A semana foi (está sendo) corrida, o artigo foi entregue com atraso, a quantidade de linhas está menos, mas... está aqui! Vamos lá...

Aos dez segundos de sua primeira jogada como membro do San Jose Sharks na última sexta-feira, Joe Thornton disparou na zona de ataque e disparou uma bomba contra a trave do Buffalo. Ao voltar para o banco instantes após o lance, Thornton ouviu do técnico Ron Wilson: "Joe, esses chutes vão ter de entrar de agora em diante."

No dia seguinte, três horas antes de marcar duas assistências em uma vitória por 5-4 sobre os Maple Leafs — vitória essa que ele assegurou ao derrotar Eric Lindros em um face-off e tirar o disco do gelo dos Sharks nos segundos finais —, Thornton ria ao contar a história. O jogador que fora a cara dos Bruins por sete infrutíferas temporadas sorria como um central que se sente bem usando o verde azulado (ou seria azul esverdeado?) do time de San Jose.

A idéia de uma troca de impacto parecia inicialmente distante nesta nova era de teto salarial, mas Thornton, de 26 anos, tornou-se o segundo jogador de renome a trocar de time desde o começo da temporada (no mês passado, Sergei Fedorov foi do Anaheim para o Columbus). Os Bruins, que até aquele momento tinham perdido nove de dez jogos, mandaram Thornton para San Jose, que tinha perdido nove jogos seguidos, em troca do defensor Brad Stuart, do ponta esquerda Marco Sturm e do central Wayne Primeau.

Como Thornton tinha assinado, antes da temporada, um contrato que lhe pagaria US$ 20 milhões ao longo de três anos, a negociação com os Sharks parecia remorso de mau negociador, apesar dos protestos do gerente geral dos Bruins, Mike O'Connell: "[Thornton] fez o que pôde por nós. Ele foi um jogador valioso."

Apesar disso, alguns GGs acham que, apesar de ser indiscutivelmente um central de primeira classe, Thornton, a primeira escolha do recrutamento de 1997, nunca vai superar a distância entre ser um bom jogador e um membro da elite da liga. Thornton, que durante seus anos em Boston ganhou exatamente uma série nos playoffs, foi crucificado pela mídia ao não marcar ponto algum na série contra os Canadiens, que os Bruins deixaram o Montreal virar depois de estar vencendo por 3-1, na primeira fase dos playoffs de 2004.

Thornton, que jogou com problemas na cartilagem de três costelas, disse que a diretoria não deu apoio algum a ele: "Você vê outros GGs defendendo seus jogadores. É assim que os Bruins fazem negócio. Você aprende a esperar por isso." De acordo com ele, sua relação com a diretoria do time nunca foi correta, "desde o primeiro dia".

Com a chegada de Thornton, o San Jose, finalista da Conferência Oeste em 2004, venceu duas partidas seguidas pela primeira vez em um mês. Nesses dois jogos, ele venceu 14 dos 18 face-offs que disputou na zona ofensiva — o time era o 26.º na liga em porcentagem de face-offs.

"E agora o Patty Marleau engrenou", comenta Wilson sobre seu agora central número 1A. "O Joe marcou quatro pontos, mas o Patty marcou seis nesses jogos. O Joe torna todo mundo melhor."

Ainda o Malik
Acho que não houve um torcedor que viu o gol de pênalti de Marek Malik, do New York Rangers, na semana passada, e não achou o máximo. Malik não só decidiu o jogo nos pênaltis, como proporcionou um espetáculo ao puxar o disco e, com o taco por entre suas pernas, disparar um chute por sobre o goleiro Olaf Kolzig, do Washington.

Mas sabe de uma coisa? O gol não deveria ter valido.

O quê? Sim, isso mesmo. Vamos ver o que as regras dizem. Na seção a da regra 30, está escrito: "O disco deve ser mantido em movimento na direção da linha do gol adversária e, assim que for chutado, a jogada deve ser considerada completa."

Claramente, por vários ângulos filmados, dá para ver que Malik puxou o disco para trás, a fim de ganhar espaço para o chute com o taco por entre as pernas. Quebra de regras? Se bobear, nem o pessoal no escritório da NHL sabe.

Não creio que eles estejam preocupados com o lance, principalmente depois da atenção que ele despertou na imprensa americana, que tradicionalmente não dá lá muita atenção ao hóquei. A questão é: e se alguém tentar repeti-lo no futuro?


Alexandre Giesbrecht, 29 anos, ainda está em êxtase graças aos shows do Pearl Jam que ele presenciou na última sexta e no último sábado. Indescritivelmente inesquecíveis!
HEY HO, GO JOE Thornton e seus novos companheiros de time (Rocky Widner/Divulgação - 05/12/2005)
POLÊMICA Esse gol valeu ou não valeu? (The Hockey News - 26/11/2005)
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Página publicada em 8 de dezembro de 2005.