JOGO 3
Edmonton 2-1 Carolina

ISSO É QUE É APOIO
A torcida que lotou o Rexall Place ovacionou o time e foi barulhenta durante boa parte do jogo (Tim Smith/Getty Images - 10/06/2006)
por E.J. Hradek

Tenho de dar os parabéns aos 16.839 loucos presentes no Rexall Place. Eles receberam seu time com uma ovação selvagem de dez minutos. Os torcedores estavam vibrando com seus pompoms prateados, uma bela evolução em relação àqueles bastões ridículos em formato de relâmpago. Eu diria que a torcida dos Sabres no jogo 3 das finais da Con-ferência Leste foi a mais barulhenta que eu ouvi durante esta pós-temporada, mas eles não mantiveram o barulho por tanto tempo quanto ouvimos ontem em Edmonton.

 Eu estava procurando por lances esquisitos no jogo de ontem. Nenhum dos times estava muito empolgado com o gelo durante o aquecimento an-tes do jogo 3. A superfície de gelo do Rexall Place geralmente é considera-da a melhor da liga. Entretanto, nas últimas semanas, o estádio recebeu vários eventos diferentes. As freqüentes mudanças evidentemente foram duras com o gelo. Apesar das reclamações, o guru do gelo da NHL, Dan Craig, disse à colega de ESPN The Magazine Lindsay Berra que os times teriam um "bom material" com que trabalhar no jogo 3.

Além disso, eu fiquei de olho nas tabelas com as bordas de fundo. Num esforço para evitar ter seus chutes bloqueados, os Oilers estavam dispos-tos a tomar vantagem dos rebotes dessas bordas. Na verdade, a diretoria até instalou bordas mais duras atrás do gol que o Carolina defenderia por dois períodos. A mudança foi detectada pelos Hurricanes, que exigiram que as velhas bordas fossem colocadas de volta em seu lugar. E foram.

Pequenas coisas quase sempre se tornam gols ou chances de gol. No pri-meiro período, os Oilers saíram na frente quando o ponta direita da quarta linha Chad Larose não conseguiu fazer uma tabela com as bordas para mandar o disco para fora de sua zona de defesa. O ponta esquerda Ryan Smyth, dos Oilers, manteve o disco na zona dos Canes. Alguns segundos depois, Shawn Horcoff desviaria o chute forte de Jaroslav Spacek para dentro do gol defendido por Cam Ward.

 O principal trio de ataque dos Oilers — Horcoff, Smyth e o ponta direira Ales Hemsky — recebeu o dobro de tempo de geloo no início da partida. O técnico do Edmonton, Craig MacTavish, provavelmente queria que suas es-trelas sentissem o jogo de cara. A tática deu certo quando eles consegui-ram um turno contra a quarta linha dos Canes nos primeiros três minutos do jogo. O gol de Horcoff saiu durante aquele turno.

 Horcoff foi pego por uma rara infração aos 6:04 do segundo período. Por que: por estar jogando com um taco quebrado. Horcoff quebrou seu taco durante um face-off na sua zona defensiva contra o mago de face-offs dos Canes, Rod Brind'Amour. O disco caiu bem em cima do seu pé. Sua primeira reação foi dominar o disco. Infelizmente, com meia lâmina do taco é falta. Boa decisão do árbitro Mick McGeough.

 Apenas 44 segundos depois, McGeough errou em uma penalidade de choque-em-cruz sobre Brind'Amour. O capitão dos Canes mal encostou no defensor Steve Staios, dos Oilers, com seu taco. Staios, sentindo o "vento" do taco de Brind'Amour contra suas costas, jogou-se para a frente como se estivesse em um trampolim. Desculpe, Mick, mas você foi enganado aqui.

 No meio do segundo período, a lenda dos Oilers Mark Messier recebeu uma grande ovação da torcida que lotou o estádio. Messier sorriu e acenou para os torcedores do seu lugar na cabine de imprensa. Ele estava sentado próxumo ao ex-colega de Oilers Dave Semenko, que era mais conhecido por nocautear qualquer um que chegasse muito perto de alguma das muitas estrelas dos Oilers durante a dinastia dos anos 80.

 Vou deixar claro: se os Canes conseguirem vencer a Copa, Brind'Amour é, sem a menor dúvida o vencedor do Troféu Conn Smythe. De novo no jogo 3, ele marcou um gol importante, empatando a partida em 1-1 aos 9:09 do terceiro período. Foi seu 12.º gol nestes playoffs. Mais importante, seus gols têm aparecido em momentos-chave para os Hurricanes. Ou seja, ele lidera por exemplo. Na sexta-feira, durante o treino do time, ele foi um dos últimos titulares a sair do gelo. Na manhã de ontem, horas antes do jogo 3, ele ria de todo o tempo livre entre os jogos. "Eu ficaria feliz se jogássemos sete partidas seguidas." Como ele é um dos jogadores em melhor forma física no hóquei, provavelmente ele conseguiria fazê-lo.

 Que surpresa: Smyth sempre pressionando a área adversária, marcou o gol da vitória em uma colisão com Ward. Pessoalmente, achei que Smyth jogou com garra ao longo das bordas durante boa parte da noite. No final, ele foi recompensado pelo seu bom trabalho.




E.J. Hradek é jornalista da revista ESPN The Magazine. O artigo (com acesso restrito a assinantes) foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 11 de junho de 2006.