Por: Marco Aurelio Lopes

Depois de três jogos 7, prorrogações, e tudo mais que esta segunda fase dos playoffs nos trouxe, tivemos dois dias de descanso, para retomar um pouco o ritmo normal do dia-a-dia. Mas só dois dias mesmo, porque no domingo já ia ter gelo sendo riscado em Detroit, para as finais do Oeste, contra o eterno rival Chicago. Desde que se definiu esta série, todo mundo falava da experiência de Detroit contra a juventude de Chicago, e realmente não parecia muito diferente disso. E não deu outra, descansados desde o início da semana, os Hawks partiram com tudo, e contra um Wings que veio de um duro jogo 7 na quinta-feira, abriram o placar com Burish. Mas como o Wings é o Wings, não durou muito para a vantagem dos Hawks sumir. Cleary, herói do jogo 7, fuzilou Khabibulin e empatou o jogo. E ao final do período já apareciam os sinais que Detroit ia fazer o que melhor faz: pressionar o adversário e mandar tacadas e mais tacadas.

Veio o segundo período e mais do mesmo, Red Wings pressionando, Blackhawks tentando achar uma saída, mas quando Toews e Kane passam mais tempo no banco do que no gelo, você precisa mais ainda de Khabibulin. O russo até fez sua parte, mas pouco perto da pressão de Detroit, e no final do período, Franzen (Conn Smythe nele?), aproveitando um vacilo da dupla Keith/Seabrook, virou o jogo. No início do terceiro período, Versteeg empatou o jogo na vantagem numérica, mas sabe quando você sente que não vai durar muito? Pois é, 4 minutos depois e o wings já liderava de novo, agora com Samuelsson, e daí nunca mais olhou para trás. Cleary logo depois marcou o quarto para mostrar quem mandava, e o gol sem goleiro de Zetterberg selou o placar em 5 a 2, que até pareceu muito, mas foi um belo recado para os jovens Hawks. Precisam melhorar muito, e vão precisar muito de Toews e Kane se quiserem algum sucesso. Os Red Wings? Parece tudo sob controle, e acho até que com o estilo de jogo que Chicago usa, a série deve ser mais fácil do que contra os Ducks. Bem mais fácil.

Chegou a segunda-feira, chegou a final do Leste. Penguins e Hurricanes. Nunca se enfrentaram nos playoffs, pouco se enfrentam durante a temporada. Ambos já passaram por dificuldades nos playoffs, ambos vêm de jogos 7 fora de casa, e superaram. O ataque dos Penguins contra Cam Ward. Os irmãos Staal se enfrentando, Cole reencontrando Orpik depois deste quase ter acabado com sua carreira. Começo de jogo, os irmãos no face-off, Jordan leva a melhor. Mas os Hurricanes aplicam bem seu jogo de pressão no adversário, e mesmo comentendo duas penalidades, não sofrem ameaças dos Penguins. Jogo difícil, você precisa de algum fato isolado para quebrar a defesa. E ela veio quando Satan, saído da penalidade, entra livre e dribla Ward, 1 a 0. Reinício, Boucher acha Malkin pelo meio, que acha o fundo do gol, 2 a 0. Parece familiar? 2 gols em tacadas seguidas, como na úlitma quarta. Os Hurricanes pressionaram, mas Fleury foi muito bem, e o Penguins sólido. O início é promissor. Segundo período similar ao primeiro, com ambos os times criando chances, mas esbarrando em belas atuações de Ward e Fleury, o último sendo mais exigido, como já fora no primeiro período. No entanto, a grande chance nos primeiros minutos foi de Guerin, apenas para ser “roubado” por Ward, no seu melhor estilo. A 7 minutos do fim, LaRose, um dos bons nomes dos Canes na série, diminui. E que seja o último gol deles! Não foi, LaRose marca outro, mas felizmente, Cole jogou Gill em cima de Fleury e cometeu a interferência (talvez sem ela Fleury defendesse). De um gol contra a vantagem numérica, bom para os Penguins, mas não convertemos, ao menos o período acabou ainda com vantagem de Pittsburgh.

O terceiro período começa mostrando como é curioso mesmo é como séries podem ser tão diferentes. Os Penguins vêm de uma série explosiva contra os Capitals, os Canes vêm de uma série física contra Boston. Até agora no entanto, uma série extremamente tática, os times evitando ceder espaços, tanto que o lance mais perigoso foi um contra ataque de Malkin, obra de um erro de Samsonov, que – adivinhem – Ward defendeu com maestria. E a primeira penalidade do período, apenas a quinta do jogo (outra diferença enorme em relação às outras séries), vêm faltando 10 minutos para o final, novamente favorecendo Pittsburgh. Mas ao contrário das outras três que lhe favoreceram, Boucher, o sétimo defensor, vivendo um dia de herói, transforma Ward em normal, ao ver sua tacada passar vagarosamente por suas pernas. Fim de jogo chegando, desentendimento entre Orpik e Walker, Orpik penalizado. Eric Staal supostamente interfere em Fleury, que estava usando um taco de um defensor, Corvo se aproveita e desconta. 90 segundos para o final, pressão agora. Canes sem goleiro, Fleury salva uma tacada de Eric Staal e um “dump” perigoso, e o jogo acaba, Penguins vencem a primeira, do que promete ser uma longa batalha. Se no duelo dos Staals Eric foi um pouco melhor, no duelo dos goleiros, hoje deu Fleury.

Chegamos à terça-feira, dia do último jogo relatado por essa edição do Diário (quem diria, só 3 dessa vez...). Para variar, eles chegaram antes de mim, e quando liguei aqui, já via a comemoração do gol de Rafalski. Pronto, Wings já devem estar ganhando. Eis que o placar me contraria, e o gol era sim do 1 a 1. Ou seja, mais uma vez Chicago abriu o placar e cedeu o empate. Na verdade, o gol dos Hawks foi em vantagem numérica de 2 jogadores, com Toews. O que seria um bom sinal, já que se o seu principal jogador marca logo de cara, pode ser o que o time precisa. Mas o gol de Rafalski, também em vantagem numérica expôs a grande dificuldade dos Hawks: parar o ataque (e a defesa) dos campeões. O segundo período foi um bom exemplo do que tem sido a série. Hawks pressionam, buscam o gol, mas não conseguem transpor a linha. Os Wings aceitam a pressão, não se abalam, frustram o adversário, e em um vacilo do adversário, encontram o gol. E não foi diferente, depois de um faceoff, Cleary, a grande surpresa dos Wings nestes playoffs, mais uma vez entra livre e fuzila Khabibulin, e pronto, Wings na frente. E na frente se mantiveram até o fim do período.

Último período e a mesma história. Hawks buscando o gol, Osgood fechando a meta. Mas pelo menos desta vez o desfecho foi outro. Versteeg, outro que estava devendo, em uma tacada de longe, encontra o taco de Toews, que com seu segundo gol no jogo, empata o jogo. Até o final do período, foi a vez dos Wings pressionarem, incluindo aí uma vantagem numérica, mas Khabibulin ou as traves mandaram o jogo à prorrogação. Mas nem deu para a saída (nem para fazer um parágrafo inteiro), uma boa chance dos Hawks (novidade, os Wings escaparam), um escorregão de Campbell no ataque, e um 3 contra 1 fatal que viu o passe de Filpulla para Samuelsson terminar acendendo a luz vermelha atrás do gol, e a luz vermelha de alerta em Chicago, que terão dois jogos em casa para reverter a situação que começa a tomar contornos de um retorno de Detroit à final da Copa Stanley. E como na quarta-feira não tivemos jogos, e essa edição da TheSlot.com.br foi lançada antes do jogo de quinta, hoje você pode descansar porque realmente acabou essa matéria. Mas voltamos na próxima edição. Um grande abraço, e torça sem moderação!

Marco Aurelio Lopes em 7.

AP
Olha ele aí de novo! Cleary faz mais um contra o Chicago, o segundo dele no jogo, o sexto dele nos playoffs. É o Franzen do ano!
(17/05/2009)

AP
Jordan (à esquerda) e Eric mostram todo o amor que existe na família Staal, ainda mais quando há uma vaga na final da Copa Stanley em jogo.
(18/05/2009)

Dave Sandford/Getty Images
E agora só faltam duas: Mikael Samuelsson comemora o seu gol na prorrogação, e os Wings voam rumo à mais uma decisão.
(19/05/2009)

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Página publicada em 21 de maio de 2009.