Um mês de temporada, um mês de "nova" NHL, novas regras, novas caras. Quem surpreende e quem decepciona, quem está bem e quem está mal, o que há de novo? Vamos a um apanhado geral.

Anaheim Mighty Ducks — Depois de alguns anos no ostracismo, Teemu Selanne está de volta à artilharia. Os Ducks devem a ele boa parte do relativo sucesso até aqui, já que Scott Niedermayer ainda não disse a que veio exatamente. Fedorov? Quem?

Atlanta Thrashers — Uma catástrofe. A continuar assim, cabeças vão rolar, e a de Bob Hartley será a primeira.

Boston Bruins — Meio frio, mas sempre esquentando. As ausências de Andrew Raycroft e Alexei Zhamnov prejudicaram, mas ambos deverão voltar brevemente. Joe Thornton se firma cada vez mais como um dos mais completos jogadores da liga e carrega o ataque do time.

Buffalo Sabres — A contusão de Ryan Miller parece ter prejudicado seriamente o bom começo dessa equipe guerreira. Sem ele, agora estão caindo rumo ao último lugar da divisão.

Calgary Flames — Time mais quente da semana, os Flames começaram mal. Pareciam que seriam os mais novos atingidos pela famosa síndrome da NHL, aquela que ataca todo time azarão que faz bela campanha de playoffs e é eliminado na final. O panorama mudou radicalmente agora.

Carolina Hurricanes — Surpreende e queima a minha língua. No Guia da temporada deste ano eu apostei que os Canes fariam figuração novamente na temporada. Ledo engano. O Carolina é talvez o time mais surpreendente até aqui, figurando entre os mais quentes da liga. Staal, Cole e o Grande Brind'Amour estão em grande momento.

Chicago Blackhawks — Estrondosa decepção. Os Hawks não gastaram pouco para trazer jogadores de peso e formar uma equipe competitiva. Não está dando certo, eles estão na mesma colocação de antes, entre os últimos.

Colorado Avalanche — Deu uma arrancada duas semanas atrás e se mantém bem até aqui. A rivalidade maior saiu de Detroit e está em Vancouver atualmente. Quem diria que Patrice Brisebois agradaria em Denver?

Columbus Blue Jackets — Lamentável. Como sempre.

Dallas Stars — Um começo tímido, mas o time vem crescendo. Tudo indica que Mike Modano deve fazer uma temporada melhor que a última, o que não quer dizer muita coisa. Ainda assim surpreende o fato dele ter passado completamente em branco na recente festa de gols sobre o Edmonton.

Detroit Red Wings — Surpreende, e muito. Parece melhor do que quando gastava o dobro e tinha o time recheado de estrelas. Mas sem ilusões: o time jogado (e ainda vai jogar) muitas vezes contra adversários patéticos da Divisão Central: Chicago, Columbus e St. Louis.

Edmonton Oilers — Começou com altos e baixos, cresceu um pouco e... levou de 8 do Dallas.

Florida Panthers — Enquanto Luongo ganhou jogos praticamente sozinho, o time cresceu a duras penas. Mas chega uma hora em que o time precisa fazer mais do que esperar que seu goleiro resolva tudo, e aí o Florida caiu.

Los Angeles Kings — Os Kings estão muito bem a despeito da baixa produção de Luc Robitaille e Jeremy Roenick. Os dois chegaram a jogar juntos, mas na quarta linha do time. Quem anda feliz da vida com a troca de ares é Pavol Demitra.

Minnesota Wild — Não chove nem molha. A NHL mudou, mas o jogo amarrado deles não.

Montreal Canadiens — Estranhamente eles têm uma campanha melhor jogando fora de casa, vai entender. O fato é que a mistura de bons jogadores jovens com experientes sólidos vem dando certo. E o principal: esse time vem demonstrando uma capacidade tremenda de vencer jogos em momentos decisivos.

Nashville Predators — Um começo cheio de elogios, mas muito calcado em vitórias no shootout, que nada mais são do que um bônus pós-empate. Em playoffs não tem shootout.

New Jersey Devils — Sem Brodeur, Scott Clemmensen tem feito o que pode e vem fazendo bem. Mas o time não anda ajudando muito e as novas regras muito menos. Ainda deve levar algum tempo para que os Devils se ajustem ao novo estilo da NHL e à saída de sua dupla defensiva número 1.

New York Islanders — Horrível. Eles têm um time melhor do que a classificação indica, mas conseguiram ser goleados até mesmo pelos Penguins. Ou o problema é interno ou há mais jogadores sobre-valorizados do que se imagina no time.

New York Rangers — Num dos paradoxos desta temporada, o time que era esculhambado por ter a maior folha de pagamento da liga sem sequer ir para os playoffs é agora uma das principais forças do Leste com a metade do orçamento anterior. E viva a "volta" de Jagr!

Ottawa Senators — Segue como o esperado: um dos melhores da liga. Todos sabiam o quanto esse time é jovem, rápido e habilidoso, e todos esperavam um boom com as novas regras. Não deu outra, os Sens são o melhor time da temporada até aqui. Daniel Alfredsson e Dany Heatley parece que ultimamente decidiram competir pra ver quem marca mais pontos.

Philadelphia Flyers — Estão jogando de olho no horizonte. Peter Forsberg e Simon Gagne praticamente reeditam os tempos de "Esquadrão da Morte" (ou Legion of Doom), mas esse é um time dos mais completos que Bob Clarke já conseguiu reunir. Falta saber se no gol haverá realmente o suporte necessário quando a hora verdadeira chegar.

Phoenix Coyotes — Wayne Gretzky ainda está aprendendo, mas os Coyotes já demonstram uma boa evolução em relação ao mau começo.

Pittsburgh Penguins — Mesmo estando no fundo da tabela, o time é de encher os olhos, se o horizonte estiver mais à frente. Não duvide de uma ascensão séria ainda nesta temporada, caso Mario Lemieux jogue sempre e caso Sidney Crosby prossiga evoluindo. E, melhor, caso contratem um defensor defensivo de qualidade.

San Jose Sharks — Coincidência: Evgeni Nabokov se contundiu e os Sharks melhoraram. O goleiro reserva Nolan Schaefer é mais um reserva que vem fazendo bonito, mas o time todo vem correspondendo. É mais um time caracteristicamente rápido que foi beneficiado pelas novas regras.

St. Louis Blues — Teremos os Blues fora dos playoffs pela primeira vez em décadas, salvo algum milagre extraterreno. Doug Weight sozinho não faz verão. Custou alguns anos, mas finalmente descobriram que Keith Tkachuk não vale a pena.

Tampa Bay Lightning — Anda dependendo demais de suas duas primeiras linhas, mas felizmente vem tendo ótima produção de fora do trio principal. Que o diga Vaclav Prospal, que voltou ao time em grande forma.

Toronto Maple Leafs — Subiram e desceram. O capitão Sundin volta daqui a pouco, e esse pode ser o impulso que faltava para reerguer a equipe. A surpresa aqui é Eric Lindros, jogando bem e sem peso para carregar nas costas.

Vancouver Canucks — Outro sólido time canadense, que segue fazendo mais uma boa temporada. Na verdade pouca coisa mudou e o problema central permanece o mesmo: o goleiro. Dan Cloutier está machucado e Alex Auld vem fazendo bonito, mas algum dos dois inspira confiança para uma corrida longa nos playoffs? Não.

Washington Capitals — Mais do mesmo, mas agora com Ovechkin, o que já é grande coisa.


Marcelo Constantino reconhece que Darren McCarty tem sido apenas mais um em Calgary. E daí? Tragam-no de volta a Detroit!
A FORÇA DO CANADÁ Os Habs estão bem desde o começo, os Sens são os melhores da liga, os Leafs caíram mas devem voltar a subir, os Flames reacenderam agora. Só faltam os Oilers (Icon SMI/Corbis -10/10/2005)
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Página publicada em 9 de novembro de 2005.