O Washington Capitals garantiu no último domingo (com a derrota do San Jose Sharks, o time que ainda poderia fazer frente) a conquista antecipada do troféu os Presidentes, concedido ao time com maior número de pontos na temporada. E ainda faltavam quatro jogos para completar os 82.
Recorde de vitórias e pontos da franquia, primeiro troféu dos Presidentes. Talvez seja a hora de pelo menos o time ir mais longe do que apenas passar da primeira fase: os Caps não chegam a uma final de conferência desde que foram varridos na final da Copa Stanley pelo Detroit Red Wings em 1998. A rigor, além dessa, a única outra vez em que foram á final de conferência foi em 1990, quando foram varridos pelo Boston Bruins. A expectativa agora é de que o time vá longe.
Liderar a liga na temporada normal não tem nada de maldição. Não é incomum um time vencer o troféu dos Presidentes e a Copa Stanley, embora não seja garantia alguma e também não arranque necessariamente um favoritismo.
Era absolutamente esperado que os Caps estourassem nesta temporada. Eram tidos como favoritíssimos para liderar a Divisão Sudeste e muitos indicavam o time como favorito a liderar a liga na temporada e inclusive vencer a Copa. Não há qualquer zebra aqui.
Os Caps são o time com mais gols marcados (310), com o melhor saldo de gols (83), o melhor time de vantagem numérica (aproveitamento superior a 25%), as melhores campanhas dentro e fora de casa (29-5-5 e 24-10-7 respectivamente), e o melhor de tudo isso (e uma das mais fortes razões para tudo isso): os Caps têm Alex Ovechkin.
Ovechkin é daqueles jogadores que fazem com que torcedores de outros times tenham interesse em assistir a jogos do Washington, somente para ver o russo jogar. Nenhum outro jogador da liga tem esse poder. Pode-se dizer que o último jogador que teve esse poder na NHL foi Mario Lemieux (estamos falando em larga escala, é claro que há preferências individuais diversas).
O único problema do time é no gol, e isso jamais deve ser desconsiderado em playoffs. Não se confia impunemente em José Theodore nos playoffs. Mas não se sabe o que Semyon Varlamov pode vir a ser, trata-se mais de uma incógnita do que alguma certeza. Eu não teria dúvidas: antes a incógnita do que a certeza da não confiança, entretanto a tendência parece ser a alternância entre os dois. Além disso, o time de matar penalidades é dos piores da liga. Ou seja, os Caps são um time essencialmente ofensivo.
Com uma campanha memorável, a equipe também tem destaques que devem concorrer a troféus individuais. Ovechkin é nome certo para concorrer ao troféu Hart. Mike Green estará entre os finalistas do Norris. O técnico Bruce Boudreau provavelmente estará entre os finalistas do troféu Jack Adams. Na próxima semana falaremos mais sobre isso e sobre os outros troféus, com os tradicionais palpites.
Marcelo Constantino sai de férias a partir da próxima edição, justamente quando começam os playoffs da NHL. Até maio!