Um amigo para Datsyuk?

Igor Grigorenko, que sofreu um acidente automobilístico que quase lhe custou a vida em 2003, vai muito bem, obrigado.

A temporada passada foi de muitas mudanças para Igor. Com a chegada de muitos jogadores da NHL à Superliga Russa — devido ao locaute da liga norte-americana —, o jovem prospecto ficou sem espaço no seu time, o Lada Togliatti. Com pouquíssimo tempo destinado à quarta linha da equipe, ele não pontuou em nenhum dos onze jogos em que atuou e, insatisfeito com a situação, foi parar no Ufa Salavat Yulaev.

Teve um começo difícil até deslanchar de vez no final, terminando a temporada com 18 pontos em 30 jogos pelo time, em uma liga onde a pontuação é geralmente baixa.

Com isso chamou novamente a atenção do clube de Togliatti, só que o Lada passou a enfrentar um período complicado. Como seu próprio nome sugere, o principal provedor financeiro do time é a fábrica de automóveis Lada (OK, alguns deles não parecem automóveis, mas eles tentam), que, em crise, cortou pela metade os investimentos para o time de hóquei da cidade. Alguns jogadores foram mandados para outras equipes, e um deles foi Grigorenko.

Então o jogador assinou por um ano — o que é bom, caso o Detroit já queira contar com ele para a próxima temporada — com o Severstal, da cidade de Cherepovets. Mesmo sendo um dos mais novos da equipe, é o líder em pontos do time com 17 pontos em 23 jogos até agora. Atua na primeira linha do time e está entre os dez maiores pontuadores da liga, mesmo atuando em uma equipe apenas mediana. E, mais importante, não hesita em disputar nenhum lance mais ríspido, mostrando que já está recuperado de todas as mazelas ganhas devido ao acidente.

Voltou também a ser aquele atleta rápido que encantou no mundial juvenil do Canadá em 2003, onde, junto a um tal Alexander Ovechkin, ajudou de forma determinante a seleção do seu país a ser campeã mundial. Portanto, amigos torcedores da máquina vermelha, podem preparar a vodca, pois tudo leva a crer que na próxima temporada mais um russo chegará a Detroit.

A atribulada semana Habitant!

Apesar de ter somado pontos nas três partidas disputadas na última semana, o saldo final não foi tão agradável como se supõe para os tricolores. Duas derrotas — sendo uma delas no tempo extra para os rivais Maple Leafs e a outra na primeira decisão por pênaltis da história da equipe, para os Penguins — e a perda de Alexei Kovalev deixaram a semana com cara de enterro em Montreal.

A semana até que começou bem com um vitória sobre o atual campeão Lightning, em uma ótima atuação — coisa rara nessa temporada — de José Théodore, que defendeu 32 dos 34 chutes adversários, incluindo aí uma chance de ouro de Vincent Lecavalier.

Se Lecavalier, um fã confesso dos Habs, não teve sorte contra a equipe de seus amores, o mesmo não pode ser dito de Sidney Crosby. Se as comparações entre Wayne Gretzky e o jovem fenômeno dos Penguins são absurdas ou não, só o tempo dirá, mas pelo menos uma coisa em comum eles parecem ter: pouca compaixão para com a equipe que seguiam na pré-adolescência. Se Gretzky — que cresceu admirando Gordie Howe e torcendo pelos Red Wings — nunca teve piedade do time de Detroit, Crosby, em sua primeira partida contra o Montreal Canadiens, foi o responsável direto pela derrota do time de Quebec por 3-2 na partida do última dia 10, em Pittsburgh.

Ele marcou o primeiro do jogo em vantagem numérica e guardou o restante pra os pênaltis. Se Ryder, Recchi, Kovalev, Lemieux e até mesmo a flecha dos Urais, Alexander Perezhogin, não conseguiram marcar, o fenômeno mostrou como é que se faz, e em grande estilo. Simulou os mesmos movimentos do patrão Lemieux para enganar Théodore, só que dando um final diferente ao ato, deixando um gosto amargo de derrota na primeira decisão por pênaltis dos Canadiens.

No último sábado, um vacilo imperdoável — homens demais no gelo na prorrogação é dose! — foi determinante para mais uma derrota para os rivais Leafs, desta vez por 5-4. E isso numa noite de festa, com a aposentadoria do número 12 tricolor usado por duas lendas dos franceses voadores: Dickie Moore e Yvan Cournoyer. Desse jogo falo apenas que foi mais um em que os Canadiens dominaram a maior parte do tempo, deram mais chutes, tiveram mais oportunidades reais de gol e mais uma vez não aproveitaram as chances quando tiveram um homem a mais no gelo. O Toronto, pelo contrário, foi eficiência pura e marcou nas vezes em que teve as reais chances, além de três gols em vantagem numérica.

Como se não fosse o bastante o que está escrito acima, Alexei Kovalev, o popular rifle russo, deve ficar fora do time por um tempo que pode ir de quatro a oito semanas. O motivo é uma cirurgia no joelho. Já era sabido que ele poderia ter problemas antes mesmo de a temporada começar, quando os médicos tentaram resolver a situação com anti-inflamatórios. Não foi possível, e agora é ver quem pode ocupar o lugar de um dos melhores controladores de disco da NHL na primeira linha do time.

Mais uma chance, por favor!

A cidade de Denver aproveitou sua segunda chance para abraçar o hóquei da NHL em 1995, quando os já fortes Nordiques deixaram a bela província de Quebec, rumo ao Colorado. Antes, com o fraco Colorado Rockies, o apoio era mínimo, e a franquia foi parar em Meadowlands, onde ganhou a alcunha de Devils e venceu três Copas Stanley. Os Nordiques viraram Avalanche e já em seu primeiro ano viram Joe Sakic levantar a Copa. Pois bem, agora a cidade de Kansas, no Missouri, também quer uma segunda chance de ter uma franquia da NHL, já que o New Jersey Devils, que já foi Colorado Rockies, antes era Kansas City Scouts.

Em sua temporada final em Kansas, em 1975-76, os investidores dos Scouts amargavam um baita prejuízo e lançaram uma espécie de pacotão de ingressos. Dos oito mil colocados à venda, apenas dois mil foram vendidos. Conclusão: a NHL não "vendia" em Kansas. Agora, com uma arena — Sprint Center, de US$ 250 milhões — sendo construída na cidade, colocam olho gordo numa franquia com uma base sólida de torcedores ao redor do mundo e com um grupo de novatos com talento suficiente para levar o time ao topo no médio prazo, mas que enfrenta problemas, principalmente envolvendo a questão da necessidade urgente de uma nova arena. Essa equipe é o Pittsburgh Penguins.

Fica a torcida para que isso não aconteça. Não apenas pela bela história dos Penguins na cidade do aço norte-americana, mas também pelo oportunismo estilo "urubu na picanha" do Sr. Tim Leiweke — chefe executivo da empresa que está construindo o Sprint Center e presidente dos Los Angeles Kings. Receber uma equipe já em condições de brigar por coisas maiores — apesar de a atual fase mostrar o contrário, os Penguins têm uma baita equipe — seria reeditar o que aconteceu em Denver.

Quebec Nordiques, questão de bom gosto.

Já que estamos falando de times extintos e de outro com problemas com sua arcaica arena, vamos falar um pouco mais dos Nordiques. A cidade de Quebec tinha uma baita equipe, uma das mais fanáticas torcidas do hóquei mundial e fazia contra os Canadiens — a conhecida batalha de Quebec — as mais sangrentas partidas da liga nas décadas de 80 e 90.

Pena que não teve como acompanhar o crescimento da liga. Sem condições de construir uma arena moderna — atuava no Le Colisée, construído em 1954 —, com estacionamento condizente e tendo que lidar com contas pesadas demais para um time de uma cidade pequena — teve ajuda negada pela prefeitura e pelo governo da província —, o time foi para outra cidade, como pôde ser visto na nota acima.

Uma das coisas que mais queria ter visto na NHL — mesmo que pela TV — era aquele uniforme — mesmo com aqueles brasões com as flores-de-lis da bandeira da província de Québec espelhados pela camisa — em ação no Le Colisée.

Esses dias fuçando na internet achei o que seria — se a equipe tivesse permanecido no Canadá — o novo logo da equipe, substituindo o também belo logo antigo — um "n" próximo à um taco, formando um igloo. Em tempos de logos esdrúxulos como o dos Blue Jackets e dos Canucks, esse entraria tranqüilamente em uma hipotética lista dos dez mais belos logos da NHL.


Eduardo Costa vibrou com a homenagem a Serginho Mallandro no álbum do Massacration. Metal Glu Glu manda muito!
SUPERAÇÃO RUSSA Igor Grigorenko em ação pelo Ufa Salavat Yulaev: aparentemente pronto para a NHL (Arquivo TheSlot.com.br)
EX-HABS "Ah, te enganei!" O "torcedor" Sidney Crosby derrota o Montreal Canadiens (Gene J. Puskar/AP - 10/11/2005)
NOSTALGIA O que seria o logo do Quebec Nordiques caso a franquia ainda existisse (Arquivo TheSlot.com.br)
Edição atual | Edições anteriores | Sobre TheSlot.com.br | Contato
© 2002-05 TheSlot.com.br. Todos os direitos reservados. Permitida a republicação do conteúdo escrito, desde que citada a fonte.
Página publicada em 16 de novembro de 2005.