Jay Bouwmeester não saiu. Nem Chris Pronger. Nem Alexei Kovalev. Nem
Marian Gaborik. Nem Tomas Kaberle. Nem Ryan Smyth. E outros tantos nomes
de mais peso. Foi o dia-limite mais fraco dos últimos tempos. A rigor
o jogador mais cotado que foi negociado chama-se Olli Jokinen, que tem
experiência zero em playoffs da NHL. Sim, é verdade que o número de
negociações não foi pequeno, mas o ponto é que faltaram negociações
de nomes de mais peso.
Vamos então observar como sai cada time desse dia-limite de trocas.
Anaheim Ducks — Em briga para chegar aos playoffs, agiu como
mais como vendedor no dia-limite. Mas engana-se quem coloca os Ducks
como perdedores: os bons defensores Ryan Whitney e (provavelmente) James
Wisniewski estarão por lá no próximo ano. A movimentação pode, entretanto,
custar os playoffs ao time.
Atlanta Thrashers — Livrou-se de Mathieu Schneider e Niclas
Havelid. Houve muita especulação, inclusive na TheSlot.com.br acerca
de Ilya Kovalchuk, que permanece em Atlanta. Ao menos por enquanto.
Boston Bruins — Time que já era dos mais cotados, ficou ainda
melhor. Steve Montador é um bom defensor, de estilo bruto, mas que também
sabe chegar ao ataque. Belo reforço. Mark Recchi traz liderança, experiência
e poder ofensivo, mesmo com mais de 40 anos de idade. Sorte a dele,
que saiu de um time eliminado para um time cotado para ser campeão.
Buffalo Sabres — A gerência conseguiu renovar com Tim Connolly,
conseguiu trazer o razoável goleiro Mikael Tellqvist para dar segurança
na ausência de Ryan Miller e conseguiu o central Dominic Moore, que
faz boa temporada. Isso ao custo de Ales Kotalik, que já estava na hora
de sair, e de escolhas.
Calgary Flames — Apontado como o time que melhor se reforçou
no dia-limite, os Flames trouxeram talvez o melhor jogador negociado
no dia, o atacante Olli Jokinen, que finalmente vai jogar os playoffs.
A expectativa é quanto à propalada sinergia entre Jokinen e o técnico
Mike Keenan, que vem dos tempos de Florida. O bom defensor Jordan Leopold
retorna ao time que o projetou.
Carolina Hurricanes — Fez bom negócio ao ceder o contundido
Justin Williams para ter, no fim das contas de uma troca que envolvia
três times, Erik Cole de volta. Cole faz uma temporada ruim com o Edmonton
Oilers, mas trata-se (ou tratava-se?) de um bom e versátil atacante
que pode reviver seus melhores momentos com o antigo time.
Chicago Blackhawks — Outro time que trouxe um bom reforço para
os playoffs: Samuel Pahlsson é um rápido e bom atacante.
Colorado Avalanche — Cedeu Jordan Leopold por pouca coisa. Para
um time que não deve chegar aos playoffs, ficou de bom tamanho.
Columbus Blue Jackets — Quando Antoine Vermette é pintado como
uma solução, seja para o que for (ainda mais quando leio que é para
jogar ao lado de Rick Nash!), é porque as coisas não andam tão bem assim,
ao menos na cabeça da gerência. O fato é que Pascal Leclaire, que foi
cedido em troca de Vermette, de fato estava sobrando no elenco — o
novato Steve Mason anda cotado tanto para o Vezina quanto para o Calder
da temporada, e Laclaire ganha demais para ser reserva. Mas os Blue
Jackets poderiam ter conseguido bem mais por ele.
Dallas Stars — Brendan Morrison já teve bons momentos na liga,
especificamente quando centrava Todd Bertuzzi e Markus Naslund, nos
bons tempos de Vancouver Canucks. Nesta temporada ele foi apanhado no
limbo da Desistência. É esperar pra ver.
Detroit Red Wings — Nada fez. Embora o time apresente sérios
problemas no gol, a gerência considera que o elenco atual é suficiente.
Edmonton Oilers — Erik Cole fazia uma má temporada com o time,
então a chegada de Patrick O'Sullivan pode ajudar. Sobretudo se ele
conseguir contribuir com maior regularidade. Ales Kotalik também agrega
mais ofensividade, embora seus melhores dias em Buffalo estejam no passado.
Florida Panthers — Belo sinal aos torcedores ao manter o defensor
Jay Bouwmeester. É muito provável que ele não fique nos Panthers ao
fim da temporada, mas sua atuação contribui para a classificação aos
playoffs. A aquisição do defensor Steve Eminger também ajuda.
Los Angeles Kings — A aposta foi ceder o irregular Patrick O'Sullivan
para ter o goleador Justin Williams, atualmente contundido. Como os
Kings não devem ir aos playoffs, é aposta para a próxima temporada.
Minnesota Wild — Nada fez. Perdeu a chance de conseguir alguma
coisa por Marian Gaborik e perdeu a chance de conseguir alguma coisa
para melhorar o time na briga pelos playoffs.
Montreal Canadiens — Mathieu Schneider foi uma grande aquisição,
mas esperava-se mais dos Habs. Ao menos não se desfizeram de Alexei
Kovalev, contrariando boatos inacreditáveis.
Nashville Predators — Nada fez, possivelmente entorpecido pelo
ótimo momento atual do time.
New Jersey Devils — A grande jogada veio pouco antes do dia-limite,
quando Lou Lamoriello trouxe o sólido defensor Niclas Havelid. Foi o
suficiente para reforçar o já ótimo e sempre competitivo time.
New York Islanders — Depois de esculhambar com o capitão Bill
Guerin (que praticamente forçado a abdicar da cláusula que impedia sua
troca e ainda foi barrado nos últimos jogos), os Isles conseguiram praticamente
nada em troca dele. Parece piada, mas é assim mesmo.
New York Rangers — Com o time em queda livre na temporada, Glen
Sather foi agressivo e trouxe alguns bons reforços. A coisa começou
com Sean Avery no dia anterior, e seguiu com Nik Antropov e Derek Morris
no dia-limte. Todos jogadores que certamente ajudarão o time a reverter
a curva atual, seja pela ofensividade, seja pela força no gelo. Mesmo
com a saída de Petr Prucha.
Ottawa Senators — Fez ótimo negócio por Pascal Leclaire, cedendo
apenas Antoine Vermette, muito embora o contundido goleiro só deva retornar
em abril. E ainda ganhou uma escolha de segunda rodada pra selar de
vez o desequilíbrio da troca.
Philadelphia Flyers — Daniel Carcillo para um time que já tem
alguns jogadores de meter medo não chega a ser uma novidade. Kyle McLaren
atualmente é jogador de liga menor. Ou seja, os Flyers trouxeram mais
do mesmo, e do que não era necessário. E ainda cederam Scottie Upshaw,
que (quem sabe?) poderia voltar a ter lampejos da ofensividade que já
teve.
Phoenix Coyotes — Conseguiu jovens e bons jogadores para sua
renovação, graças aos bons negócios envolvendo Jokinen e Morris. Mas
o melhor mesmo foi a troca com os Flyers, que levou Carcillo e trouxe
Upshaw. Uma das grandes roubadas do dia.
Pittburgh Penguins — Chris Kunitz por Ryan Whitney foi uma troca
equilibrada, mas a contratação de Bill Guerin foi a maior barganha do
dia-limite.
St. Louis Blues — Nada de relevante, exceto por ter mantido
Keith Tkachuk. Sinal de que acreditam numa corrida pelos playoffs.
San Jose Sharks — Travis Moen é daqueles jogadores pouco badalados,
mas de grande importância para o time em que joga, sobretudo quando
se trata de aspectos defensivos. Ou seja, uma bela aquisição para os
playoffs, e por um custo irrisório. Kent Huskins chega para possivelmente
compor a terceira linha defensiva. A novidade é que os reforços vieram
do rival de divisão, o Anaheim Ducks.
Tampa Bay Lightning — Resistiu ao longo de toda a temporada
aos boatos envolvendo uma suposta rifa por Vincet Lecavalier. Mas bem
que poderia ter ouvido o mercado sobre Martin St. Louis, sobretudo para
aliviar a folha de pagamento. De qualquer forma fez um bom feirão, despachando
uma penca de jogadores.
Toronto Maple Leafs — Catou um monte de dispensas pelo caminho
que nada valem, mas trouxe algumas escolhas médias. Decepcionou a quem
esperava uma atitude mais agressiva de venda (leia-se sobretudo Tomas
Kaberle), mas desfez-se de Nik Antropov, que já não funcionava mais.
Vanvouver Canucks —Nada fez. E parece que mal tentou.
Washington Capitals — Nada fez. Tudo indica que a gerência até
tentou, mas sem sucesso.
Marcelo Constantino sugere Scorpions Live at Wacken Open Air 2006.