Como qualquer outro torcedor assistindo a uma partida de hóquei pela televisão, reservei algumas horas da minha noite para manter o foco em dois grandes retornos: os de Sidney Crosby e Peter Forsberg. Enquanto não tinha dúvidas de que Crosby seria o mesmo cara que vimos antes de sua contusão, juro que não sabia o que esperar de Forsberg.
Acho que ninguém sabia.
Se você leu os destaques dos jornais, sabe que tudo que Forsberg disse ficou centrado no tema "otimismo cauteloso." Mas, uma vez que ele está no gelo, entretanto, fica claro que isso é apenas aquela velha e habitual precaução que Foppa constuma adotar.
Lá está aquele cara, supostamente quebrado e batido pelos mazelas do tempo, patinando, se movimentando, voltando, e sim, distribuindo trancos como o cara que víamos no passado recente. De fato, eu diria que na primeira partida de Forsberg após seu retorno, ele parecia bem mais forte do que aquele jogador que vimos na breve passagem por Nashville.
Mas há aquela pequena parte de mim que não está surpresa em ver Forsberg parecer estar tão bem. Durante seu último grande retorno ao Avalanche (Jogo 1 dos playoffs de 2002), Forsberg disse as mesmas coisas: vá devagar, vá com calma, não crie muitas expectativas. O que aconteceu naquela noite contra o LA Kings? Forsberg voltou com tranqüilidade ao jogo, fez duas assistências e aos poucos foi melhorando, liderando a liga em número de gols nos playoffs, apesar da eliminação do Colorado na final da conferência.
Peter Forsberg é um cara bastante humilde. É a sua natureza. Ele também é um cara bastante orgulhoso, e para retornar ao gelo, pode ter certeza que ele está perto do máximo da forma em que poderia estar. O rapaz já passou por tantas contusões traumáticas que sabe muito bem que retornar antes do tempo só acaba trazendo danos quase que irreparáveis. Apesar de desconsiderar a expectativa geral, estou bastante convicto que Forsberg sabe exatamente do que será capaz.
O que tudo isso significa? Bem, para os torcedores dos Avs, é motivo para ficarem entusiasmados. Para os times que estão lutando pela oitava posição da conferência, é motivo para ficarem preocupados. Para a Divisão Noroeste, que passará boa parte das próximas poucas semanas atrás de Forsberg, é motivo para ficar assustada.
Sim, os Avs não têm Marek Svatos, e Ryan Smyth está definitivamente fora, mas Forsberg — até mesmo jogando 80% do que pode — no time é melhor do que qualquer um desses outros. Se Smyth ficar saudável e Jose Theodore continuar com seu extraordinário retorno-do-cemitério-do-hóquei, o Avalanche tem todos os componentes para fazer uma bela campanha nos playoffs.
É claro, isso não significa que tudo tende a dar certo para a equipe. Alguns pequeno azares e tudo poderá sair dos trilhos rapidamente. Mas, pelo menos por enquanto, o retorno de Peter Forsberg ao Avalanche é muito mais que uma simples estratégia de marketing (ainda que, segundo os números, isso certamente esteja dando uma mão à última linha do time).
Doug Pensinger/Getty Images O primeiro jogo de Forsberg após seu retorno aos Avs não decepcionou os torcedores. |