Quem olhar as estatísticas do jogo 4 entre Ottawa e Anaheim deve ficar com a seguinte impressão: Ryan Getzlaf não apareceu muito ontem. Ora, um jogador, mesmo em se tratando de um atacante, não precisa pontuar para aparecer em uma partida, certo?

Após seu desempenho no jogo 4, Getzlaf se confirma, ao lado de Chris Pronger, Scott Niedermayer, Teemu Selanne e Jean-Sébastien Giguère, como um dos principais nomes dos Ducks na pós-temporada. E talvez seja o menos badalado dos cinco por ser, obviamente, o mais novo, o menos famoso etc. Além disso, Getzlaf é o jogador de ataque mais exigido do elenco atual, e o que melhor corresponde às exigências: lidera os Ducks em pontos neste período onde cada gol e cada assistência valem ouro.

O mesmo vale dizer a respeito de um outro jogador que, embora não tenha se destacado tanto quanto o jovem Getzlaf, aparece imprescindivelmente nas horas decisivas: Samuel Pahlsson. Também não pontuou ontem, mas, não estivesse o sueco no gelo, talvez o Anaheim não tivesse tido a mesma sorte.

Primeiro, porque Getzlaf e Pahlsson, cada um com, aproximadamente, 20 minutos no rinque, tiveram gás o suficiente para se manter no gelo enquanto Selanne e Andy McDonald consumiam menos tempo de gelo que em noites anteriores. O descanso deve ter feito bem aos dois, que foram decisivos na partida — especialmente "BigMac", marcando dois gols. Méritos para ele, mas o "trabalho sujo" de Getzlaf e Pahlsson não deve ser esquecido, mesmo ficando fora daquilo que chama de ficha técnica.

Defensivamente falando, os dois também desempenharam bem na noite de ontem. Trancos importantes fizeram dos dois verdadeiros intimidadores — não deveria ser a função de Brad May? Ambos disputaram e venceram um bom número de faceoffs; Pahlsson manteve-se no rinque também em situações de desvantagem numérica; e nas avassaladoras vantagens numéricas dos Ducks Getzlaf e Pahlsson estiveram entre os jogadores com mais tempo no gelo neste jogo 4.

Ofensivamente, os dois não estiveram tão bem quanto nas demais partidas da série final, se é que a única coisa necessária para se atuar bem ofensivamente é chutar e marcar pontos. Getzlaf só desferiu um mísero chute a gol durante o jogo, ainda assim errando o alvo, e Pahlsson também só acertou um mísero chute. Talvez não tenha sido a noite para ambos pontuarem, mas o trabalho de disco de ambos foi dos melhores dos Ducks numa partida que pode ter sido decisiva no caso de um possível campeonato.

Os números de Geztlaf e Pahlsson no jogo 4 só conseguem ser abafados pela grande atuação de Niedermayer. Seria lugar comum falar de Scott — o homem em questão aqui é o caçula Rob, que, além de se sair melhor em todos os fundamentos citados acerca de Getzlaf e Pahlsson (a não ser no tempo de gelo) ainda pontuou, assinalando uma assistência para Andy McDonald no decisivo segundo gol dos Ducks, quando assumiram a liderança no placar pela primeira vez na noite.

A excelente participação de Getzlaf e Pahlsson, no entanto, foi vital para uma vitória importante que leva o Anaheim cheio de moral de volta pra casa.

A respeito de Pahlsson, sua participação na pós-temporada tem sido um verdadeiro talismã. Em jogos como, por exemplo, a vitória por 1-0 no jogo 2, quando ninguém parecia conseguir vencer Emery. Já Getzlaf... estaríamos vendo uma versão atualizada de Brad Richards em 2004?

• Capa
• Lições do... ano passado?
• O Anaheim Ducks é melhor
• Trabalhando sem precisar bater ponto
• Livrando a cara de Pronger
• Foi intencional?
• Notas rápidas do jogo 4
• O boletim do jogo 4