Por: Thiago Leal

É notória a indignação da torcida do Detroit Red Wings — e também da imprensa de Detroit — com a arbitragem nos últimos jogos das finais da Copa Stanley. Aliás, torcedores de outras franquias vêm se irritando com os Penguins há algum tempo, principalmente com queixas de que os árbitros costumam favorecer ao time de Pittsburgh em suas decisões. Pessoalmente, tenho a postura de minimizar erros de arbitragens e afins, uma vez que, na minha visão, o que define de fato o vencedor de uma partida é o melhor time no rinque. Mesmo um jogo bastante equilibrado que acabe sendo decidido em decorrência de um erro de arbitragem, para mim, não tira os méritos do vencedor.

De qualquer forma, vínhamos tendo uma série final com baixo número de penalidades por jogo. E o maior número de atletas penalizados vinha sendo do Pittsburgh Penguins, o que é perfeitamente justificável, já que, como falamos aqui, a franquia da cidade do aço tem que elevar seu jogo físico para tentar fazer frente aos jogadores fortes do Detroit Red Wings. Mas isso para mim é uma prova de que erros de arbitragem a favor do Pittsburgh existem, mas não fazem parte de um complô da NHL e Gary Bettman para que o garoto-propaganda Sidney "Menino" Crosby ganhe um troféu e inspire crianças ao redor da América.

Independentemente disso, a grande dor de cabeça para o Detroit nestas finais vinha sendo parar "Menino" Crosby, Evgeni Malkin e Chris Kunitz e Maxime Talbot, embora outros jogadores dos Penguins, como Brooks Orpik ou Matt Cooke viessem dando trabalho também. Então era óbvio, como falei na edição passada, que parar esses caras seria essencial para o Detroit retomar a liderança e o domínio da série — sim, porque são duas coisas diferentes, e aparentemente no momento que o jogo 5 começou, os Penguins tinham esse domínio. Depois das vitórias nos jogos 3 e 4, principalmente pela forma como elas aconteceram, os Pens tomaram o controle da série. A polêmica em torno da arbitragem também abriu espaço para que até mesmo torcedores do Detroit acreditassem que não demoraria até que o título dos Penguins acontecesse.

Então veio o jogo 5 e o massacre do Detroit por 5-0. Um shutout que lembrou a série final passada. Em termos. Pessoalmente, não concordo com a visão de que os Wings tenham dado um baile nos Pens. Pelo menos não até o terceiro gol, que foi quando a coisa deslanchou — e, não coincidentemente, isso aconteceu justamente no momento em que os Penguins perderam três dos seus mais importantes jogadores: Sergei Gonchar, que, OK, ainda não correspondeu ao que se espera dele, mas mesmo assim é um nome forte na defesa do time; Evgeni Malkin, nem preciso comentar; e Chris Kunitz, tecla na qual venho batendo durante todas as finais sobre sua importância em combater os Wings.

Kunitz havia sido punido no primeiro período também. E os Wings poderiam ter ampliado sua vantagem se aproveitassem a vantagem 5-contra-3 que tiveram no gelo — momento em que Talbot e Crosby estavam enjaulados no banco de penalidades.

Não que os Wings não vencessem os Penguins mesmo sem esse detalhe. O jogo já estava 2-0 e acredito que assim terminaria, visto que o trabalho defensivo dos Wings esteve muito melhor neste jogo que em toda a série, principalmente por parte dos responsáveis pelos trancos, como Darren Helm. Seria um shutout de um modo ou de outro. Mas enjaular os pinguins ajudou bastante no processo de massacrar a franquia de Pittsburgh, o que foi definitivo para que o Detroit retomasse o controle total da série. Uma vitória moral.

Pessoalmente, tem sido um prazer acompanhar as finais, uma vez que não torço por nenhum dos times em questão. Ora vejo os Wings mais fortes, ora vejo os Penguins mais fortes. E isso é o máximo!

Mas ver tanto pinguim enjaulado no jogo 5 para mim acaba completamente com qualquer suspeita, por mais tola que fosse, em cima de arbitragem.

E, claro, isso demonstrou aos Wings que eles precisam ter competência para fazer justamente esse trabalho: anular Kunitz, Crosby, Talbot, Malkin... não há como esperar que esses caras sejam punidos sempre. Melhor fazer o trabalho por si só.

Thiago Leal adquiriu as primeiras temporadas de House MD e Weeds.

Claus Andersen/Getty Images
Sidney "Menino" Crosby, para o banco de penalidades: só assim para parar os Penguins?
(06/06/2009)

Edição Atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Comunidade no Orkut | Contato
© 2002-08 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução do conteúdo escrito, desde que citados autor e fonte.
Página publicada em 8 de junho de 2009.