JOGO 3
Edmonton 2-1 Carolina

OVAÇÃO MERECIDA
Markkanen recebe a ovação da torcida após ser eleito a primeira estrela do jogo (Bruce Bennett/Getty Images - 10/06/2006)

10/06/2006
Carolina 0 0 1 1
Edmonton 1 0 1 2
PRIMEIRO PERÍODO — Gols: 1.Edmonton, Shawn Horcoff 6 (Jaroslav Spacek, Ales Hemsky), 2:31. Penalidades: D. Weight, CAR (interference), 6:03; C. Pronger, EDM (tripping), 10:02; C. Adams, CAR (tripping), 12:30; K. Adams, CAR (hooking), 13:03; M. Recchi, CAR (hooking), 15:53; R. Dvorak, EDM (high sticking), 17:57.
SEGUNDO PERÍODO — Gols: Nenhum. Penalidades: M. Cullen, CAR (holding), 1:37; S. Horcoff, EDM (broken stick), 6:04; R. Brind'Amour, CAR (cross check), 6:48; M. Greene, EDM (interference), 10:25; D. Tarnström, EDM (hooking), 16:04.
TERCEIRO PERÍODO — Gols: 2.Carolina, Rod Brind'Amour 12 (Cory Stillman), 9:09; 3.Edmonton, Ryan Smyth 6 (Ales Hemsky, Jaroslav Spacek), 17:45. Penalidades: B. Hedican, CAR (interference), 2:42.
CHUTES A GOL
Carolina 6 8 11 25
Edmonton 9 11 10 30
Vantagem numérica: CAR – 0 de 5; EDM – 0 de 7. Goleiros: Carolina – Cam Ward (30 chutes, 28 defesas). Edmonton – Jussi Markkanen (25, 24). Público: 16.839. Árbitros: Paul Devorski, Mick McGeough.
Tínhamos pouco menos de seis minutos de jogo. E já havia a clara impressão de que alguma coisa estava diferente.

A primeira coisa diferente era fácil de ser percebida. O baru-lho ensurdecedor da torcida era muito diferente do que se viu na Carolina do Norte, terra dos Hurricanes, onde o hóquei está longe de ser o esporte mais popular. A segunda coisa diferente é que os Oilers tinham conseguido fazer um gol, algo que não acontecia havia quase 80 minutos.

E a terceira coisa diferente, talvez a mais importante, foi que os Oilers es-tavam demonstrando consistência no gol, o que também não acontecia desde que o titular Dwayne Roloson caiu por contusão no final do jogo 1.

Àquela altura, o novo dono da posição, Jussi Markkanen, já tinha feito uma defesa espetacular em uma disparada de Justin Williams, que não conse-guiu fazer o disco passar pela luva do goleiro — quer dizer, o disco até passou pela luva, mas ela desviou-lhe a trajetória para longe do gol. E os Oilers tinham um valioso 1-0 no placar, depois que Shawn Horcoff desviou uma bomba de Jaroslav Spacek para dentro do gol defendido por Cam Ward.

Aqueles mesmos Hurricanes que pareciam bloquear todo e qualquer chute adversário de repente sofreram um gol que foi praticamente um bloqueio de chute às avessas. As coisas estavam definitivamente diferentes, e os próprios jogadores começavam a perceber.

Bem, talvez Markkanen fosse ceder em algum ponto. Mas, aos 12 minutos da primeira etapa ele aparecia de novo, parando Williams e, no rebote, Rod Brind'Amour.

Superando seus problemas de confiança, os Oilers podiam atacar com mais tranqüilidade. Ward continuou a segurar tudo lá atrás, mas, com a vanta-emo no placar, os atacantes do time canadense agora sabiam que, sim, era possível vencê-lo. Tão possível que Ethan Moreau conseguiu ampliar o placar.

Pelo menos ele pensou que tinha ampliado o placar.

Mas, em um erro do juiz, o gol foi anulado. Mick McGeough (cujo nome, tal-vez não por acaso, em inglês é pronunciado "Magoo") alegou que Ward ti-nha conseguido segurar o disco. Só que as imagens da TV mostram clara-mente que Ward não tinha o domínio do disco. Ele estava deitado, com o disco pousando calmamente entre suas pernas. Moreau simplesmente pu-xou-o e mandou-o para dentro.

Esse gol anulado poderia ter custado muito caro aos Oilers, principalmente depois que Rod Brind'Amour (sempre ele, em um dos playoffs mais inspira-dos de um só jogador de linha nos últimos tempos) empatou a partida na metade do terceiro período. Foi o típico gol que costuma acabal com o mo-ral de um time. E, por alguns minutos, os Oilers pareceram mesmo um pou-co perdidos.

Eles precisavam de um gol para recuperar as rédeas da partida. E foi jus-tamente um gol que eles conseguiram. Um gol com cara destes Oilers, que tinham sumido na partida anterior, soterrados por um rolo-compressor vermelho.

Dizem que coisas boas acontecem quando você pressiona o goleiro adver-sário, e foi justamente isso que fez Ryan Smyth depois de um chute de Ales Hemsky. Smyth não deixou Ward respirar depois de fazer a defesa e conseguiu mandar o rebote para dentro do gol. A torcida só pôde comemo-rar depois da revisão do gol pelos árbitros de vídeo. Foi realmente um lan-ce duvidoso, mas a câmera por cima do gol deu a certeza de que foi legal.

Apesar desses lances inspirados que decidiram o jogo 3, ainda falta uma performance inspirada dos Oilers durante os 60 minutos para se poder di-zer que o panorama da série mudou. O que acontecer no jogo 4 poderá praticamente decidir a série, principalmente se os Hurricanes vencerem.

Saberemos amanhã.





Alexandre Giesbrecht, 30 anos, escreveu esta coluna enquanto assistia a México x Irã.
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Página publicada em 11 de junho de 2006.