bom ver os Hawks dominando Chicago. E, para coroar tudo, ainda pude ver as 500 Milhas de Indianápolis entre os jogos e agora, ainda por cima, a Copa do Mundo está começando. É uma bela época para torcer pelos Hawks.

Obrigado, Chicago Blackhawks. Vamos, Hawks!

Dave Clayton é colunista convidado de TheSlot.com.br e torcedor fanático do Chicago Blackhawks radicado em São Paulo.

Cortesia Dave Clayton
Dave Clayton e Sam, do site Committed Indian.

Cortesia Dave Clayton
Festa em casa!

Cortesia Dave Clayton
A parada comemorativa em Chicago.

Cortesia Dave Clayton
A Copa Stanley.

Cortesia Dave Clayton
Jonathan Toews e a Copa na parada.

Edição Atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Comunidade no Orkut | Página no Facebook | Contato
© 2002-10 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução do conteúdo escrito, desde que citados autor e fonte.
Página publicada em 12 de junho de 2010.