JOGO 3
Edmonton 2-1 Carolina

SEM CULPA
Ward foi bem mais uma vez, mas isso não foi o suficiente ontem (Tim Smith/Getty Images - 10/06/2006)
por Ned Barnett

Cam Ward era um estranho em sua própria terra ontem, mas o gol que encerrou sua noite foi ainda mais estranho. O goleiro novato do Carolina Hurricanes voltou à cidade onde cresceu e rapidamente tomou conta da situação.

Por cerca de 57 minutos, o nativo de Sherwood Park, um subúrbio de Edmonton, frustrou o time por que ele um dia torceu na seção 102 do Rexall Place. Em um tenso duelo empatado em 1-1 com o goleiro dos Oilers Jussi Markkanen, Ward segurou um time se esforçando para não perder o terceiro jogo seguido nas finais da Copa Stanley. O inabalável goleiro de 22 anos sofreu um gol no começo do primeiro período, depois acalmou-se em uma atuação de 28 defesas.

Mas, com pouco mais de dois minutos faltando para o fim do tempo normal, Ryan Smyth, dos Oilers, literalmente foi de encontro à defsa sólida de Ward. Ele chutou um disco que bateu em Ward e subiu. Aparentemente, Smyth mandou-o para dentro ou com seu taco ou com seu peito enquanto seu corpo inteiro preenchia a boca do gol.

Ward ficou decepcionado quando o gol foi confirmado depois de uma revisão. Ele achava que Smyth tinha invadido a área.

"O disco subiu no corpo dele, e ele passou pela área inteira", reclamou Ward. "Quando o disco entrou, ele estava em cima da linha do gol. Infeliz-mente, não dava para eu me mexer muito, já que ele estava em cima da linha do gol."

Smyth replicou: "Eu fui meio que acertado por trás. Segui o disco. Não importa. Está no fundo do gol."

Stephen Walkom, diretor de arbitragem da NHL, disse que o disco foi rebatido por Ward na direção de Smyth.

"Ward tentou rebater o disco no ar, conseguiu, e ele quicou em Smyth", explicou Walkom.

O que ele não explicou foi se Smyth estava dentro da área quando o disco quicou nele.

O gol no fim acabou com o empate criado pelo gol de Rod Brind'Amour no terceiro período. Brind'Amour foi o único jogador dos Canes a conseguir vencer Markkanen, que brilhou no jogo 3 depois de sofrer cinco gols no jogo 2. Ward sofreram um gol em um desvio de Shawn Horcoff com apenas 2:31 jogados, mas firmou-se depois, apesar de uma avalanche de vanta-gens numéricas dos Oilers.

Os Canes foram atingidos por quatro penalidades no primeiro período, depois duas no segundo e uma no terceiro. Ward, protegido por uma batalhadora unidade de desvantagem numérica que adora bloquear chutes, não sofreu gols quando seu time estava com um ou dois jogadores a menos (ficou nesta situação no primeiro período durante quase um minuto e meio).

A força da atuação de Markkanen foi uma boa notícia para os Oilers, que podem ter preenchido a grande lacuna provocada pela contusão de Dwayne Roloson. Mas os Oilers não devem estar se sentindo muito enco-rajados pelo que viram no outro gol. Ward pode ser um visitante em Edmonton hoje, mas ainda se sente muito à vontade na frente de um gol do Rexall Place.

"Eu me senti muito bem, mas fiquei obviamente desapontado com a derro-ta", confessou Ward. "Só que você tem de extrair o que há de positivo nela. Eu realmente me senti muito bem. Mesmo sendo a torcida da minha casa, isso não me incomodou."

O técnico Peter Laviolette disse que Ward não foi o culpado pela derrota.

"Ele jogou muito bem de novo", elogiou Laviolette. "Não dá para culpá-lo por nenhum [dos gols]."

O jeito com que os Canes perderam incomodou Ward, que tinha sofrido apenas um gol em cinco períodos antes da invasão de Smyth no fim do jogo. Mas minutos depois do jogo, Ward, como é do seu feitio, já estava esquecendo o gol da vitória. Nas finais da Copa Stanley, vir para casa não se trata de olhar para trás, mas para a frente.

"Não importa o que eu acho [do gol de Smyth]", disse. "Isso não vai mudar nada. Estaremos preparados para o jogo 4."



Ned Barnett é colunista do jornal Raleigh News & Observer. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 11 de junho de 2006.