Por: Marcelo Constantino

Dessa vez não houve aqueles turnovers constantes e excessivos. Também não houve a generosidade habitual de conceder sempre um gol de vantagem numérica (VN) ao adversário.

Dessa vez Brian Rafalski esteve novamente cara a cara com Jordan Staal, e na mesma situação: Rafalski em VN e Staal matando a penalidade. E novamente com Staal atacando. E pior: com Rafalski sem taco nas mãos. Mas dessa vez Rafalski não permitiu que Staal progredisse, retirando o disco com as próprias mãos de seu taco, numa das belas jogadas da noite.

Dessa vez a VN funcionou. E funcionou como nunca antes nesta série. Ou como nunca antes nesses playoffs. Dessa vez Pavel Datsyuk estava no gelo. Dessa vez o Detroit Red Wings jogou como o aclamado time que esbanja experiência e sabedoria, terminando o jogo 5 com surpreendentes 5-0 sobre o Pittsburgh Penguins e podendo decidir a Copa Stanley nessa terça-feira, em Pittsburgh.

É verdade que os Penguins ainda tiveram um determinado momento a seu favor: o começo do jogo. Ali no iniciozinho eles pareciam melhores, ainda como no jogo anterior. Mas nem tanto assim: os Red Wings acabaram equilibrando as ações ao longo do período. E aí veio o gol de Dan Cleary, com passe de Datsyuk, que abriu o placar e as portas da defesa dos Pens para o Detroit.

O gol foi o primeiro de cinco que vazaram Marc-André Fleury, numa noite infeliz para o jovem goleiro do Pittsburgh. Após o quinto, acabou sacado em favor de Matheiu Garon. Mas ali o jogo já estava decidido.

Talvez a maior surpresa do início do jogo tenha passado um pouco despercebida: o Detroit matou a penalidade que cometeu. Isso mesmo que você leu, o Detroit cometeu uma penalidade e conseguiu matar. Coisa rara. Foi ali na primeira metade do primeiro período, e era prática comum até então. Penalidade cometida, VN para os Pens, gol para os Pens. Não dessa vez. Talvez isso tenha sinalizado aos Pens que o buraco era outro no jogo 5.

Tanto que, ao conseguir não levar gols em VN (e também sem conceder muitas dessas chances, já que os Pens só tiveram duas delas), pela segunda vez nesses playoffs o Detroit conseguiu um shutout para Chris Osgood. Um shutout relativamente tranqüilo, é verdade, mas trata-se de um shutout num jogo 5 de final de Copa, e logo depois de um jogo 4 muito desfavorável.

E, se por um lado o Detroit conseguiu não levar gols em VN, por outro o time puniu os Penguins nessa mesma moeda. Com suas estrelas perdendo as estribeiras (Evgeni Malkin foi penalizado três vezes, Sidney Crosby foi penalizado por dar uma tacada por trás em Henrik Zetterberg), os Pens passaram boa parte do segundo período matando penalidades. Ou melhor, tentando, porque levaram três gols nessa situação naquele período.

Sergei Gonchar, Malkin e Chriz Kunitz cometeram três penalidades em seqüência que geraram três gols em VN para o Detroit. E isso depois de o jogo já estar 2-0 para o time da casa. Ali acabou o jogo.

Na semana passada nós dissemos aqui que os Penguins haviam reescrito a história dessas finais e que a caneta estava com eles, e que cabia ao Detroit retomá-la. O Detroit assim fez. E com uma maestria imponente.

Agora, com a série voltando para Pittsburgh, os Pens terão de repetir as belas atuações dos jogos 3 e 4 e aguentar a pressão de estar encarando uma nova eliminação na final para vencer e carregar o momentum para um jogo 7. Que eles são capazes disso, não tenho dúvidas disso. Mas se o Detroit estiver no ponto em que esteve no jogo 5, a missão será hercúlea.

Marcelo Constantino parabeniza o grande Roger Federer.

Harry How/Getty Images
Pavel Datsyuk voltou e fez diferença: duas assistências na goleada de 5-0 no jogo 5.
(06/06/2009)
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Página publicada em 8 de junho de 2009.