Por: Eduardo Costa

Atlanta Thrashers
Quem chegou: P Nik Antropov, D Pavel Kubina, D Noah Welch, C Tim Stapleton, C Jason Krog.
Quem saiu:
D Garnet Exelby, P Colin Stuart.

Uma das equipes com pior gerenciamento na NHL, os Thrashers — que vivem uma crise institucional apenas inferior à dos Coyotes — já iniciam a temporada envoltos na delicada questão que é a renovação contratual da única fera ofensiva da equipe, Ilya Kovalchuk. Caso o russo não ceda às primeiras tentativas do GG Don Waddell, veremos até o dia-limite de trocas uma novela onde os resultados podem definir a continuidade em Atlanta do maior goleador da liga ao longo das cinco últimas temporadas. O treinador John Anderson contará com poucos coadjuvantes de alto nível. O recém chegado Nik Antropov possui um interessante combo de tamanho e habilidade. Bryan Little vem de uma bela temporada, e sua visão e boa capacidade de criar jogadas devem continuar a ser exploradas. O veterano Slava Kozlov é peça fundamental na vantagem numérica. O setor defensivo depende de melhor colaboração dos homens de frente para deixar de ser um dos piores da liga. No papel vemos quatro linhas-azuis que podem dar ao time segurança, especialmente o jovem Zach Bogosian, atleta de ótimos recursos em ambos os lados do gelo. Além dele vemos o arisco passador Tobias Enström, e dois atletas com bom porte físico, como Ron Hainsey e o recém-chegado Pavel Kubina. Entre as traves, a eterna promessa Kari Lehtonen vem de uma cirurgia nas costas, o que dramatiza ainda mais o cenário. O Atlanta precisa de um belo começo de temporada, uma melhora significativa de sua equipe de desvantagem numérica e, princialmente, comprometimento defensivo por parte de seus atacantes. Tarefas bem complexas para esse elenco.

Carolina Hurricanes
Quem chegou: C Stephane Yelle, D Andrew Alberts, P Tom Kostopoulos, D Aaron Ward.
Quem saiu:
P Patrick Eaves, D Frantisek Kaberle.

Historicamente os Canes sempre entram em ressaca crônica após fazer uma grande pós-temporada. Evitar um novo apagão é a missão de Paul Maurice. Após chegar à final do Leste em 2009, o time foi praticamente mantido, com apenas duas subtrações não muito sentidas. A linha azul necessitava de tamanho e brutalidade, e o retorno de Aaron Ward, mais a adição de Andrew Alberts, será de grande valia. Eles se juntam a defensores criativos e móveis, como Joe Corvo e Joni Pitkanen, fomando um mix interessante. Na última linha de defesa temos o jogador que decidirá o destino da franquia nesta campanha. Se Cam Ward repetir a performance da última temporada, os Canes estarão na briga por uma vaga, caso contrário a tarefa será indigesta. Eric Staal continuará sendo o centro das atenções entre os atletas de linha, devendo melhorar seus números em relação à última campanha e roubar de Ray Whitney a artilharia da equipe. Staal é o pacote completo e tem todas as ferramentas para voltar a anotar três dígitos na artilharia. Tuomo Ruutu, Eric Cole e Chad La- Rose são outras peças importantes no ataque. Todos os três precisam vencer o fantasma das contusões para manter o time como segunda força de sua divisão. O Carolina precisa manter o foco durante toda a temporada e torcer muito por um Ward consistente e forte mentalmente para quebrar a maldição de ir mal após uma grande aparição em playoffs.

Florida Panthers
Quem chegou: D Ville Koistinen, G Scott Clemmensen, D Jordan Leopold, C Steven Reinprecht.
Quem saiu: D Jay Bouwmeester, D Nick Boynton, D Steve Eminger, D Karlis Skratins, P Ville Peltonen, P Richard Zednik, G Craig Anderson.

O pior aconteceu: na dúvida entre trocar Jay Bouwmeester por um belo pacote no dia-limite de trocas ou mantê-lo para poder brigar por uma vaga aos playoffs, os Panthers escolheram a segunda opção e acabaram ficando de mãos quase vazias. Por uma posição ficaram fora da pós-temporada e perderam um dos melhores defensores da NHL, conseguindo em troca o apenas mediano Jordan Leopold e uma escolha de terceira rodada. Bouwmeester devorava tempo de gelo, e o treinador Peter De-Boer não conseguirá suprir essa ausência. O que sobrou da linha azul — 10ª menos vazada na última campanha — terá que elevar seu jogo para diminuir o prejuízo. Nesse contexto Keith Ballard é a peça-chave. O novato Dmitry Kulikov pode ser a surpresa, já que vem agradando durante a pré-temporada. O combativo Dennis Seidenberg foi a adição de última hora para o setor. Se o goleiro Tomas Vokoun apresentar seu melhor, em especial seu reflexo acima da média, a tarefa será menos faraônica. Ofensivamente, os Panthers possuem atletas fora do radar da maioria, mas que merecem destaque. A linha principal deve ser novamente formada por Nathan Horton, Stephen Weiss e David Booth, atletas com bons recursos técnicos e que também incomodam em tráfego pesado. O enigma Steven Reinprecht tem boas chances de centrar o veterano Cory Stillman e o talentoso jovem Michael Frolik, formando outro combo no mínimo interessante. O time da Flórida deverá incomodar novamente, mas a falta de um jogador diferenciado, daqueles fora de série que desequilibram, pode significar mais uma temporada longe da corrida pela Copa — vale lembrar que a última vez que o time foi aos playoffs foi em 1999-2000, ainda no século passado.

Tampa Bay Lightning
Quem chegou: D Matthias Ohlund, D Kurtis Foster, P Stephane Veilleux, P Todd Fedoruk, G Antero Niittymaki.
Quem saiu:
G Karri Ramo, D Cory Murphy, D Marek Malik, P Vaclav Prospal, P Radim Vrbata.

Muitas contusões aliadas a uma boa dose de incompetência: durante a última temporada os Bolts utilizaram 22 linhas azuis diferentes. Com isso, agora a organização buscou fortalecer esse setor. Caiu em seu colo um defensor de apenas 18 anos, mas completíssimo e que já deve ver ação na NHL nesta campanha. O comandante Rick Tocchet vem usando o sueco Victor Hedman à exaustão durante os jogos preparatórios. Tem gostado do resultado e assim o time ganha em ambas as extremidades do gelo. Para tutelar o prodígio chegou o competente ex-Canucks Mattias Ohlund. Para ilusionar, Andrej Meszároš e Paul Ranger retornam após uma temporada de muita enfermaria. Tal sólido grupo de defensores terá a missão de dar proteção à maior interrogação do clube: Mike Smith, que ainda precisa provar ser um consistente titular entre as traves. Com a dúvida no ar, a direção foi atrás de Antero Niittymaki, arqueiro com sucesso no hóquei em nível de seleção, mas de passagem atribulada pelos Flyers. Na frente existe talento para montar duas linhas de muita periculosidade — falta profundidade para rodar quatro. O trio Marty St. Louis, Steven Stamkos e Ryan Malone funcionou muito bem no final da última temporada, quando Stamkos, longe das garras de Barry Melrose, deu mostras de ser mesmo um atleta de elevado nível, e pode ser mantido. A fera Vincent Lecavalier ganha a companhia de Alex Tanguay, atleta que jamais ficou de fora de uma pós-temporada. O Tampa Bay promete e deve cumprir uma tarefa melhor, mas ainda não possui profundidade para fazer seu torcedor sonhar alto nesta campanha.

Washington Capitals
Quem chegou: P Mike Knuble, C Brendan Morrison.
Quem saiu:
C Sergei Fedorov, P Viktor Kozlov, P Donald Brashear.

Uma das equipes mais excitantes da NHL — perdendo ou ganhando —, os Caps têm boas chances de defender o título de sua divisão. Com seu núcleo ainda entrando nos anos mais produtivos, é sempre um deleite assistir a Niklas Backström, Alexander Semin e, é claro, Alexander Ovechkin. O central sueco vem de uma campanha em que somou 66 assistências, número que deve aumentar se Semin voltar a ter uma temporada saudável. Juntos a Ovie, esse é o trio mais dominante da liga, responsável também por uma equipe de vantagem numérica de nível superlativo. Na retaguarda a coisa não é tão prodigiosa, apesar de estar longe da mediocridade. No guia da temporada anterior dissemos que Mike Green era um atleta completo, obviamente um devaneio. Trata-se de um excelente linha azul ofensivo, uma verdadeira arma durante vantagens numéricas, mas que ainda precisa melhorar na sua função primordial: defender. Esse é também o ponto débil da equipe como um todo, com a nona pior média de gols sofridos da liga na última temporada. A perda de um central com Selke no currículo (Sergei Fedorov) não ajuda e também pode impactar na disputa de faceoffs. No gol temos o falsário José Théodore, que pode até mostrar alguma coisa, já que entra em seu último ano de contrato, tentando recuperar a vaga que perdeu para Semyon Varlamov. O russo tinha apenas seis embates de experiência na NHL quando roubou a titularidade do canadense às portas dos playoffs. Apesar de algumas falhas feias, mostrou imenso potencial para um arqueiro de 21 anos. Liderados pelo atual monarca do Troféu Hart, Ovechkin, os Caps possuem uma capacidade ofensiva monstruosa e, caso consigam minimizar as carências na retaguarda, deverão brigar pelo topo da conferência.

Eduardo Costa é colunista de TheSlot.com.br.
Número 240
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Página publicada em 30 de setembro de 2009.