O técnico dos Islanders, Steve Stirling, foi demitido na última quarta-feira. Grande novidade, não?
Avance um dia.
O gerente geral dos Islanders, Mike Milbury, anunciou que deixará seu cargo assim que um substituto for encontra-do. Grande novidade! (Sem ironia aqui.)
Era tudo com que a torcida de Long Island sonhava des-de pelo menos uns dez anos atrás. Não havia um torcedor que não es-perasse por fracasso atrás de fracasso enquanto o famoso "Milburro", como era conhecido pela torcida dos Isles em terras tupiniquins, esti-vesse no comando do navio.
Com uma mentalidade inexplicável de mexer em time que não está ga-nhando, mas tem tudo para vir a ganhar em pouco tempo, ele trocou o que poderia ser um dos melhores times da NHL. Vejam só alguns dos jogadores que deixaram Long Island desde que Milbury assumiu: o go-leiro Roberto Luongo, os zagueiros Wade Redden, Bryan McCabe, Eric Brewer, Zdeno Chara e Darius Kasparaitis (antes de seu auge e poste-rior declínio), e os atacantes Todd Bertuzzi, Ziggy Palffy, Mike Peca e Raffi Torres, entre muitos outros.
Bem, pelo menos ele pode se confortar com o fato de que os times que montou ganharam algumas séries de playoffs nesses dez anos. Ahn, o quê? Não ganharam algumas? Então ganharam pelo menos uma. Tam-bém não? Putz, então nem esse conforto ele tem...
Nesta temporada, as coisas seriam diferentes. Com as novas regras do jogo, Milbury deu (mais) uma chacoalhada no elenco ao fim do locaute, deixando de lado jogadores que ficariam para trás numa liga mais veloz e substituindo-os por jogadores rápido com um toque de artilheiros. Saíram os defensores Adrian Aucoin, Roman Hamrlik e Kenny Jonsson, além do capitão Mike Peca. Chegaram Miroslav Satan e Mike York. Alexei Yashin, cuja produção de gols caiu nas últimas quatro tempora-das e cujo salário de US$ 7,4 milhões é um anacronismo nesta era de teto salarial, não apenas pôde ficar; ele foi promovido a capitão.
Só que os cálculos de Milbury estavam mais para 2+2=5. O ataque do time até que está razoável (não mais que isso), mas a ênfase em velo-cidade deixou o time indefeso atrás — e provavelmente morrendo de saudades de Peca. Só três times sofreram mais gols, e os Islanders de-ram menos chutes a gol que o adversário por 31 vezes em 45 jogos, mais que qualquer outro time. Ah, e Yashin continua sendo uma decep-ção como goleador, com apenas 16 gols marcados. É o suficiente para passar sua produção da última temporada, mas nesse ritmo ele ainda não conseguirá alcançar o total de 2002-03.
Por isso, não é nenhuma coincidência que a equipe esteja estacionada em 12.º lugar no Leste, oito pontos atrás do oitavo colocado. Ainda dá para salvar a temporada, mas vai ser extremamente difícil. E, quanto mais tempo os donos do time levarem para achar o substituto de Milbury, mais tempo ele ficará no cargo.
O primeiro nome sugerido pela imprensa é o de Brent Sutter, atualmen-te dono, GG e técnico do Red Deer Rebels, da WHL, que acaba de levar a seleção candense ao título do Mundial de juniores. Mas ele não pare-ce estar tão disposto como se imaginaria a arrumar um emprego na NHL: além de ele ser o dono dos Rebels, seu filho e seu sobrinho jogam no time. Ou seja, ele faz parte da vida deles diariamente. Para sair de lá, precisaria ser uma oferta irrecusável.
O fato de ser os Islanders, seu ex-time, com quem conquistou duas Copas Stanley como jogador, ajuda. Se lhe forem oferecidos os dois cargos — GG e técnico —, as chances de ele aceitar aumentariam ainda mais. Mas a cada dia que passa, as chances de isso acontecer diminuem. E já se passou quase uma semana.
Ao menos a torcida dos Isles pode sentir um certo alívio pela saída de "Milburro". Só não digo que pode comemorar de verdade porque ele ainda está no cargo, e, vai saber, de repente acaba ficando.
Eu sei, eu sei: "Vira essa boca para lá!"
Alexandre Giesbrecht, 29 anos, quase teve um infarto ao assistir o jogo entre Pittsburgh Steelers e Indianapolis Colts no último domingo, ganho pelos Steelers em um dos quartos períodos mais loucos da história do futebol americano.