Dany Heatley foi escolhido o melhor jogador da primeira semana da temporada pela NHL. O jogador que se transferiu de Ottawa para San Jose não esteve bem somente no gelo, mas também foi o protagonista da situação mais comentada durante a época em que o disco não atinge o gelo na América do Norte.

O ponta-esquerda, escolhido na 2.ª rodada do recrutamento de 2000 pelo Atlanta Thrashers, ficou desapontado após a troca de comando no Ottawa Senators, na qual Cory Clouston substituiu Craig Hartsburg como técnico. Após a chegada de Clouston, Heatley passou a ter um tempo menor de gelo, além de ser movido para a 2.ª linha de vantagem numérica.

O jogador, que até então formava um dos trios mais perigosos da liga junto com o capitão do time Daniel Alfredsson e o ótimo central Jason Spezza, viu sua pontuação abaixar muito na temporada, não só pelas mudanças de Clouston, mas também pelo fato de seu time não disputar uma vaga nos playoffs, como nos três anos anteriores em que o ponta teve duas campanhas acima dos 100 pontos, acompanhados de 22 pontos na pós-temporada em que os Sens chegaram às finais da Copa Stanley.

Após o fim da temporada, um dos assuntos mais comentados dentro da organização era a insatisfação do vencedor do Troféu Calder de 2002. E no dia 9 de junho, a TSN (a "ESPN canadense") noticiou que Heatley havia feito um pedido para ser envolvido em uma troca. O gerente geral dos Sens, Bryan Murray, disse ter ficado chocado com o pedido do jogador e ainda acrescentou: "A parte frustrante para nós é que passamos por vários treinadores que não conseguiram vencer jogos para nós. E nós trouxemos um rapaz e estamos satisfeitos com os resultados e com o fato de que o time passou a se mostrar realmente um time novamente. É difícil para um técnico aceitar ter seu pensamento afetado por um dos seus principais jogadores."

Então Murray buscou alternativas para Heatley mesmo com o empecilho de que seu contrato de US$ 7,5 milhões era uma coisa com qual muitos times não poderiam lidar. E no dia 30 de junho, o gerente geral conseguiu uma troca em que enviaria o jogador mais valioso do Jogo das Estrelas de 2003 para o Edmonton Oilers, em troca do central Andrew Cogliano, do ponta-esquerda Dustin Penner e do defensor Ladislav Smid, o que seria um ótimo negócio para os Sens, mas como Heatley não queria ir pra Edmonton, ele se recusou a tirar a cláusula anti-troca do seu contrato. Os Senators poderiam fazer uma queixa contra o jogador para que a transferência fosse realizada, mas US$ 4 milhões do salário de Heatley entrariam no teto salarial dos Sens, então eles recuaram com essa possibilidade.

Depois do agente de Heatley aparecer com uma lista de times para os quais o atacante aceitaria ir e Bryan Murray dizer que não precisava daquela lista para achar uma boa troca, o GG conseguiu uma troca com o San Jose Sharks na qual os Sens enviariam uma escolha de quinta rodada em 2010 junto com Heatley em troca da eterna promessa, Jonathan Cheechoo, do competente Milan Michalek e de uma escolha de segunda rodada no próximo recrutamento.

E até agora, Heatley vem mostrando por que é um jogador tão desejado e que pode fazer esse tipo de exigência. Jogando ao lado do também badalado Joe Thornton e do jovem Devin Setoguchi na primeira linha e na primeira unidade de vantagem numérica, o canadense é o líder em pontos da liga no momento em que escrevo esta coluna, além de ter marcado um hat trick contra o Columbus na sua estreia no Shark Tank. Uma ótima semana de abertura para o atacante que vai ajudar o San Jose a se livrar da síndrome do amarelão durante os playoffs.

• Capa
• Editorial
• Faceoff
• Prorrogação
• O erro do Boston
• Um novo milagre
• Os azuis estão roxos – de vergonha
• Introdução à oceanografia
• O vilão é o herói